15 de julho, de 2019 | 14:44

Posse de Fernando Silva como prefeito de Naque será essa semana

Vice-prefeito assumirá o cargo em razão do assassinato do prefeito Hélio Pinto de Carvalho (PSDB)

Wôlmer Ezequiel
Com o assassinato de Hélio da Fazendinha, o vice-prefeito Fernando da Costa Silva assumirá o cargo de prefeito nesta semanaCom o assassinato de Hélio da Fazendinha, o vice-prefeito Fernando da Costa Silva assumirá o cargo de prefeito nesta semana
Atualizado às 13h16 16/07
A posse do vice-prefeito de Naque, Fernando da Costa Silva (Pros), como prefeito do município, que estava agendada para quinta-feira (18), às 10h, em solenidade na Câmara de Vereadores, foi antecipada para quarta-feira (17). Inicialmente, estava marcada para a manhã de segunda-feira (15), mas não foi possível, porque Fernando sentiu-se mal. À tarde, o Diário do Aço tentou contato com o vice, porém, familiares informaram que ele ainda não estava em condições de conversar com a reportagem.

Ele assumirá o cargo em razão do assassinato do prefeito Hélio Pinto de Carvalho (PSDB), o Hélio da Fazendinha, morto a tiros pelo vereador Marcos Alves de Lima (PSDC), o Marquinho do Depósito, no sábado (13). Hélio foi sepultado no começo da tarde de domingo (14), em Governador Valadares, depois do velório, em Naque.

Na Câmara, a situação de Marquinho ainda está indefinida. Conforme apurado pelo Diário do Aço, não há nenhuma movimentação sobre o afastamento do parlamentar do cargo. Ele tem como suplente Uanderson Basílio de Araújo Pereira (PSDC), o Kuanga. O Regimento Interno do Legislativo prevê a perda do mandato se: o procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar ou atentatório às instituições vigentes; Que deixar de comparecer a três reuniões ordinárias, salvo em caso de licença, doença comprovada, ou de missão oficial; Que perder seus direitos políticos; Quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos em lei; que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado; Que fixar residência fora do município; Que deixar de tomar posse, sem motivo justificado; Que se utilizar do mandato para prática de atos de corrupção.

Além disso, se infringir qualquer das proibições do artigo 23: a denúncia de falta de decoro parlamentar de qualquer parlamentar membro da Câmara, poderá ser feita pela Mesa, de ofício, por vereador ou qualquer cidadão, em representação fundamentada. Toda denúncia será apreciada por uma comissão especial, que emitirá parecer para discussão e votação em plenário.

Situação semelhante ocorreu em Ipatinga, quando o vereador Luiz Márcio (PTC) teve o mandato cassado, após avaliação de comissão parlamentar, que entendeu ter havido quebra de decoro, após ser acusado de recolher parte do salário de assessores e de persuadi-los a contrair empréstimo bancário, em seu favor.

A reportagem não conseguiu contato com o presidente da Câmara de Vereadores, José Fernandes de Oliveira, Fernandão (Pros), testemunha ocular do assassinato, e tampouco com os demais integrantes da Mesa Diretora.

Por diversas vezes, a reportagem tentou contato com o advogado responsável pela defesa de Marquinho do Depósito. Entretanto, seu celular estava fora de área. Depois de ser preso em Governador Valadares, para onde foi após o crime, o vereador confessou o assassinato e disse que atirou para se defender depois de levar golpes de reio desferidos pelo prefeito. Ainda não há informação se a defesa irá manter essa versão ou outra forma de abordagem.

Vereador foi liberado sem pagamento de fiança

O vereador Marcos Alves de Lima, autor confesso da morte do prefeito Hélio Pinto de Carvalho, vai responder ao processo pelo crime em liberdade. Preso em flagrante em Governador Valadares, horas depois do crime, ocorrido na manhã de sábado, em Naque, Marquinho do Depósito, como é conhecido o vereador, foi ouvido em uma audiência de custódia, na Justiça, e teve relaxada a sua prisão, sem o pagamento de fiança, pelo entendimento de não representar risco para o andamento do processo e por ter endereço fixo, entre outros requisitos estabelecidos na lei. Com isso, o vereador saiu do presídio por volta de 23h de domingo (14). Quando foi preso, no fim da manhã de sábado, no Condomínio Retiro dos Lagos, o vereador também entregou a arma do crime, um revólver calibre 38.

As testemunhas do homicídio foram ouvidas ainda no fim de semana pela Polícia Civil. A delegacia regional de Ipatinga é responsável pelo inquérito. Conforme testemunhas relataram no sábado, prefeito e vereador brigaram por causa de uma situação considerada banal. O vereador possui um loteamento em Naque, ao lado de uma área de propriedade do município.

O vereador queria instalar uma porteira no local, mas o prefeito determinou a deposição de entulho no mesmo lugar, o que atrapalhava os planos do vereador. Em entrevista à TV Alterosa, em Governador Valadares, Marquinho do Depósito contou detalhes do ocorrido. No sábado pela manhã, o vereador, montado em um cavalo, foi ao local e lá encontrou o prefeito e outras pessoas, entre elas, Jurandir Firmino Ramos e o presidente da Câmara de Vereadores, José Fernandes de Oliveira. Houve uma discussão e os dois entraram em luta corporal.

O prefeito tomou do vereador um reio e desferiu golpes no desafeto. Marquinho do Depósito alega que chegou a gritar para que o prefeito parasse, pois estava armado. Como o prefeito não cessou os golpes, o vereador afirma que sacou o revólver que portava e o descarregou sobre o prefeito. As marcas das chicotadas foram mostradas por Marcos, nas costas e braços. Hélio tinha sete perfurações pelo corpo, das quais, uma no coração.

Veja atualização da notícia:
Gaeco e PC do Espírito Santo prendem vereador que matou prefeito

Fuga depois do crime e prisão

Depois do crime, Marquinho fugiu do local no cavalo em que chegou. No meio do caminho de sua casa, encontrou-se com um conhecido em um Fiat Uno, alegou que estava passando mal e pediu para que fosse levado para casa. Chegando em casa, foi direto para a garagem e saiu em sua caminhonete, uma Ford Ranger de cor prata, tomando rumo à BR-381 para Governador Valadares.

O motorista do Fiat Uno, Rubens Fortunado, de 63 anos, alegou para os policiais militares que somente depois disso, ao se dirigir para sua casa, soube, por meio de populares, que o vereador tinha atirado no prefeito.

Marcos foi preso por policiais militares no Condomínio Retiro dos Lagos, em Valadares, e mostrou aos policiais onde tinha deixado uma bolsa, contendo a arma que usou para matar o prefeito. Um revólver calibre 38 com seis cápsulas intactas do mesmo calibre foi apreendido pela PM. Testemunhas relatam que prefeito e vereador tinham desavenças políticas e que o episódio envolvendo os imóveis foi o estopim para a briga que terminou de forma trágica.
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