30 de outubro, de 2019 | 16:50

Comissão Processante ouve vereadores Masinho e Gilmarzinho

Nos dois depoimentos, apenas a defesa fez questionamentos

Wôlmer Ezequiel
Depoimentos de vereadores ocorreram nesta quarta-feira, no plenário da Câmara de Ipatinga Depoimentos de vereadores ocorreram nesta quarta-feira, no plenário da Câmara de Ipatinga

A Câmara de Ipatinga recebeu nessa quarta-feira (30) os vereadores afastados Osimar Barbosa, Masinho (PSC) e Gilmar Ferreira Lopes, Gilmarzinho (PTC). Eles foram ouvidos pelas Comissões Processantes (CP) e puderam dar suas respostas a respeito da denúncia que pesa contra eles, referente à quebra de decoro parlamentar. Os dois foram investigados no âmbito da Operação Dolos, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que apurou desvio de dinheiro público em gabinetes do Legislativo de Ipatinga. Nos dois depoimentos, apenas a defesa fez questionamentos.

Masinho foi ouvido na parte da manhã. Em resposta ao seu advogado, Frederico Feres, ele disse que sua relação com a Câmara sempre foi de alto nível. “Respeito a todos os funcionários, parte jurídica e nossos companheiros vereadores e vereadoras. Quando atuei como vice-presidente da Mesa Diretora, sempre prezei por um bom trabalho. Tenho consciência de que o fiz com respeito e carinho. Sempre prezei em preservar essa instituição. Cheguei a ser presidente por quase 60 dias e durante esse período, quando tomamos decisões que envolviam contratos, eu acionei o setor jurídico, prezando pela legalidade”, afirmou.

O vereador lembrou que foi preso na sede do Gaeco, quando cumpria agenda juntamente aos outros membros da Mesa. “Eu estava com os vereadores e me foi dada voz de prisão, na sede do Gaeco. O que tenho a afirmar é que jamais expus essa instituição de forma vergonhosa, sempre tive orgulho de falar da Câmara e de todos daqui. Tudo isso pode ser confirmado por meus companheiros”, acrescentou.

No dia 23, duas testemunhas de Masinho foram convidadas a depor junto à CP, entretanto, apenas uma compareceu. Agora, com o testemunho do vereador, resta a apresentação das alegações finais da defesa, num prazo de cinco dias.

Gilmarzinho
Assim como no caso de Masinho, o colega Gilmarzinho teve testemunhas ouvidas na semana passada. Desta vez, a CP o recebeu e pouco ouviu de diferente. Os advogados Elídio Ferreira e Frederico Feres questionaram se ele exigiu valores de algum servidor, se solicitou devolução, se autorizou alguém a fazê-lo em seu nome, ou se constrangeu alguém, Gilmarzinho negou. “Graças a Deus, tenho respeito por meus colegas, desde a pessoa que pega cafezinho. Respeito todos eles. Meus amigos são testemunhas”, destacou o vereador.

A exemplo do depoimento de Masinho, somente a defesa fez perguntas ao depoente. Tal postura, segundo o assessor Jurídico da Casa e que acompanha os trabalhos da comissão ligada a Gilmarzinho, Andrei Gonçalves, foi uma escolha dos membros da CP que, após analisar o processo, entenderam não ser necessário.

Sobre a próxima fase dos trabalhos, Andrei explicou que haverá abertura de prazo para que a defesa faça a apresentação de seus memoriais, um apanhado de tudo o que aconteceu dentro do processo, apontando eventuais nulidades ou motivo de descaracterização da denúncia, que provem que o vereador não cometeu quebra de decoro.

“Esse prazo é de cinco dias úteis e nossa intenção é disponibilizar todo o processo ainda no dia de hoje (quarta-feira) para a defesa, para que o prazo comece a correr já amanhã (quinta-feira). Feito isso, a comissão processante vai fazer análise e elaborar um relatório. Esse parecer vai indicar pela quebra de decoro ou não. Será solicitada uma data ao presidente, que irá convocar uma reunião para que seja votado. Para que haja a cassação são necessários dois terços dos votos, ou seja, 13 vereadores. Se por acaso a cassação não alcançar esse número, o mandato é mantido e o processo estará encerrado”, concluiu.

Entenda
Foram investigados dentro da operação Dolos José Geraldo Andrade (Avante), Luiz Márcio (PTC), Osimar Barbosa, Paulo Reis (PROS), Antônio Rogério Bento, Rogerinho (sem partido), Wanderson Gandra (PSC) e o vereador Gilmar Ferreira Lopes, além da filha dele, Gilcelia de Oliveira Lopes Daniel, que atuava no gabinete do pai mesmo sem ser nomeada. Os vereadores, ex-vereadores e assessores são acusados dos crimes de peculato, falsidade ideológica, concussão e lavagem de dinheiro. Alguns deles ainda respondem por ameaças e tentativa de obstrução da Justiça por dificultar as investigações do Gaeco.

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