24 de maio, de 2022 | 21:35

Trabalhadores do transporte coletivo urbano decidem entrar em greve na madrugada desta quarta-feira

Divulgação
Decisão da greve a partir da madrugada desta quarta-feira  foi tomada em assembleia realizada hoje; trabalhadores do setor estão em estado de greve desde o dia 2/5Decisão da greve a partir da madrugada desta quarta-feira foi tomada em assembleia realizada hoje; trabalhadores do setor estão em estado de greve desde o dia 2/5

As pessoas que dependem do transporte em ônibus em Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano devem enfrentar dificuldades para a locomoção, já a partir da madrugada desta quarta-feira (25). Reunidos em assembleia nesta terça-feira, os rodoviários decidiram entrar em greve por causa da falta de uma contraproposta salarial por parte das empresas concessionárias do transporte coletivo nas três principais cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço. A decisão foi anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas do Transporte Rodoviário, em Coronel Fabriciano (Sinttrocel), agora a noite.

Os trabalhadores, que enfrentavam dificuldades para uma negociação salarial com as empresas, já tinham decretado "estado de greve", em dois de maio, conforme estabelece a legislação trabalhista. O fato foi noticiado pelo Diário do Aço. Por sua vez, representantes das empresas alegam que, sem definição da tarifa, sem reajuste a mais de dois anos, não teria como tratar da negociação salarial.

O que diz a Saritur?



Por meio de nota encaminhada ao jornal, Saritur, que detém a concessão do transporte coletivo municipal em Timóteo, parte de Coronel Fabriciano e em Ipatinga explicou que negocia com os trabalhadores desde fevereiro, respeitando a data base.

"Já chegamos a um acordo em todas as questões sociais, mas no econômico, não temos como evoluir. Os contratos no Vale do Aço estão completamente desequilibrados, em função do aumento de mais de 100% do combustível desde o último reajuste. Só esse item representa mais de 30% de aumento no custo, sem contar outros itens como peças, pneus e folha de pagamento. A média dos índices inflacionários no período foi de 38%. Ou seja, não temos condições de fazer qualquer proposta no momento", informou a empresa.

Ainda conforme a nota, a empresa realizou segunda-feira, a terceira reunião com representantes dos trabalhadores, representantes dos municípios, e Tribunal Regional do Trabalho. "Foi marcada mais uma para o dia 2/6, por decisão do desembargador César Pereira da Silva Machado Júnior. Temos sido transparentes desde o início, mas fomos pegos de surpresa pela greve. Estamos trabalhando para que se resolva o mais rápido possível. Contamos com a compreensão dos trabalhadores para retornarem ao trabalho, para que não haja prejuízo para a população".

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Defasagem desde 2019



Conforme o Sinttrocel, os trabalhadores estão sem recomposição salarial desde 2019, com reajuste zero em 2020 e índice abaixo da inflação em 2021, em virtude da pandemia da covid-19. O sindicato ainda aponta outros problemas que prejudicam as condições de trabalho dos rodoviários, como a falta de recolhimento do FGTS por parte da empresa; a apuração incorreta de jornada; o não pagamento de horas extras e a retirada de cobradores do transporte coletivo. Além disso, a inflação acumulada de março chegou ao patamar acima de 11%.

Tentativa de acordo

No dia 13 de maio, os trabalhadores das empresas Saritur e Acaiaca participaram de assembleias promovidas pelo Sinttrocel. Em consenso, definiram que, caso não houvesse uma proposta de melhoria salarial até o dia 20, a greve no serviço poderia ocorrer de imediato.

À época, o presidente do sindicato, Marlúcio Negro, afirmou que, caso não houvesse nenhuma proposta, a greve seria inevitável. "E sem previsão de terminar, até que as empresas valorizem o trabalhador”, enfatizou.

O impasse nas negociações da campanha salarial dos trabalhadores do transporte rodoviário urbano do Vale do Aço foi tema de uma mediação realizada pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), César Pereira da Silva Machado Junior, que definiu por uma nova rodada, mas sem sucesso.

Reunião com prefeitos e discussão de reajuste de tarifa



Uma reunião entre os prefeitos das cidades de Coronel Fabriciano, Marcos Vinicius (PSDB), de Timóteo, Douglas Willkys (PSB) e de Santana do Paraíso, Bruno Morato (Avante), foi realizada na sexta-feira (20), com representantes das empresas concessionárias do transporte coletivo da região, para tratar pontualmente do reajuste na tarifa.

Conforme divulgado pela assessoria de Comunicação de Coronel Fabriciano, as concessionárias reivindicam o reajuste de 59%, com base no Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro de 2019 a abril 2022, uma vez que os valores ficaram congelados por dois anos, além de outros custos que resultaram num aumento total de 84% no preço das passagens. No caso de Fabriciano, a tarifa passaria dos atuais R$ 4,10 para R$ 7,58, conforme novo ofício enviado pela concessionária do serviço na última quinta-feira (19). O índice foi rejeitado. Em Timóteo o valor é o mesmo de Coronel Fabriciano. Ipatinga tem uma tarifa de R$ 4,20.

Durante o encontro foi acordado que os municípios vão analisar o percentual requerido, realizando os estudos técnicos necessários e será respondido via ofício aos consórcios nos próximos dias. A intenção dos prefeitos é garantir a continuidade do serviço pelo consórcio, mas sem prejudicar o usuário. O prefeito de Ipatinga não participou da reunião.

O prefeito de Coronel Fabriciano deixou claro “que caso este índice de aumento não seja balizado, o município assumirá o transporte urbano, criando o transporte público municipal”. O Estado de Minas Gerais já promoveu o reajuste tarifário das linhas intermunicipais.

Já publicado:
Empresas querem reajuste de mais de 80% na tarifa do transporte (R$ 7,58), mas esbarram em entendimento com municípios
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Comentários

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Sozinha

25 de maio, 2022 | 16:40

“Sem contar as péssimas condições dos ônibus e dos horários. Uma vergonha”

Viewer

25 de maio, 2022 | 13:51

“Ouçam sindicatos, parasita que mata o hospedeiro também morre.”

Araújo

25 de maio, 2022 | 12:58

“Não entendo uma coisa; o porque de não ter outras empresas de coletivo pra circular aqui em Ipatinga ... quando fazem greve sei que alguma coisa por trás tem, cadê o PREFEITO GUSTAVO NUNES, VEREADORES DO PARTIDO DELE e não tomam decisão alguma por qual motivo até agora??? Vocês acham que dinheiro nasce na árvore pra trabalhador ficar pagando R$7,58 que é um valor mais alto do que uma passagem de coletivos em Belo Horizonte... Queremos que tomem uma medida e não abuse dos trabalhadores que custam a ganhar seu dinheiro suado prá sustentar a família.”

Charles

25 de maio, 2022 | 10:49

“O caso, é as empresas querer colocar a R$ 7,58, com esse valor teriamos passagem mais cara que na grande BH.”

Marcio

25 de maio, 2022 | 09:31

“Só não entendo pq até hoje, cidades prosperas principalmente Ipatinga, não tem outra empresa para concorrer com a Saritur ??????
Cadê os novos vereadores que só ficam fazendo assistencialismo e NÃO legislam ( o que é de fato a função deles ).
PL já para acabar com o monopólio desta empresa. Desfazer os contratos VITALÍCIOS
Acordem vereadores de Ipatinga, a população esta ficando esclarecida, nas próximas eleições vocês serão todos trocados com certeza..”

Eu

25 de maio, 2022 | 07:35

“E ai o povo que se lasque, porque moto taxi e Uber, aproveitam e colocam o preço das corridas lá em cima, e o trabalhador que depende do transporte publico, não tem como ir trabalhar porque não tem ônibus, ai as empresas não querem nem saber, o trabalhador perde o dia, ai quem se fod... no final das contas e o trabalhador que além de perder o dia de trabalho sofre com o aumento absurdo das passagens,”

De Olho

25 de maio, 2022 | 06:20

“Mais uma vez a administração municipal e a saritur dão uma banana para o usuário do transporte público. Onde vamos parar ...”

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