21 de junho, de 2020 | 11:00

Situação do Aeroporto Regional preocupa setores da indústria e comércio

A única previsão do Estado é que as obras definitivas na pista do terminal serão feitas até dezembro deste ano

Alex Ferreira
Desde o dia 26 de março estão suspensos os voos comerciais no Aeroporto Regional do Vale do Aço, em Santana do Paraíso Desde o dia 26 de março estão suspensos os voos comerciais no Aeroporto Regional do Vale do Aço, em Santana do Paraíso
(Tiago Araújo - Repórter do Diário do Aço)
Há cerca de três meses sem voos comerciais, o Aeroporto Regional do Vale do Aço, localizado em Santana do Paraíso, continua sem previsão de retomar as atividades em sua pista, que ainda passará por reformas estruturais. Conforme já divulgado, em março de 2019 foi realizada uma reforma provisória na pista do terminal, que teve o seu prazo de validade vencido em setembro do ano passado. Com isso, desde então são aguardadas as obras definitivas para que o aeroporto tenha condições estruturais de voltar a receber voos.

A única previsão do Estado é que as obras definitivas serão feitas até dezembro deste ano. Enquanto isso, há uma grande preocupação entre diversos setores do comércio e indústria, que dependem do funcionamento do aeroporto no Vale do Aço. O medo é que o terminal fique fechado por mais tempo do que o previsto ou que não volte mais a funcionar, o que impactaria negativamente toda a região. Desde o dia 26 de março deste ano os voos comerciais estão suspensos no Aeroporto Regional.

Necessidade de mobilização

Em entrevista ao Diário do Aço, o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço (Sindimiva), Carlos Afonso de Carvalho, destacou que o Aeroporto Regional é de extrema importância para o Vale do Aço e que é preciso haver uma intensa mobilização para evitar que o terminal fique fechado por muito tempo. “Por meio do aeroporto que recebemos clientes, fornecedores e empresários de outras cidades e também deslocamos até eles. Por isso temos que trabalhar de forma unida, envolvendo os setores privado e público, grandes e pequenas empresas, para que o aeroporto volte a funcionar o mais rápido possível, porque sem o terminal, não impacta apenas o setor metalomecânico, mas vários outros setores, como hoteleiro e comércio em geral”, afirmou.

Empresas âncora

O presidente do Sindimiva ainda acrescentou que todas as empresas âncora da região, como Usiminas, Cenibra e Aperam, dependem do funcionamento do aeroporto para fazer negócios e contribuir para o desenvolvimento local. “Os diretores e presidentes precisam do terminal para viajar em curto período de tempo pelo país em busca de negócios. Outras empresas menores também ficam prejudicadas porque seus proprietários precisam, frequentemente, ir para Belo Horizonte ou São Paulo, onde está seu cliente. Portanto, o aeroporto é de grande importância para as empresas e indústrias da nossa região”, ressaltou.

Funcionamento parcial

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) do Vale do Aço, Flaviano Gaggiato, informou que é discutido com o governo estadual sobre a reabertura do aeroporto o quanto antes e também sobre possíveis soluções para seu funcionamento. “Há pouco tempo, estávamos discutindo a possibilidade de o aeroporto funcionar parcialmente por meio dos voos da Azul, enquanto não começasse as obras ou à medida que a reforma fosse feita, mas a própria companhia aérea já descartou essa ideia. No entanto, se for observar, a situação não está tão crítica no momento, já que reduziu o número de voos no país por causa da pandemia, mas se a economia começar a ser retomada em agosto ou setembro, será um prejuízo muito grande para a região ficar com o aeroporto fechado até dezembro, a princípio. Portanto, estamos batalhando o máximo possível para conseguir antecipar o funcionamento do nosso terminal”, salientou.

Logística rápida

O presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi), Cláudio Zambaldi, também demonstrou preocupação com a situação do aeródromo, que está sem previsão para voltar a receber voos, e pede agilidade nos processos de reabertura do terminal. “É lamentável ter o Aeroporto Regional fechado por tempo indeterminado. Isso impacta bastante o comércio da nossa cidade. Em questão de logística, é muito importante para o empresário ter um meio de transporte rápido, no qual ele possa viajar para outras cidades e voltar no mesmo dia. Ganha tempo e gera negócios para a cidade e região. Portanto, gostaria que fosse encontrada uma maneira de fazer a reforma por etapas, para que o aeroporto não ficasse fechado por tanto tempo, já que é muito importante a nossa região e para o comércio”, disse.

Risco

Um piloto e empresário do ramo aéreo, que preferiu não se identificar, informou ao Diário do Aço que a partir do dia 30 deste mês não haverá mais uma empresa para administrar e operar o Aeroporto Regional do Vale do Aço. “A atual empresa (Socicam) será dispensada nesta data e o Governo de Minas ainda não delegou a função a outra. Conforme a minha experiência nessa área, as consequências dessa negligência podem ser várias, tanto no âmbito da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), podendo haver multas, cancelamento da operação por parte da Anac e por parte do Decea também pode ter multa, cassação do direito de operar a rádio, que é o órgão de serviço de tráfego aéreo, o que seria lastimável para nossa região”, alertou.

Nova gestora

Conforme publicado pelo Diário do Aço no dia 15 de maio, a Seinfra informou que negociava com a empresa pública Infraero para ser a nova gestora do Aeroporto Regional. No entanto, em nota enviada na quinta-feira (18), a Seinfra informou que a “Socicam, atual gestora, tem contrato firmado até o dia 23 de agosto deste ano e ainda não há empresa contratada e nem um processo licitatório aberto para prestação de serviços no aeroporto, porque o mesmo encontra-se fechado para obras, que tem prazo de conclusão em dezembro”.

Abertura das cartas-proposta para licitação já foi realizada

Na sexta-feira (19), as cartas-proposta para licitação das obras de reconstrução da pista do aeroporto, obra orçada em mais de R$ 12 milhões, foram abertas e agora serão analisadas. Ao todo, foram oito propostas de empresas entregues ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER) de Minas Gerais. Conforme a ata de abertura da documentação, a convocação para a continuidade do procedimento licitatório será posteriormente publicada nos Diários Oficiais do Estado e da União.

Já publicado

Aeroporto Regional permanecerá fechado até o fim do ano
Disponibilizado o edital para obras do Aeroporto Regional do Vale do Aço
Ministério da Infraestrutura autoriza licitação para obras no Aeroporto Regional
Estado negocia com Infraero para administrar o Aeroporto Regional
Executivo de Ipatinga garante esforço para manter aeroporto aberto
Obras no Aeroporto Regional têm previsão de início em agosto
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Comentários

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Márcia Campos Teixeira

15 de setembro, 2020 | 18:30

“Olha andar de avião não precisa ser rico, até porque hoje as passagem comprando com antecedência vc consegue pagar, porém eu moro no Amapá, eu gasto de avião até ipatinga exatamente 8 horas de viagem, porém as últimas vezes tive que pegar um carro de BH até iptu há e gastei 11 horas de viagem, para quem não precisa do avião é ótimo, mas para quem precisa como eu e ainda grávida é muito complicado. Eu espero que está situação se resolva pois daqui dois meses precisarei retorno novamente em ipatinga e pelo visto novamente de carro.”

Henrique

22 de junho, 2020 | 17:02

“Penso que tirando os empregos a região não precisa de um aeroporto, se precisasse já estaria em reforma é simples assim. Haviam quatro vôos comerciais ao dia com destino a Belo Horizonte e quatro de vinda de lá, salvo engano.

Porque essas empresas que dependem tanto do aeroporto não se moveram antes para providenciar a reforma? Esse tipo de necessidade estrutural já é sabida. Quando, e se, reformarem o tão conhecido "Aeroporto Usiminas" já saberão a data da nova manutenção, isso é engenharia, deve ser algo previsto no orçamento seja de quem quer que mantenha o empreendimento.

Acho simplista demais pôr a culpa no ente público, investir dinheiro dos contribuintes que na maioria nem consegue utilizar do recurso. Infelizmente dessa forma é melhor os magnatas virem de BH de carro mesmo, manter um aeroporto é pra quem pode (e quer), caro demais.

Repito, pela manutenção dos empregos que sinto muito!
Abraços”

Joanas

21 de junho, 2020 | 11:35

“O vale do aco e esquecido pelos politicos que poderia ajudar a resolver o problema mas eles nao enteressa so enteressa quando e epoca de politica pra pegar os votos do povo.”

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