24 de setembro, de 2025 | 08:45
Orçamento da União em 2026 deve destinar R$ 200 milhões para obras na BR-381
Arquivo DA
Andamento das obras nos lotes 8A e 8B está condicionado às desapropriações de famílias à margem da rodovia

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) trabalha para garantir que sejam destinados ao menos R$ 200 milhões às obras de duplicação dos lotes 8A e 8B da BR-381. Esse trecho da rodovia fica entre Belo Horizonte e Caeté e foi retirado do contrato de concessão.
Os valores para as intervenções, consideradas complexas, estariam previstos no orçamento do governo federal para 2026. Essa expectativa foi revelada por Fabrício de Oliveira Galvão, diretor-geral da autarquia vinculada ao Ministério dos Transportes, ao receber o deputado federal Leonardo Monteiro (PT) e o deputado estadual Celinho Sinttrocel (PCdoB) em seu gabinete, nesta terça-feira (23).
Conforme Fabrício, as obras no lote 8A devem começar ainda este ano, conforme já noticiado pelo Diário do Aço]. A gente realmente contratou os lotes 8A e 8B da BR-381, aquele trecho de Caeté até Belo Horizonte, lotes importantes para a gente continuar toda a obra da BR-381. Então eu queria dizer que [sobre o lote 8A, nossa expectativa é que ainda esse ano a gente tenha as obras na pista, estamos finalizando os projetos para iniciar as obras. No lote 8B já estamos trabalhando com as realocações para que a gente cumpra essa etapa importante para que as obras venham a acontecer”, explicou o chefe do Dnit em vídeo veiculado no perfil do Instagram de Leonardo Monteiro.
As obras, no total, devem custar R$ 1,1 bi aos cofres públicos. Há um diálogo junto aos deputados federais para que possam ser destinados recursos de verbas parlamentares para este orçamento, o que poderia facilitar o investimento do Executivo.
Lotes 8A e 8B
O lote 8A tem 18 km de extensão e liga Caeté ao distrito de Ravena, no município de Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
O Lote 8B tem 13,8 km e vai do trevo de Ravena até a saída do Anel Rodoviário, recentemente municipalizado. Esse trecho detém um dos pontos mais críticos, que é o bairro Vila da Luz, uma invasão posicionada entre a BR-381 e BR-262, no trevo que dá acesso à cidade histórica.
Assim como em outras partes da rodovia federal na Região Metropolitana da capital, será necessário fazer a desapropriação das famílias que vivem à margem da pista. No anel rodoviário, essa ação contará com a parceria da Prefeitura de Belo Horizonte.
A complexidade jurídica que envolve os dois lotes foi um dos motivos do trecho ter sido retirado do edital da concessão, pois a iniciativa privada não tinha interesse em lidar com a situação. Calcula-se que devem ser realocadas cerca de 1.400 famílias que vivem às margens do trecho.
Após a duplicação, que deve ser concluída em até oito anos, o seguimento será entregue à Nova 381, empresa que já administra a rodovia entre Caeté e Governador Valadares. A concessionária será a responsável por manter as condições de trafegabilidade da pista, fazer as manutenções cabíveis e oferecer outros tipos de serviços que já são prestados no trecho concedido.
A gente sabe que para fazer obra precisa de recurso. O nosso diretor-geral do Dnit, doutor Fabrício Galvão, garantiu que tem recurso para já começar. Já foram pagos mais de R$ 90 milhões depositados em juízo para as desapropriações daquelas famílias que moram na chegada de Belo Horizonte. O processo está acontecendo e vai certamente garantir recursos para que as obras possam ser feitas no ano de 2026 dentro do orçamento do governo federal”, afirmou o deputado Celinho do Sinttrocel, em entrevista ao Diário do Aço.
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