09 de setembro, de 2024 | 09:20
Brigadistas atuam no combate a incêndio próximo ao Parque Estadual do Rio Doce, em Dionísio
Vídeo mostra a luta dos homens que enfrentam o fogo em meio à floresta em uma área no distrito de Baixa Verde
Imagem enviada por brigadistas ao Diário do Aço
Chamas consomem trecho próximo à porção sul do parque

A maior reserva de Mata Atlântica do Vale do Aço esteve ameaçada por chamas durante 3 dias. Um incêndio de grandes proporções, que iniciou no último sábado (7), ao sul do Parque Estadual do Rio Doce (Perd), foi controlado nesta segunda-feira (9), pela Força-Tarefa do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio), coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), juntamente com brigadistas da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) e Arcelormittal. (Assista ao vídeo no fim da reportagem).
Conforme apurado pelo Diário do Aço junto à fontes ligadas ao Perd, foram detectados 3 focos de incêndio. Além do trabalho dos brigadistas, por terra, duas unidades de aviões Air Tractor iniciaram o ataque às chamas.
As labaredas não atingiram a área de mata do Perd, considerada uma das mais importantes unidades de conservação do país, mas consumiu parte da vegetação em um terreno que faz divisa com o parque.
Esse fogo ameaça a área mais importante do Parque Estadual do Rio Doce, que é a parte sul. O incêndio veio da região do distrito de Baixa Verde, em Dionísio. Começou em uma área da ArcelorMittal Bioflorestas e avança sentido à divisa do Parque do Rio Doce. Como o dia amanheceu nublado hoje, isso nos ajuda no combate ao fogo”, afirmou um brigadista que se encontra no local do fogo, ao Diário do Aço.
Conforme nota da ArcelorMittal BioFlorestas, enviada a pedido do Diário do Aço, ainda na quinta-feira (5), foram registrados focos de incêndio na área de plantio da empresa no distrito de Baixa Verde, no município de Dionísio, no Colar Metropolitano do Vale do Aço. O fogo atingiu principalmente área de reserva legal, plantio de eucalipto e madeira para utilização na produção da companhia”, informou.
Os incêndios continuaram ao longo do último fim de semana e atingiram áreas de reserva em locais próximos à zona de amortecimento do Parque Estadual do Rio Doce.
Origem desconhecida
Ainda não se tem informação oficial de como o esse incêndio começou no fim de semana, na área de florestas da empresa Arcelor. Para apurar as causas da ocorrência, foi iniciado um processo investigativo junto aos órgãos competentes.
Desde o mês de junho várias ações foram organizadas para o enfrentamento do período mais crítico do ano em relação aos incêndios florestais, conforme noticiado pelo Diário do Aço. Desde a entrada do período de seca a média de 5 registros de incêndios em áreas de vegetação, por semana, na região.
Conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente de sábado a esta segunda, foram contabilizados 344 focos de queimadas em Minas Gerais, sendo 3 em Dionísio. Açucena, no Colar Metropolitano do Vale do Aço, também registrou outros 3 pontos de fogo. Em Ipatinga, em três dias, foram 6 incêndios captados pelo Inpe.
A fumaça, associada ao calor e baixa umidade do ar, cria uma atmosfera de intensa nebulosidade e clima semelhante ao de um deserto.
Alex Ferreira
Com uma extensão de cerca de 36 mil hectares, que abrange os municípios de Dionísio, Marliéria e Timóteo, o Perd é considerada uma das mais importantes unidades de conservação do país

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Importância do Perd
Conforme amplamente divulgado pelo Diário do Aço, o Parque Estadual do Rio Doce completou 80 anos de fundação em julho, sendo a mais antiga unidade de conservação no estado mineiro. Com uma extensão de cerca de 36 mil hectares, que abrange os municípios de Dionísio, Marliéria e Timóteo, o Perd é considerada uma das mais importantes unidades de conservação do país. Especialistas frisaram a importância do Perd para o equilíbrio ecológico e climático para a região.
Conhecido como Amazônia Mineira, o parque fornece um exemplo prático da importância da preservação e manutenção de florestas nativas. Inserido na bacia hidrográfica do Rio Doce, prejudicada historicamente por diversos fatores, sendo o último evento de maior relevância o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, o parque fornece recursos fundamentais” para a recuperação da bacia.
O parque tem cerca de 40 lagoas, e na mais famosa delas, a Dom Helvécio, são permitidas as atividades turísticas. Situada a 8 quilômetros da portaria, tem 7 quilômetros de espelho dágua e até 39 metros de profundidade, onde é permitido o banho na área denominada prainha.
Leia a nota da ArcelorMittal BioFlorestas na íntegra
A ArcelorMittal BioFlorestas informa que foram registrados focos de incêndio, a partir do dia 5 de setembro, na área de plantio da empresa no município de Dionísio, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. O fogo atingiu principalmente área de reserva legal, plantio de eucalipto e madeira para utilização na produção da companhia.
Os incêndios continuaram ao longo do último final de semana e atingiram áreas de reserva em locais próximos à zona de amortecimento do Parque Estadual do Rio Doce. Para conter os focos, a ArcelorMittal BioFlorestas coordenou um trabalho intenso de brigadistas, com apoio da equipe do parque, o que incluiu o uso de aeronaves para combate ao incêndio, que já foi controlado. Para apurar as causas da ocorrência, foi iniciado um processo investigativo junto aos órgãos competentes.
A ArcelorMittal conta com uma equipe de mais de 50 brigadistas treinados, além de caminhões pipa e máquinas para contenção de incêndios, e realiza rotineiramente um trabalho de conscientização integrado com a comunidade local, para levar informações importantes sobre queimadas e impactos ambientais.
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Leitor
10 de setembro, 2024 | 08:36E a prefeitura negacionista de Ipatinga segue cortando árvores sem necessidade.
Vejam a destruição q fizeram na reconstrução da escola Nelcinda”
Rodrigo 2
09 de setembro, 2024 | 18:44Qual a proposta dos candidatos a prefeito no Vale do Aço? Na área ambiental? Zero proposta, zeroooo! Então,segue o incêndio no PERD.”
Dedo Duro
09 de setembro, 2024 | 14:44Isso são os carvoeiros que incentivam por fogo nos eucalipto e depois aparecem como cachorro que caiu da mudança, oferecendo apoio as empresas de reflorestamento e cultivo de eucalipto, afim de se limpar a área e em troca ficam com a madeira queimada. Sai mais barato que comprar, fazer forno, pagar mão de obra.
E tem a máfia da brigada, esses aviões geralmente são de políticos ou financiadores de campanha e saem a 50 mil o aluguel dia. Se o Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Federal quiseram poderão fazer deste país uma grande nação. A dica tá aí. E onde tem brigadista tem verba pública.”
Mattheus Vieira
09 de setembro, 2024 | 13:42Olha só, Roberto, separei alguns links interessantes para você
Enfim, separei abaixo alguns links de matérias que abordam indiretamente ou diretamente o que foi falado por você em seu comentário.
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0118369-efeitos-climaticos-e-fumaca-de-queimada-deixa-clima-147desertico8221-no-vale-do-aco
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0116879-acoes-de-prevencao-ajudam-no-combate-a-incendios-florestais
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0118199-focos-de-incendio-em-minas-gerais-em-agosto-sao-114-maior-que-no-mesmo-periodo-de-2023#:~:text=Focos%20de%20inc%C3%AAndio%20em%20Minas,2023%20%7C%20Portal%20Di%C3%A1rio%20do%20A%C3%A7o
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0117090-parque-estadual-do-rio-doce-e-importante-equipamento-para-equilibrio-climatico-na-regiao
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0117100-parte-da-apa-da-biquinha-e-vendida-para-construcao-de-condominio
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0105919-apa-da-biquinha-e-a-importante-luta-por-sua-preservacao
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0115884-mais-de-78-mil-pessoas-vivem-em-areas-de-risco-de-desastres-ambientais-no-vale-do-aco
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0114563-marco-de-2024-foi-o-mais-chuvoso-dos-ultimos-cinco-anos-no-vale-do-aco
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0113352-fevereiro-pode-ter-chuva-acima-da-media-historica-no-vale-do-aco
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0110687-timoteo-e-fabriciano-promovem-acoes-para-minimizar-os-impactos-das-chuvas”
Mattheus Vieira
09 de setembro, 2024 | 13:41Roberto, ainda bem que você se interessa sobre mudança climática. É de fato necessário discutir sobre isso no âmbito regional. Discordo de você em um ponto, têm sido abordado o assunto sim, inclusive neste periódico. Obviamente, que pela urgência do assunto, isso deveria ser pauta dos debates e sabatinas com candidatos, além de ser abordados por outros portais, quais muitas das vezes, somente copiam e colam notícias de grandes veículos da mídia estadual, e que pouco reflete no dia a dia do cidadão do Vale do Aço.”
Rodrigo
09 de setembro, 2024 | 12:10Qual apoio que esses "heróis desconhecidos" têm do poder público? Resposta: nenhum.”
Roberto Motta
09 de setembro, 2024 | 11:53Enquanto isso, ninguém fala em mudança climática aqui no Vale do Aço. A proposta atual é lotear a Biquinha e lotear a APA de Timóteo. Vamos respirar concreto e cimento.”