03 de junho, de 2023 | 10:43

Quadrilha do golpe dos nudes é acusada de rombo milionário

Os integrantes de uma quadrilha do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que se especializou em aplicar o golpe dos nudes são acusados de um rombo milionário em centenas de pessoas em praticamente todos os estados brasileiros. Vítimas foram identificadas em 12 estados, dentre eles, Minas Gerais. Amplamente noticiado pelo jornal Diário do Aço, o golpe consiste em extorsão mediante ameaças, a homens que mantêm conversas e trocam fotos com mulheres pela internet.

Primeiro, a suposta mulher faz contato usando um perfil nas mídias sociais, preferencialmente Facebook e Instagram. A conversa migra para o WhatsApp. Em alguns casos, mesmo sem evolução na conversa a suposta mulher envia nudes. Na sequência um suposto delegado, ou pai da mulher entra em contato e afirma que era menor de idade e, para evitar um processo por pedofilia ou estupro de vulnerável, passa a pedir dinheiro. Muitas pessoas caíram no golpe e perderam valores que vão de R$ 3.000 a R$ 100 mil. No norte de Minas, um jovem de 22 anos cometeu suicídio em novembro de 2021, depois de cair no golpe e temer ser preso por pedofilia.

A atuação da quadrilha foi alvo de uma operação policial na semana que passou e 33 pessoas acusadas de participar da organização criminosa foram presas. Segundo a polícia, sete dos investigados já estavam dentro de presídios. A Polícia Civil descobriu, ainda, que uma adolescente de 17 anos foi aliciada pela organização criminosa. Ela se fotografava, recebia entre R$ 100 e R$ 200 por "pacote de imagens" e as fotografias eram usadas no golpe.

Os criminosos viviam uma vida de luxo e ostentavam mansões e carros de luxo nas mídias sociais. Os criminosos também tinham uma “delegacia fake” utilizada como cenário para as ameaças às vítimas, por meio de fotos e vídeos. O golpe era investigado há um ano e 140 pessoas já foram presas somente no Rio Grande do Sul. Entre as vítimas estavam, desde operários até empresários, médicos e até políticos. Das 80 vítimas do golpe em todo o país, identificadas nos celulares e computadores da organização, a soma do prejuízo passa de R$ 5 milhões.

Os investigados respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo, extorsão e corrupção de menores. As prisões ocorreram principalmente nas cidades de Florianópolis (SC), além dos municípios do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé.

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