08 de setembro, de 2023 | 14:20

Homem cai no golpe do nude, pensa em se matar, e perde R$ 5 mil

Um homem de 31 anos foi vítima do chamado “golpe do nude”, modalidade em que uma quadrilha adiciona a vítima nas mídias sociais, troca conversas e fotos eróticas e depois passa a extorquir a vítima, sob acusação de pedofilia, alegando que se tratava de uma menor de idade. Separado da esposa, mas pai de duas crianças, o homem confessou que pensou em se matar quando foi informado por um suposto delegado de polícia que poderia ser preso pelo crime de pedofilia. “Vivi momentos angustiantes”, afirma a vítima, que caiu na rede da quadrilha dos nudes depois que uma tal “Fernanda Santos” o adicionou como “amigo” no Facebook. Ela pediu para conversar pelo WhastApp e os dois trocaram conversas picantes e fotos nuas. Era o que a quadrilha precisava para iniciar a extorsão.

No dia seguinte, conta D.J.N., em entrevista ao Diário do Aço, ele veria sua vida virar um inferno. O suposto “Comissário de Polícia Civil”, João Carlos pinto de Abreu, passou a exigir da vítima, R$ 12.776,78. O dinheiro seria para “tratamento psicológico da menor de idade” com quem a vítima conversou pelo Facebook e trocou fotos pelo WhatsApp, pois a jovem de 14 anos e tinha ficado “abalada com a situação”.

Sem saber que se tratava de golpe, do qual nunca tinha ouvido falar, o homem transferiu R$ 5 mil para os criminosos. Ainda assim recebeu um suposto “pedido de prisão preventiva”, expedido por um juiz da Comarca de Porto Alegre. “Motivo da Prisão: Crime de pedofilia virtual contra menor Vulnerável. Validade: 2040”.

O suposto delegado também alegou que a vítima sofrera danos psicológicos e necessitava internação em uma clínica especializada. Os R$12.776,78 seriam para evitar a prisão e custear o tratamento da jovem.

Vítima disse que pensou em suicídio

Depois de pagar R$ 5 mil para o suposto delegado e tentar juntar o restante do dinheiro para complementar o montante exigido pelos criminosos, D.J.N. confessa que entrou em desespero e pensou em tirar sua própria vida, quando foi informado que seria preso por pedofilia.

"Chamei dois colegas de trabalho e o gerente da empresa onde trabalho em Linhares (ES). Relatei a eles o ocorrido e que tinha prazo para efetuar o pagamento de mais R$ 7 mil até sexta-feira. Eles então desconfiaram que era golpe. Ao jogar na pesquisa do Google chegamos às notícias publicadas, dentre elas, as do Diário do Aço. Isso foi determinante para que me aliviasse", detalhou.

O dinheiro depositado pela vítima foi parar na Agência Sapiranga, do Banco do Brasil, em conta aberta em nome de uma mulher. Para pressionar a vítima ao pagamento do restante, a quadrilha expediu um “mandado de prisão preventiva", em formato A4 timbrado totalmente fora do padrão. Não satisfeito, emitiu um suposto "acordo extrajudicial" em nome da Comarca de Porto Alegre.

“Pelo turno da manhã e segunda-feira estarei indo ao Ministério Público para conversar com o nosso promotor e ver o que posso tentar remediar”, afirmou o golpista. Na sequência, o estelionatário faz seguidas ameaças e usa de pressão psicológica para levar a vítima ao pagamento dos valores.

Apesar das investigações policiais e da prisão de vários membros da quadrilha, o golpe continua a ser aplicado e a fazer vítimas.

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