13 de maio, de 2024 | 11:03

120 anos: conheça algumas curiosidades sobre a Estrada de Ferro Vitória a Minas

Matheus Valadares
Além de transportar pessoas, histórias e promover encontros, a EFVM também é responsável por 30% da movimentação de produtos por meio ferroviário no paísAlém de transportar pessoas, histórias e promover encontros, a EFVM também é responsável por 30% da movimentação de produtos por meio ferroviário no país
Nesta segunda-feira (13), a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) completa 120 anos. A centenária ferrovia representa desenvolvimento econômico para municípios e regiões em sua volta, além de ser uma possibilidade segura de transporte de pessoas. A Vale, concessionária da linha férrea, mantém o único trem de passageiros que realiza viagens de longas distâncias diariamente no país.

Além de transportar pessoas, histórias e promover encontros, a EFVM também é responsável por 30% da movimentação de produtos por meio ferroviário no país. No Vale do Aço, a Vale mantém cinco estações de embarque e desembarque: Antônio Dias, Mário Carvalho (Timóteo), Intendente Câmara (Ipatinga), Ipaba, e Frederico Sellow (Belo Oriente - Cachoeira Escura).

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O volume transportado em 2023 foi de 105,3 milhões de toneladas, sendo 85,1 milhões de toneladas de minério e 20,2 milhões de toneladas de carga geral (soja, milho, calcário etc), significando um vetor de desenvolvimento econômico.

Mais velha que a maioria dos municípios da região, a EFVM favoreceu para o surgimento cidades como Colatina, no Espírito Santo, e as mineiras Aimorés, Resplendor, Governador Valadares e Coronel Fabriciano, antes pequenos arraiais.

Devido a sua história e estrita ligação com Vale do Aço, o Diário do Aço separou algumas curiosidades em relação à centenária linha férrea.

Matheus Valadares
Cabine da locomotiva por dentroCabine da locomotiva por dentro

Curiosidades
O projeto da EFVM foi aprovado em 1902 e as obras começaram no ano seguinte. Em 13 de maio de 1904 foi inaugurado o primeiro trecho com 30 quilômetros entre as estações Porto Velho, em Cariacica (ES), e Alfredo Maia, no município de Santa Leopoldina, na região serrana do Estado;

O trem de carga e de passageiros já circularam juntos. As operações tiveram início com duas locomotivas do tipo Mogul Hartman fabricadas na Alemanha, 12 vagões abertos e um fechado, além de um carro de passageiros;

Embora considerada o ponto de partida da EFVM, a estação Pedro Nolasco só foi inaugurada em dezembro de 1905, um ano depois do início da operação da ferrovia, que então parava na Estação Porto Velho, em Cariacica, a cerca de sete quilômetros dali. Logo depois da construção da estação Pedro Nolasco, Porto Velho foi desativada.
O traçado original da ferrovia não passava por Itabira. Com topografia acidentada e difícil acesso mesmo após a descoberta de jazidas de minério na região;

Em 1º de julho de 1942 o presidente Getúlio Vargas fundou a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), mais tarde simplesmente Vale. A Vale incorporou a Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia (que havia absorvido a EFVM) e a Companhia Itabira de Mineração, que estava em fase de organização. Também recebeu do governo federal a posse das jazidas de minério de ferro de Minas Gerais;

Em 1943, finalmente, foram entregues as estações que faltavam para completar o trajeto — uma no município de Nova Era (Estação Capoeirana) e três em Itabira (estações Oliveira Castro, Engenheiro Laboriau e Itabira);

Em 1970, entrou em circulação o maior trem do mundo em bitola métrica, com 150 vagões e 1.550m de extensão, puxado por locomotivas diesel elétricas de 3.900 HP (1 HP equivale a aproximadamente 746 Watts). Em 2002, passou a ser utilizado o trem de 320 vagões, composição com quase três quilômetros de extensão. Um ano depois, a Vale alcançou o recorde de 119,7 milhões de toneladas de carga transportadas na ferrovia;

Na década de 1970 seria feito um grande investimento em duplicação, tornando a EFVM a primeira ferrovia totalmente duplicada das Américas;

Um dos benefícios mais visíveis da operação da ferrovia foi a ocupação efetiva de extensas regiões do Vale do Rio Doce, fazendo surgir cidades como Colatina, no Espírito Santo, e as mineiras Aimorés, Resplendor, Governador Valadares e Coronel Fabriciano, antes pequenos arraiais;

A EFVM movimenta por ano cerca de 30% de toda a carga ferroviária do país;

Desde que foi criada a operação e manutenção da ferrovia passaram por grandes mudanças. A troca de dormentes ao longo da ferrovia era feita manualmente. Atualmente é feita de forma mecanizada, por meio de equipamentos específicos que auxiliam na retirada e substituição dos dormentes, sem risco para as pessoas. Os empregados atuam na operação diretamente de cabines ou inspecionando as máquinas;

No passado, a retirada de trilhos para troca era feita manualmente. Várias pessoas se reuniam para levantar um único trilho. Hoje, todo o movimento é feito com auxílio de guindastes.

Ferrovia em números
3,5 mil empregos diretos;
317 locomotivas;
12.123 vagões de minério;
905 km de ferrovia, sendo 601 km de linhas duplas;
45 túneis (27,5 km);
127 pontes;
185 passagens de nível;
43 passarelas;
27 Equipamentos de via permanente (EGP).

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