16 de agosto, de 2023 | 10:00

Golpe dos nudes: delegado da PC alerta sobre a emboscada

Anderson Figueiredo
''Enquanto a vítima transfere dinheiro eles sempre vão pedir mais dinheiro'', salientou o delegado Marcelo Castro''Enquanto a vítima transfere dinheiro eles sempre vão pedir mais dinheiro'', salientou o delegado Marcelo Castro

O chamado “golpe dos nudes” ocupa as páginas e noticiários policiais de todo o país com frequência. No Vale do Aço não é diferente. Mesmo diante da disseminação do alerta, os relatos de vítimas que caíram na emboscada dos estelionatários são recorrentes. Diariamente a redação do Diário do Aço é procurada com o desabafo, em sua maioria de homens, que foram enganados e extorquidos pelos bandidos.

A ação dos meliantes vive na mira da polícia. Em maio deste ano, durante uma operação realizada pela Polícia Civil, mais de 30 pessoas foram presas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, suspeitas de praticarem essa modalidade. Apesar da prisão desse grupo, o crime continua a ser praticado.

Em Ipatinga, segundo delegado Marcelo Castro, há registros de vítimas enganadas pelos golpistas. De acordo com o titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ipatinga, que atua na área de crimes contra o patrimônio, a orientação básica para não se tornar uma vítima do golpe dos nudes é: não trocar imagens pela internet com qualquer pessoa. “Até mesmo com pessoas que ela tem certeza de quem é, quanto mais com desconhecidos que puxam assunto na rede social”, alertou.

O golpe

Em entrevista à reportagem do Diário do Aço, o delegado Marcelo Castro esmiuçou como os bandidos agem nessa modalidade. Tudo começa com um primeiro contato dos criminosos, por meio das mídias sociais, com a vítima. A pessoa enganada acredita que do outro lado da tela está alguém interessado em um relacionamento amoroso, mas na verdade, trata-se do golpista.

“Nessa conversa começa a troca de fotografias. Em determinado momento, o criminoso manda mensagem para vítima alegando que é da polícia e que aquelas fotos que foram enviadas são de uma menor de idade e que a partir dali será iniciada uma investigação por pedofilia e começa a extorquir aquela vítima, pedindo dinheiro para que não faça a investigação”, detalhou.

Extorsão sem fim

Muitas pessoas, diante das ameaças, do medo de terem a situação exposta e das consequências de uma suposta investigação, decidem pagar, mas de acordo com o policial civil, este será apenas o começo de um ciclo sem fim, já que os criminosos vão pedir mais e mais dinheiro.

“Essa extorsão não para. A vítima acredita que vai depositar o dinheiro, que inicialmente eles estão pedindo, achando que aquilo vai acabar com aquela transferência, mas não caba. Enquanto a vítima transfere dinheiro eles sempre vão pedir mais dinheiro”, enfatizou Marcelo.

Invasão de dispositivo

Outro tipo de risco a que está sujeito quem tem imagens pessoais com alguma parte do corpo descoberta (nudes), em um celular, é a invasão do dispositivo. “A pessoa fica armazenando e trocando essas imagens, até mesmo com pessoa do convívio dela, e o criminoso consegue acessar o conteúdo no aparelho e aí começa a querer extorquir a pessoa para evitar a divulgação. Armazenar fotografias desse tipo no celular já é um risco, você transmitir essas imagens é um risco maior”, salientou o delegado.

Constrangimento

Por se tratar de um golpe que envolve uma situação íntima, pessoal e tão particular, muitas das vítimas se sentem “de mãos e pés atados”, devido ao constrangimento, para pedir ajuda ou orientação. Por esse motivo, o titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ipatinga acredita que muitos casos sequer são registrados.

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Comentários

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Gto

31 de agosto, 2023 | 09:51

“Só otários que caem nessa.. .”

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