15 de agosto, de 2020 | 11:00

Defesa de jovens suspeitos de duplo homicídio de mulheres vai recorrer de decisão judicial

Dupla foi mandada a enfrentar o Júri Popular pelo crime praticado na localidade de Ipanemão, na zona rural de Ipatinga

Corpos de jovens mulheres foram encontrados por trilheiros na zona rural de Ipanemão, IpatingaCorpos de jovens mulheres foram encontrados por trilheiros na zona rural de Ipanemão, Ipatinga

A defesa de Ítalo Augusto Andrade Silva, de 19 anos, e João Pedro Faustino de Almeida, de 21 anos, informou ao Diário do Aço que vai recorrer da decisão da Justiça da Comarca de Ipatinga em mandar os dois jovens para o Júri Popular, conforme noticiou o Diário do Aço essa semana. Ambos foram denunciados pela morte de duas garotas no dia 31 de janeiro passado.

Além de Ítalo Augusto e João Pedro, conforme a denúncia do Ministério Público baseada nas investigações da Polícia Civil, teriam participação no duplo homicídio, R.C.C., de 23 anos, e J.T.F., de 26 anos. Estes dois últimos envolvidos no processo foram impronunciados pela Justiça por ausência de indícios de autoria no crime.

Os quatro jovens teriam matado Aspásia Hilary Moreira Ferreira e Aline Rodrigues de Souza, ambas com 20 anos de idade, em 31 de janeiro passado numa trilha usada por motociclistas no córrego Ipanemão, na zona rural de Ipatinga. Os corpos das vítimas foram encontrados por praticantes de trilha de moto.

R.C. foi preso primeiro e depois J.T. ainda durante as buscas dos policiais militares para desvendar o duplo homicídio. Os outros dois suspeitos, Ítalo Augusto e João Pedro, que são considerados pela Justiça como foragidos, não foram encontrados e estão com mandado de prisão preventiva expedido.

Todos os quatro foram denunciados por homicídio com três qualificadoras, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificulte a defesa do ofendido. Os quatro envolvidos ao longo do processo, os dois foragidos, por meio de seu advogado de defesa, negaram qualquer envolvimento na morte das duas vítimas. Dois deles tinham relacionamento com as garotas.
Aspásia Hilary Moreira Ferreira e Aline Rodrigues de Souza, ambas de 20 anosAspásia Hilary Moreira Ferreira e Aline Rodrigues de Souza, ambas de 20 anos


Os policiais conseguiram imagens de câmeras de segurança ao longo da estrada que dá acesso ao Ipanemão. Essas câmeras filmaram quatro pessoas correndo de volta para Ipatinga logo depois do crime. Por meio de roupas e características físicas vistas nas imagens, os policiais chegaram aos suspeitos. Os advogados de defesa dos jovens suspeitos pediram a impronúncia ou absolvição de todos por não haver indícios suficientes de autoria.

Mediante o conteúdo dos autos, o Juiz de Direito João Paulo Júnior impronunciou os denunciados R.C., defendido pelo advogado Thiago Xavier, e J.T., por ausência de indícios de autoria no crime e que fossem colocados em liberdade.
Já Ítalo e João Pedro foram pronunciados para enfrentarem o Conselho de Sentença e responderem pelo duplo homicídio das jovens.

Publicado sobre o caso:
Jovens executadas em Ipatinga são sepultadas em Joanésia
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Argumento da defesa



O advogado José Ailton de Fátima Alves, que representa Ítalo e João Pedro, além do impronunciado J.T., disse ao Diário do Aço que a tese defendida para J.T. baseia-se no argumento de ser impossível, por meio de uma imagem de câmera à noite, saber quem seria a pessoa.

“Eu apresentei provas suficientes de que aquela pessoa correndo no vídeo é de pele branca e que J.T. é negro. Motivo que levou o juiz a entender que deveria impronunciá-lo”, explica.

O advogado volta a afirmar que, pela mesma forma, não teria como afirmar categoricamente que seriam o Ítalo ou o João Pedro os outros que aparecem no vídeo das câmeras de segurança, “já que de noite todo gato é pardo.

O defensor também ressalta que seus clientes “negam categoricamente a participação no crime, ambos tinham um relacionamento amoroso com as meninas e não existem provas suficientes de motivação para ceifar a vida delas”.

Por estas questões, o advogado informou que vai recorrer da sentença de pronúncia. Ele também revelou que orientou seus os clientes que deveriam se apresentar, mesmo com o mandado de prisão expedido. “Eu sempre orientei eles para se apresentarem, independentemente se tem prisão, para darem a versão correta deles. A apresentação com a justificativa, se fossem plausíveis, também poderiam ser impronunciados como os outros foram”, concluiu.
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Comentários

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Hasta La Vista

20 de agosto, 2020 | 19:15

“A palavra de Deus diz que os mentirosos não herdarão o reino de Deus .Quem estiver mentindo criminoso ou advogado tera o mesmo destino o fogo eterno.”

Polyane

19 de agosto, 2020 | 16:18

“Dinheiro compra tudo, como mãe de uma das vítimas digo e repito a todos os momentos o demônio faz, mas quem da a sentença final é Deus. Deus nunca tarda ele age na hora certa.”

Estudante de Direito

18 de agosto, 2020 | 13:22

“Este é um modelo de advogado que eu jamais vou querer ser.”

Zoio de Zoiar

18 de agosto, 2020 | 13:17

“Um dos maiores erros que a sociedade pode cometer (na humilde opinião) é associar o advogado ao cliente, ou seja, se o cliente é ?bandido?, o advogado acaba sendo ?bandido também?. A crítica, portanto, é bem simples: todo advogado de bandido também é bandido até o dia em que eu, ou algum parente próximo, for acusado de praticar determinado crime.Nestes casos, o advogado passa a ser um herói, que provará, em juízo (e perante a sociedade) que essa pessoa não é criminosa e que fora acusada injustamente.
Ampliando-se a linha de raciocínio, na hipótese em que, de fato, o acusado cometeu o fato típico e culpável, a importância do advogado não diminui na medida da culpabilidade do agente.Insta ressaltar, de igual forma, que não é permitido ao acusado ingressar em juízo sem a presença de um defensor (constituído ou dativo), sendo que o advogado fará, a todo o momento, a intermediação entre o acusador, o julgador e o acusado.
Não se pode fazer distinção de quem merece ou não ser defendido por um crime, todos nós estamos propensos a cometer um crime, somos seres humanos e podemos cometer erros. A lei deve ser respeitada e todos devem ter o direito de defesa, seja culpado ou inocente.”

Marcelo Costa Alves

17 de agosto, 2020 | 07:58

“Que mudem as leis. Para crimes graves como esse acredito que a lei precisaria mudar. Criminosos como esses não poderiam ter direito a uma defesa como essa, um absurdo de todo tamanho, escancarado no principal jornal da região para todos verem. Entendo que, para crimes como esse, uma banca ou um "conselho" precisaria apenas acompanhar o arcabouço de provas, para não haver injustiça. Fora isso, sem essa de advogados ficarem buscando brechas na lei para manter impunes criminosos cruéis.”

Seu Madruga

16 de agosto, 2020 | 12:45

“E Luciane vc diz isso no seu comentário porque vc e mulher do advogado José Ailton mais queira ver se fosse com a sua filha se bc daria os PARABÉNS todos sabem que foram eles que mataram as meninas e o José Ailton colocou eles na rua suas mãos estão sujas de sangue José Ailton de Fátima”

O Comentarista

16 de agosto, 2020 | 01:14

“Compromisso e responsabilidade com seus bandidos, né? Pensam que estão por cima, que seus parentes matam e ficam por isso mesmo? Não demora e vem alguém de coragem e faz o mesmo com eles. O ciclo do crime sempre foi este, já vi muito bandidão covarde passar dessa pra pior. Uma hora a conta vem.”

Seu Madruga

15 de agosto, 2020 | 22:24

“Como pode uma coisa dessas o todo mundo sabe que eles mataram as meninas e o José Ailton colocaram os assassinos na rua e a Luciane mulher do advogado dando parabéns, queria ver se fosse com a filha dela que tivesse acontecido se ela daria o PARABÉNS para os assassinos, Sr José Ailton suas mãos estão sujas de sangue ???????”

Luciane

15 de agosto, 2020 | 13:11

“Parabéns Dr Jose Ailton de Fátima Alves pelo seu trabalho sempre com compromisso e responsabilidade com seus clientes e familiares ....”

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