12 de março, de 2019 | 09:00

Defesa do vereador Wanderson Gandra pede revogação de prisão

A defesa de Luiz Márcio aguarda julgamento do mérito do pedido de habeas corpus

Wôlmer Ezequiel
Operação Dolos, em 15 de fevereiro, deflagrou as primeiras prisões de vereadores Operação Dolos, em 15 de fevereiro, deflagrou as primeiras prisões de vereadores

A defesa do vereador ipatinguense, Wanderson Gandra (PSC), que está preso desde o dia 20 de janeiro, entrou com um pedido na Justiça para que a prisão do parlamentar fosse revertida em liberdade provisória ou substituição da prisão preventiva.

A alegação da defesa é que não há motivo de ordem social para que o vereador permaneça preso. Entretanto, esse pedido foi contestado pela Promotoria de Justiça. A informação é do promotor da 7ª Promotoria de Justiça de Ipatinga, Fábio Finotti, em entrevista à imprensa, na tarde desta segunda-feira (11).

Além de Wanderson Gandra, estão presos os vereadores Luiz Márcio Martins (PTC); Rogério Antônio Bento, o Rogerinho (ex-PSL); e o assessor parlamentar Ivan Menezes Teixeira, ligado ao gabinete do vereador Paulo Reis (Pros), que está foragido. Todos são investigados pelo Gaeco, no âmbito da Operação Dolos, que apura irregularidades praticadas pelos parlamentares com dinheiro público destinado ao pagamento de assessores de gabinete.

Dos três parlamentares recolhidos à penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, Gandra foi o último dos vereadores a ser preso, acusado de articular um plano para impedir as investigações acerca do recolhimento de parte dos salários dos seus assessores, para um "fundo de caixa", em seu gabinete.

Em entrevista à imprensa nessa segunda-feira, o promotor Fábio Finotti informou que recebeu o pedido de revogação da prisão preventiva de Gandra na quinta-feira (7) e se manifestou contrário ao pedido. “Manifestei contrariamente, inclusive, juntei à manifestação uma cópia de uma publicação, que circula nas mídias sociais, na qual coloca o vereador em uma imagem de ‘robin-hood’. Isso na verdade demonstra que existe um motivo de ordem social para que Wanderson Gandra permaneça preso”.

Fábio Finotti ainda acrescentou que existem outras circunstâncias que foram consideradas para a prisão preventiva do vereador, como ameaças a testemunhas, alteração e destruição de provas. “Todo leque de ações, que aponta a necessidade de uma prisão preventiva de um acusado, Gandra conseguiu praticar”, destacou o promotor.

Paulo Reis permanece foragido

Em relação ao vereador Paulo Reis (Pros), marido da deputada estadual Rosângela Reis, o promotor afirmou que ele ainda está foragido e a defesa do parlamentar também entrou com um pedido de relaxamento de pena. “A promotoria se manifestou contrária a esse pedido, especialmente, em função do fato de que Paulo Reis ainda está foragido. Essa é uma situação que demonstra, claramente, que a prisão preventiva dele é necessária. Então manifestei contrariamente e esse pedido está aguardando uma análise do juiz da 1ª Vara Criminal de Ipatinga”.

O promotor também relatou que a defesa do vereador Rogerinho solicitou, recentemente, uma liminar de Habeas Corpus (HC), mas a Justiça negou o pedido, na segunda instância. Essa já é a segunda liminar de HC negada aos vereadores presos. No mês passado, a defesa do vereador Luiz Márcio Martins (PTC) fez o mesmo pedido, porém, não obteve sucesso.

Julgamento de Habeas Corpus

Em entrevista ao Diário do Aço, o advogado Ignácio Luiz Gomes de Barros Júnior informou que nessa terça-feira (12) poderá ser julgado, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por três desembargadores, o pedido de Habeas Corpus do vereador Luiz Márcio, que está preso desde o dia 15 de fevereiro. O pedido de liminar para a soltura do parlamentar foi negada no fim do mês passado. O caso, sob a relatoria do desembargador Rubens Gabriel Soares, está na fila para ter o mérito julgado.

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Outras denúncias

Questionado se havia a possibilidade da prisão de mais vereadores de Ipatinga, o promotor Fábio Finotti afirmou que existem outras investigações, que envolvem mais vereadores. “Em algumas, nós temos um conjunto de provas mais robusto. Inclusive, nós temos até casos que estão fora de Ipatinga, porém, essas provas não permitem ajuizar uma ação ou mesmo entrar com o processo criminal. Mas outras denúncias existem e estão sendo apuradas. Quem souber de alguma coisa e quiser cooperar, vamos investigar”, destacou.

Operação Dolos

No dia 15 de fevereiro, o Gaeco, formado pelo Ministério Público, Polícias Civil e Miliar, deflagrou a operação com busca e apreensão de diversos materiais nos gabinetes dos vereadores investigados e demais locais da cidade, além da prisão de Luiz Márcio. A operação foi desencadeada após o oferecimento da denúncia à Justiça. Segundo o Gaeco, as investigações dão conta que alguns vereadores em Ipatinga contratavam pessoas com a finalidade de recolherem parte dos salários.
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Comentários

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Deolho

12 de março, 2019 | 21:16

“O Executivo que abra os olhos, porque a foice vai passar certeira, aguardem!!!!!”

Palhaço

12 de março, 2019 | 13:55

“Queria saber e dos outros que ainda estão "trabalhando" normalmente. Não são somente estes que estão preso e o fugitivo que "faziam" isto não. E minha curiosidade e sobre o Tal Fabinho do Povo que pode voltar a câmara, ele também não foi investigado certa vez pela PF?”

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