05 de outubro, de 2025 | 08:55

Caso de prejuízo a restaurante japonês após desabamento em obra vai parar na Justiça

Restaurante Honkan, localizado no Cidade Nobre, em Ipatinga, teve pertences furtados devido à vulnerabilidade em que o imóvel se encontra

Enviada ao Diário do Aço
Dono do restaurante afirma que nenhuma medida foi tomada por parte da construtora Dono do restaurante afirma que nenhuma medida foi tomada por parte da construtora

Por Isabelly Quintão - Reporter Diario do Aço

O caso do desabamento de uma contenção de construção civil na avenida Monteiro Lobato, no bairro Cidade Nobre, em Ipatinga, que prejudicou um restaurante de comida japonesa, foi parar na Justiça. A primeira audiência está marcada para ocorrer na próxima quinta-feira (9), às 16h30, no Fórum Doutora Valéria Vieira Alves. Na ocasião, haverá a presença de todas as partes envolvidas.

Há aproximadamente dois meses, o Diário do Aço noticiou que o dono do restaurante, que é um estabelecimento vizinho à obra onde houve o incidente, ainda não havia recebido nenhuma solução concreta. O Honkan, de propriedade de Cleidson Coelho, foi interditado em 17 de julho.

A obra que gerou transtornos é conduzida pela Rocha Construtora, do construtor Wesley Alves da Rocha. Procurado pela reportagem, Wesley limitou-se a responder que os responsáveis pelo restaurante não autorizaram a execução da reforma do imóvel.

No entanto, Cleidson alega ao Diário do Aço que nenhuma medida foi tomada por parte da construtora, e que, até em reuniões marcadas por ela, os envolvidos não compareciam, justificando que teriam se esquecido. Segundo afirma Cleidson, houve diversas tentativas de contato.

“De forma covarde, não sustentavam suas palavras. Decidimos judicializar após termos relatos de várias negligências em outras ocasiões e obras deles. A partir da audiência, esperamos respostas de mais de três meses. Alegam que não deixamos fazer a reforma para distorcer a história. Somos quem mais tem interesse em restabelecer esse sonho”.

Itens furtados
O proprietário do estabelecimento ressalta a falta de respeito com uma história de mais de dez anos, e enfatiza que foi deixado em uma situação desumana e vulnerável.

“Além de todas as contas que tínhamos que pagar para honrar o nosso nome e rescisão, também tivemos pertences do restaurante furtados devido à vulnerabilidade em que ficaram, como mesas, ar-condicionado, computador, circuito de câmera e todo o cabeamento elétrico”.

O boletim de ocorrência foi registrado no dia 16 de setembro referente ao furto. Um indivíduo, que ainda não foi identificado, durante a madrugada do mesmo dia, aproveitou-se da queda de parte das paredes do estabelecimento, pulou o muro e levou os materiais.

Situação atual
Os responsáveis pelo restaurante retomaram as atividades de forma simplificada por meio do delivery, e procuraram um lugar para realocamento. “Tivemos muita ajuda neste período de grande dor, percebemos como as pessoas são solidárias. Muitos amigos clientes se prontificaram a nos ajudar”, destaca Cleidson.
Enviada ao Diário do Aço
Estabelecimento continua fechado e, agora, os atendimentos são feitos via delivery Estabelecimento continua fechado e, agora, os atendimentos são feitos via delivery


O comerciante reforça que tem a expectativa que o restaurante seja restabelecido e fique cheio novamente, com toda a alegria diária que tinha antes. “O que não podemos é permitir que uma empresa que disse que nosso restaurante jamais cairia, e que tudo que acontecia era normal mesmo com trincas surgindo, ainda sem nenhum laudo ou perícia, faça uma reforma com uma estrutura toda afetada”, finaliza.

Relembre o caso
Conforme publicado pelo Diário do Aço, na manhã do dia 17 de julho uma contenção vizinha ao restaurante Honkan cedeu durante uma escavação, fazendo com que o muro que divide os terrenos caísse. A intervenção consiste em uma escavação de aproximadamente sete metros de profundidade, onde ficarão dois níveis de estacionamento subterrâneo em um edifício comercial de outros oito andares a partir do nível da rua, construído ao lado do restaurante.

O Corpo de Bombeiros, que compareceu ao local no dia da queda, informou que a escavação impactou a base de fundação da edificação do restaurante, causando o colapso estrutural da parte confrontante com a obra, e comprometendo todo o restante da edificação.

Um imóvel em que funciona uma empresa de estética automotiva, também vizinho da obra, mas que por sua vez fica na rua Pedro II, teve seu muro de divisa marcado por uma fissura horizontal em toda sua extensão. Os danos não puderam ser avaliados devido ao risco estrutural do restaurante. Diante disso, o restaurante foi interditado e deve ser liberado apenas após a reconstrução. Já no outro ponto de comércio, a interdição foi temporária, devido à movimentação de máquinas que podem provocar danos à estrutura.

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