14 de março, de 2021 | 12:00

Aeroporto Regional do Vale do Aço ainda sem data para retomada dos voos

Alex Ferreira
As obras no Aeroporto Regional devem se iniciar após o período chuvoso, no fim do mês de março, conforme o Estado As obras no Aeroporto Regional devem se iniciar após o período chuvoso, no fim do mês de março, conforme o Estado
Tiago Araújo - Repórter do Diário do Aço

Há cerca de um ano sem receber voos comerciais, o Aeroporto Regional do Vale do Aço (IPN), em Santana do Paraíso, continua sem ter uma data exata de quando retornará suas operações. Atualmente, o terminal permanece fechado à espera de uma reforma em sua pista, o que estava previsto para ocorrer, inicialmente, em agosto de 2020, mas até o momento os trabalhos não foram realizados no local. A última obra realizada na pista do terminal ocorreu em março do ano retrasado, feita de forma emergencial, sendo que sua vida útil chegou ao fim em setembro de 2019.

Com o aeroporto regional fechado e sem previsão para voltar a receber voos, a classe empresarial lamenta tal situação, já que o terminal contribui para o desenvolvimento socioeconômico do Vale do Aço. Para o vice-presidente Industrial da Usiminas, Américo Ferreira Neto, com o aeroporto regional fechado há quase um ano, há um grande impacto, especialmente, para a economia e, consequentemente, para o desenvolvimento do Vale do Aço. “Tive a oportunidade de participar de reuniões com lideranças da região e do Estado ao longo do ano e sei do esforço coletivo do poder público e das entidades para que se inicie, de fato, a reforma do aeroporto e, eventualmente, até mesmo sua ampliação. O aeroporto regional é uma conquista de várias gerações de lideranças e temos que estar todos empenhados nas soluções que permitam o retorno de suas operações de forma segura e o mais rápido possível”, afirmou.

Prejuízos
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Vale do Aço, Flaviano Gaggiato, relatou ao Diário do Aço que o fechamento do Aeroporto Regional causa impactos nos âmbitos industrial e comercial, prejudicando a vinda de clientes, fornecedores e diretores de empresas. “O prejuízo que eu vejo é enorme para a região com o terminal fechado. Os diretores das empresas âncoras do Vale do Aço estão tendo que se deslocar para Belo Horizonte de carro, pela BR-381, o que toma um grande tempo e prejudica os negócios. Além disso, há o risco de viajar pela BR-381, que apesar de ter recebido algumas melhorias, ainda é uma estrada muito perigosa”, ressaltou.

Suspensão dos voos
Devido ao início da pandemia de covid-19, a Azul decidiu interromper, no dia 25 de março de 2019, as operações na região devido ao baixo número de passageiros. Já no dia 1º de maio do ano passado, o aeroporto foi totalmente fechado para a realização da obra definitiva em sua pista. A empresa vencedora da licitação para realizar as obras foi a LCM Construção e Comércio S/A, que assinou o contrato no dia 14 de agosto de 2020, mas até o momento a reforma não começou. Os recursos para a execução das obras são de R$ 13,2 milhões, dos quais R$ 12 milhões são oriundos de repasse da União, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), e R$ 1,2 milhão de contrapartida do Estado. Atualmente, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é responsável pela administração do Aeroporto Regional.

O aporte financeiro, entretanto, trata apenas da reforma da pista, sem ampliar o terminal de passageiros (salas de espera, salas de embarque e esteira de bagagens), considerado um dos entraves para que a região passe a receber voos com aviões maiores do que os ATR-72 operados pela Azul Linhas Aéreas.

Outros terminais
Passada a fase mais aguda da pandemia no ano passado, a principal companhia aérea que opera voos no interior de Minas Gerais anunciou a retomada dos voos entre a capital mineira as cidades mineiras no fim do mês de julho. Como o aeroporto regional do Vale do Aço permaneceu sem as obras, foi o único que não teve os voos de volta no mês de agosto. Os outros terminais no estado funcionam normalmente, seguindo protocolos de segurança sanitária, como é o caso dos aeroportos nos municípios de Governador Valadares, Montes Claros, Juiz de Fora, Belo Horizonte e Uberlândia.

Com essa situação, a alternativa para a população do Vale do Aço se locomover por via área para a capital mineira, é pela BR-381, que passa por obras de duplicação atualmente, deixando a rodovia em uma situação muito crítica. A opção seria viajar até Governador Valadares e utilizar o aeroporto daquele município para os embarques para os voos diários realizados para o Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

“Obras após período chuvoso”
Procurada pelo Diário do Aço, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) informou, por meio de nota, que os recursos para a execução das obras de restauração do pavimento da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Regional do Vale do Aço foram repassados pelo Governo Federal no fim do ano passado, quando o período chuvoso já havia começado. “As obras devem se iniciar após o período chuvoso, no fim do mês de março, para que seja garantida maior eficiência na realização dos serviços”, informou a Seinfra.

Histórico
O aeroporto Regional do Vale do Aço foi construído em 1959 e sua pista é de 2.004 metros de extensão e 45 metros de largura. Para se ter ideia da dimensão, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tem 1.940 metros de comprimento e 45 metros de largura.
O aeroporto regional foi administrado pela Usiminas até março de 2016, quando a companhia repassou o aeródromo para o governo de Minas Gerais. A Socicam fazia a gestão do terminal desde 2012 e permaneceu até 2020, quando o aeroporto foi assumido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

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Comentários

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Jaime

15 de março, 2021 | 13:24

“Tudo indica que este aeroporto jamais tera esta reforma . Falaram em varias datas.a previsao de,comecar em marco e outra mentira ja estamos na metade do mes e ai ta tudo calado ninguem fala nada.”

Paulo Cesar da Silva

15 de março, 2021 | 10:57

“Uma região metropolitana desmoralizada por pura falta de força política. Não é de hoje que a gente vem perdendo grandes investimentos por inoperância dessa politicada do Vale do Aço.”

Cético

15 de março, 2021 | 08:13

“Infelizmente, essa região não tem representante políticos a altura da sua importância. Hercílio Diniz, Alê Silva, Celinho, Rosângela Reis não conseguem trazer nada para cá. Esse aeroporto já deveria estar em operação desde o ano passado, se houvesse vontade política e destinassem verbas parlamentar para a reforma do aeroporto.”

Trabalhei no Aeroporto

14 de março, 2021 | 19:44

“Esse Flaviano Gaggiato só LATE,e não morde! Cadê os empresários e demais usuários do aeroporto? É hora de juntar esse povo e protestar,fechar uma rodovia,a ferrovia enfim... Cutucar pra ver se chega em alguem graúdo ''lá cima'' !!! O fechamento do aeroporto desempregou cerca de 80 pais e mães de famílias. E a grande maioria estão sem renda até hj!
GOVERNADOR VALADARES RECEBEU VERBA EM NOVEMRO DE 2020,E AS OBRAS ESTÃO A TODO VAPOR! É MUITA SACANAGEM COM O VALE DO AÇO,FRAQUEZA POLÍTICA E EMPRESARIAL TOTAL!!! SEINFRA ALEGA PERÍODO CHUVOSO,UAI EM GV NÃO CHOVE MAIS NÃO????”

Joanas

14 de março, 2021 | 14:08

“Esta obra do aeroporto nao sai porque o vale do aco nao tem representante politico de garra.porque se tivesse esta reforma ja teria acontecido.”

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