21 de fevereiro, de 2019 | 18:05

Mais um vereador é procurado pelo Gaeco em Ipatinga

O pedido de prisão do vereador Paulo Reis ocorreu após a verificação de provas e indícios de que ele recolhia dinheiro dos seus assessores para certas finalidades, uma prática criminosa reiterada

Os integrantes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) explicaram nesta quinta-feira (21), o andamento da Operação Dolos, que apura o mau uso do dinheiro público em gabinetes de vereadores em Ipatinga. Entre os crimes praticados estão, peculato, falsidade ideológica, concussão e lavagem de dinheiro. Já estão presos preventivamente, os vereadores Luiz Márcio (PTC), Rogerinho (PSL), Wanderson Gandra (PSC), além do assessor parlamentar Ivan Menezes Teixeira, ligado ao gabinete do vereador Paulo Reis (Pros), também com um mandado de prisão em aberto. Até o fechamento desta edição, o parlamentar não havia sido encontrado. Paulo é marido da deputada estadual Rosângela Reis.

O promotor de Justiça Francisco Ângelo, informou que após as buscas e apreensões na Câmara de Ipatinga, realizada na semana passada, os integrantes do Gaeco receberam informações segundo as quais o vereador Wanderson Gandra teria organizado uma reunião com seus assessores para discutir os próximos passos, além de fazer ameaças contra os servidores para não revelarem certas informações, no âmbito das investigações. “Percebemos que houve uma movimentação com a participação do vereador, para tentar alinhar os depoimentos entre seus assessores. Também houve a tentativa de supressão de provas materiais, como planilhas, mas que, por outras vias, chegaram ao Ministério Público”, detalhou.

O advogado do vereador Gandra, afirmou no fim da tarde, que não vai se manifestar, por enquanto.
Wôlmer Ezequiel
Além do pedido de prisão, os integrantes do Gaeco informaram que houve um pedido de bloqueio de bens dos denunciadosAlém do pedido de prisão, os integrantes do Gaeco informaram que houve um pedido de bloqueio de bens dos denunciados

Fundos

Conforme Francisco Ângelo, as provas indicam que, além do recolhimento de parte do salário dos assessores, com a desculpa de igualar os pagamentos entre os funcionários, descobriu-se que, no gabinete de Gandra, existia dois tipos de fundos de verba. “Tinha um fundo de campanha para eleições futuras, que possuía um valor maior, mas ele tinha completa gestão disso, utilizando-o também para fins pessoais. E tinha outro fundo para custear salários e custeios de objetos pessoais pertencentes à própria empresa do vereador Gandra”, detalhou.

Foragido

Conforme o promotor de Justiça e coordenador do Gaeco, Bruno Schiavo, o pedido de prisão do vereador Paulo Reis ocorreu após a verificação de provas e indícios de que ele recolhia dinheiro dos seus assessores para certas finalidades, uma prática criminosa reiterada. “No caso do vereador Paulo Reis, há informação que ele estaria utilizando essa verba para compra de apoio político junto a lideranças comunitárias. Então foi solicitada e deferida sua prisão preventiva, assim como também o bloqueio de bens. Desde sexta-feira (15), não temos notícia de seu paradeiro, portanto, trata-se de um foragido”.

Bloqueio de bens

Schiavo ainda informou que, junto com os pedidos de prisão preventiva dos vereadores, houve também um pedido de bloqueio de bens dos denunciados. “Isso foi necessário para que futuramente seja possível mensurar os prejuízos causados contra a administração pública e também para o ressarcimento aos cofres do município”.

Recomendação à Câmara de Ipatinga

O promotor de Justiça, Fábio Finotti, também lembrou que no mês passado o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Ipatinga, chegou a expedir uma recomendação à Câmara de Vereadores a fim de regularizar a situação jurídica dos servidores do órgão. Atualmente, cada vereador tem direito a ter oito assessores, enquanto o presidente do Legislativo pode ter dez assessores.

“Foi feita uma recomendação e estamos buscando uma solução negociável com a Câmara de Ipatinga, no sentido de reduzir a quantidade de assessores que é disponibilizada para cada vereador. Essa situação toda que estamos lidando, principalmente, no sentido de ‘cobrança de caixinha’, é claramente relacionada a essa quantidade de funcionários. E ainda há um grande número de assessores que não cumprem expediente na Câmara. Ou seja, não há um controle de suas atividades”.

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Comentários

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Mauro Souza Gomes

22 de fevereiro, 2019 | 16:21

“Enquanto isso o funcionalismo público atravéz do seu Sindicato declarou greve por Reajuste Salarial e a Prefeitura não tem dinheiro para negociar. Essa quadrilha roubando na cara dura . Leilões seus bens e reverta em reajuste para quem trabalha de verdade”

Ailson

22 de fevereiro, 2019 | 10:37

“Muito triste e lamentável tudo isso.
Pena que a memoria do eleitor é fraca ou SUJA igual a esta cambada, pois eles voltaram e ainda teremos quem os defendam.
Pena máxima para eles, NUNCA MAIS ENTRAREM NA VIDA PUBLICA.
Emporcalhando o nome da nossa querida Ipatinga.
Iludindo e traindo a todos nós eleitores.
LIXO sem condição de RECICLAGEM.”

Juca

22 de fevereiro, 2019 | 09:58

“Se a prefeitura alega falta de dinheiro e porque mantem tanto veriador e tantos funcionario por isso acontece roubo esta prefeitura pode funcionar com a metade dos veriadores.evitava menos roubo e funcionaria melhor.”

Caio

22 de fevereiro, 2019 | 08:39

“Só gente boa envolvido, PSL( Partido só laranja) PSC e por ai vai... so homem santo....”

José Antônio da Silveira Drumond

21 de fevereiro, 2019 | 22:55

“Pelo potencial financeiro da cidade de Ipatinga, e consequentemente do seu executivo e legislativo, essa situação vexatória para a moral e seriedade do município já está acontecendo de há muito, inclusive com a cassação dos direitos políticos de autoridades constituídas. As ocorrências citadas na publicação não são nenhuma novidade portanto, em se tratando, lamentavelmente, da cidade de Ipatinga. Que o poder judiciário Ipatinguense siga os mesmo procedimentos que estamos verificando na operação LAVA JATO, e faça a limpeza moral e geral nos dois poderes, que os Ipatinguenses estão esperando e merecem.”

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