20 de outubro, de 2024 | 09:00
Jovem que foi preso acusado de cometer um assalto terá Habeas Corpus julgado esta semana
Yuri Rhyan Gonçalves foi detido como suspeito de cometer um roubo em Santana do Paraíso, mas sua advogada e familiares alegam que ele estava no trabalho, no momento do crime
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoO barbeiro Yuri Rhyan Gonçalves, de 23 anos, preso sob suspeita de envolvimento em um assalto a residência em Santana do Paraíso, terá o Habeas Corpus julgado na próxima quinta-feira (23), conforme apurado pelo Diário do Aço junto à defesa do advogado. Ao todo, já foram protocolados o pedido de relaxamento de prisão, impetração de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), impetração de Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), resposta à acusação e requerimento de revogação da prisão preventiva. Nada disso resultou na soltura do jovem, que é dono de um salão em Coronel Fabriciano.
Familiares e amigos vivem a expectativa que a revogação da prisão preventiva seja deferida pelo juiz da Vara Criminal da Comarca de Ipatinga. Yuri está há 42 dias preso. Foi protocolado, também, requerimento de ofício à operadora Vivo para fornecer a ERD do aparelho de Yuri para mostrar a geolocalização do aparelho na data dos fatos”, explicou Dóris Coutinho Costa, advogada do preso.
Segundo ela, foram recolhidas digitais no local dos fatos, mas não foi solicitada a comparação de digitais de Yuri com as recolhidas. Portanto, a defesa também fez esse requerimento para que se comparem as digitais.
Requerimento de perícia no telefone de Reginaldo, para que sejam verificados ligações, mensagens e fotos trocadas entre os envolvidos no crime, bem como com Yuri.
Ainda é aguardado que o juiz da 1ª Vara Criminal analise os documentos juntados, pois até o presente momento, conforme Dóris, o trâmite não foi concluído.
Sem respostas
A reportagem do Diário do Aço procurou o Ministério Público, que em resposta informou que o caso está na 6ª Promotoria de Justiça. A íntegra da nota é essa: "Conforme a 6ª Promotoria de Justiça de Ipatinga, por se tratar de crime grave e por existirem elementos de autoria e materialidade, o acusado foi mantido preso. Outras informações referentes à prisão devem ser apuradas junto à Vara Criminal onde tramita o processo".
Questionamento de provas
A advogada afirmou que foram juntadas várias provas que garantem o álibi a Yuri, e demonstram que ele não esteve presente na cena do crime. A defesa juntou 12 declarações de testemunha e o juiz alega ter apenas 1. Temos vários comprovantes de depósito para confrontar com as imagens que foram juntadas e que mostram Reginaldo (pai do jovem) na condução da moto, sozinho, nas cidades de Timóteo e de Ipatinga. O crime ocorreu às 16h30, contudo, tem comprovante de pagamento às 17h02, ou seja, para ser Yuri o autor, ele teria 30 minutos para sair de Santana do Paraíso, chegar a Coronel Fabriciano, cortar um cabelo e então passar o cartão na máquina”, argumenta.
Ilegalidades
Conforme a advogada, há ainda uma série de irregularidades desde a abordagem, até o momento em que Yuri foi transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Ipatinga. A vítima (do assalto) foi induzida a erro no reconhecimento, o que o torna nulo. Isso porque a única característica que a vítima repassou aos policiais é que os autores eram negros. Os policiais, ao identificarem a moto, conseguiram uma foto de Yuri, apresentaram para a vítima e perguntaram se seria ele o autor. A vítima responde que aparentava ser. Nesse momento, acontece a primeira ilegalidade, pois ao apresentar uma única foto, de uma única pessoa, a vítima que acabara de passar por uma situação de tensão, fica com aquele registro na memória”, aponta a advogada.
Logo após a prisão, colocaram Yuri algemado ao lado do segundo acusado e do lado de uma terceira pessoa, que em nada se pareciam com os suspeitos. Configura uma nova ilegalidade, pois a vítima, que já estava com a imagem da fotografia apresentada de Yuri, ao vê-lo algemado associou que ele seria o autor. Os policiais militares ou civis não foram capazes de demonstrar nenhuma foto de forma que identifique o meu cliente. As imagens apresentadas são de uma pessoa clara, fato que é de conhecimento da defesa porque o verdadeiro autor do crime e comparsa de Reginaldo encontra-se em liberdade”, alega a defensora de Yuri.
A advogada continua: Foram repassadas informações do vulgo, primeiro nome e endereço do verdadeiro autor, porém a Polícia Civil já havia encerrado o inquérito e nada foi feito em relação a essa informação, até porque ficaria comprovado que houve um erro absurdo por parte dos polícias e comprovaria a ilegalidade do reconhecimento. Não houve interesse em apurar os fatos porque demonstraria que o corporativismo da polícia fez com que fossem praticadas ilegalidades de forma que encarceraram um inocente. Invadiram a casa de um trabalhador, usando escadas, fato que foi denunciado no Ministério Público (MP) - arrombaram o portão e fizeram ameaças como: você pulou na casa errada, você vai morrer porque você roubou casa de polícia”, critica Dóris Coutinho Costa.
O que diz o inquérito policial
O delegado de Polícia Civil em Santana do Paraíso, Leonardo Félix, concluiu no dia 19 de setembro o relatório sobre um roubo. No documento, o barbeiro não foi indiciado, conforme já informado pelo Diário do Aço. O relatório indica apenas o pai de Yuri, um homem de 43 anos, como envolvido no crime. O caso foi repassado à Justiça Criminal da Comarca de Ipatinga, o caso tramita na 1ª Vara Criminal.
Já publicado:
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Relembre o caso
Conforme já noticiado pelo Diário do Aço, um roubo foi cometido por dois homens, por volta das 16h30 do dia 7 de setembro, na residência de um policial civil aposentado, no bairro São Francisco, em Santana do Paraíso. Estava na casa o filho do policial, um jovem de 26 anos, que foi rendido. Ele informou que os ladrões fizeram uma revista na casa e levaram diversos itens, incluindo perfume, um par de tênis preto da Adidas, quatro cartuchos de munição calibre .38 e uma pistola Airsoft tipo .380.
A motocicleta usada na ação foi uma Honda XRE, de cor branca, cuja placa foi repassada aos policiais militares, que em diligências, chegaram até a moradia de Yuri, onde o veículo se encontrava. O jovem confirmou que a motocicleta era de sua propriedade e estava emprestada com o pai dele. A moto foi removida ao pátio do Detran. Yuri foi preso no dia 8 de setembro, um dia após o roubo.
Os policiais foram atrás deste homem, de 43 anos (Reginaldo, pai de Yuri), que estava no trabalho, em Timóteo, quando foi abordado e detido. Com ele, segundo a PM, foram encontrados um perfume, um relógio dourado, um celular e um capacete escuro. O filho dele, de 23 anos, passou a ser acusado de envolvimento com o crime, mas a família aponta que houve erro, pois não era Yuri que acompanha o assaltante.
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Salgado
21 de outubro, 2024 | 17:39Tem que chamar a rede de televisão RECORD para fazer uma reportagem e ajudar a investigar esse caso . Se não vai ficar mofando na cadeia .
Coloca a televisão no meio que sai rápido .”
Margô
21 de outubro, 2024 | 11:31ISSO MESMO..A QUEM FOR RESPONSAVEL PELO ENGANO UM BOM PROCESSO POR DANOS MORAIS C UMA BOA RECOMPENSA”
Justiceiro
21 de outubro, 2024 | 10:20A defesa alega depósito feito na conta do rapaz para fazer a defesa se ele é o dono do salão mesmo ele estando ausente se algum funcionário fazer algum serviço o pix é feito em nome dele”
B2@
20 de outubro, 2024 | 13:33Ainda não temos como dizer que o indiciado não é culpado. Estamos lendo sobre apenas uma das partes. Quem sabe a verdade é o seu pai que ao que parece, não ajudou o seu "querido" filho. Assim como nós, a justiça pode cometer injustiças ao julgarmos. Faz parte de uma sociedade. Quanto a possíveis indenizações, cabe esta prerrogativa. Enfim, eu que não gostaria de ter este tipo de pai.”
Marcio Soares de Arruda
20 de outubro, 2024 | 13:05Ja passou da hora da justiça libera essa rapaz todos nos que conhecemos o carácter dele sabemos que ele e um rapaz honesto e trabalhador por isso estamos aqui para pedir o ministerio público que nao deixa ele fica mais tempo na prisao ele tem uma criança pequena e ta sofrendo muito com essa situação”
B2@
20 de outubro, 2024 | 10:46Em momento algum, relataram a responsabilidade do pai do acusado. Relatam apenas o possível erro do Estado. Caríssima advogada, como é de conhecimento de Vsa a justiça é cega e por isso se baseia em fatos. Neste caso, a prova testemunhal. Sendo este indiciado inocente, quem o colocou nesta situação foi o seu genitor.”
Sacapó
20 de outubro, 2024 | 09:27Para fazer justiça, prender quem o prendeu injustamente,
Quem julga injustamente, pagar por danos morais e todos
os danos causados.”
Cidadã Indignada
20 de outubro, 2024 | 09:17Que a JUSTIÇA seja feita.Inocente processe quem o acusou.Danos morais.”