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06 de agosto, de 2025 | 22:05

Chega ao fim o primeiro dia de julgamento dos réus do caso Caio Domingues

Sessão do Tribunal do Júri Popular em Timóteo deve ir até sexta-feira

Wellington Fred
Sessão foi aberta às 10h40 e só foi encerrada às 21h30 desta quarta-feira; para ser retomada amanhã cedo Sessão foi aberta às 10h40 e só foi encerrada às 21h30 desta quarta-feira; para ser retomada amanhã cedo

Depois de quase 12 horas foi suspensa a sessão do Júri Popular que avalia a acusação de homicídio com duas qualificadoras, contra Luith Silva Pires Martins, de 41 anos, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, 23 anos. Eles são acusados da morte de Caio Campos Domingues, de 38 anos, assassinado a tiros na saída de sua chácara, em Lavrinha de Jaguaraçu, em 4 de abril de 2023. Os jurados, dentre eles cinco mulheres e dois homens, saíram do fórum e foram para um hotel, onde permanecerão incomunicáveis até a retomada do julgamento nesta quinta-feira (7). Igualmente ficam incomunicáveis oito testemunhas de defesa, que ainda serão ouvidas.

A sessão é presidida pela juíza Marina Souza Lopes Ventura Aricodemes. Com um esquema reforçado de segurança, que será mantido nesta quinta-feira, o Tribunal do Júri da Comarca de Timóteo recebe entre o público, familiares dos réus e da vítima, além do público, de acordo com as vagas existentes no auditório.

O Ministério Público é representado pelos promotores de Justiça Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro. Os advogados Ignácio Luiz Gomes de Barros Júnior, Marina Suda e Isla Karoline atuam como assistentes da acusação. Cinco advogados atuam na defesa de Luith e dois atuam na defesa de João Victor. A defesa evitou fazer pronunciamentos para a imprensa durante o primeiro dia de julgamento.
Wellington Fred
Público deixa o salão do Júri Popular; acesso na quinta-feira permanecerá restrito e com segurança reforçada Público deixa o salão do Júri Popular; acesso na quinta-feira permanecerá restrito e com segurança reforçada

Depoimentos
Na sessão desta quarta-feira, prestaram depoimento as testemunhas de acusação. Dentre várias pessoas que prestaram depoimento, esteve o prefeito de Timóteo, Vitor Prado, que na época dos fatos trabalhava na Polícia Militar e era o oficial responsável pela equipe tática que abordou e efetuou a prisão de João Victor na manhã seguinte ao crime, no distrito de Cava Grande. Vitor respondeu às perguntas da acusação e da defesa dos dois réus durante mais de duas horas.

O militar da reserva fez questão de reforçar que em nenhum momento houve agressão ou coação para que o acusado dos disparos assumisse a autoria do crime. Vitor Prado também garantiu que João revelou a participação da esposa de Caio, e que os documentos pessoais dele estavam em um carro de Luith, veículo que não havia sido usado durante o crime e estava na garagem da residência do casal. Prado afirmou ainda que foram encontrados os referidos documentos no porta-luvas do automóvel. O depoimento durou mais de duas horas.

Demais testemunhas
O delegado Gustavo Cecílio foi o primeiro a ser ouvido. Ele também deu respostas relacionadas à apuração dos fatos por cerca de uma hora. Igualmente foi ouvido o policial militar Sebastião Lourenço, que atuou no registro da ocorrência no dia do crime.

Mãe de Caio
Arlete Aparecida Campos Rodrigues, mãe de Caio, passou mal durante o júri, foi conduzida ao hospital de Timóteo pelo Samu, mas retornou ao fórum para prestar depoimento. Sob forte comoção, ela relatou como era o relacionamento de Caio com Luith e desconheceu as supostas agressões do filho contra a então esposa. Ela também relatou que não tem conhecimento de que Caio tinha dívidas com agiota, mas confirmou que a acusada contraiu dívidas diversas.
Wellington Fred
Cinco advogados atuam na defesa de Luith Pires e dois trabalham na defesa de João VictorCinco advogados atuam na defesa de Luith Pires e dois trabalham na defesa de João Victor

Defesa
A defesa arrolou 11 testemunhas, incluindo uma perita da Polícia Civil que teria sido acionada para periciar o local do crime, mas que havia sido dispensada pelo delegado Jorge Caldeira.

Também prestou depoimento um pedreiro que ajudou a socorrer Caio Domingues logo depois que ele foi atingido pelos tiros.

Por volta de 21h, prestou depoimento um irmão de Luith Silva Pires Martins. Ele relatou que o casal não vivia bem e enfatizou que Caio Domingues era agressivo com a esposa. Nos depoimentos tomados das testemunhas, a defesa procurou explorar a versão de que a vítima era violenta com a esposa, fato que a família da vítima nega ter conhecimento. Também inexistem registros policiais feitos por Luith em relação à violência doméstica.

Defesa evita a imprensa
O réu João Victor é defendido pelos advogados Flaviano Dueli de Souza e César Junio. Dueli justificou ao Diário do Aço que iria se pronunciar de forma oficial somente após o encerramento do julgamento, tendo em vista que ele não concedeu entrevistas em momentos anteriores, e que permaneceria com esse posicionamento.

A defesa de Luith é composta por cinco advogados: Lorena Iara Vidal Santos, Larissa Alves de Oliveira, Heraldo Maria de Oliveira, Caio Barbosa Ulhôa e José Constantino Filho Coronel. Eles também preferiram não se manifestar.

No entanto, foi possível apurar que os advogados de ambos defendem que os seus clientes são inocentes. Durante as perguntas dos advogados, bem como as respostas dos militares, foi citada uma possível dívida do casal com um agiota, e que um homem havia ido anteriormente à porta da residência para cobrá-los.



Julgamento pode acabar somente na sexta-feira

Há duas hipóteses para a conclusão do julgamento. A sessão deve ser retomada às 9h desta quinta-feira (7), e, caso a juíza presidente opte, o tribunal pode continuar em andamento durante a tarde e madrugada, sendo concluído às 4h de sexta-feira.

Outra possibilidade é que o julgamento seja encerrado novamente na noite de quinta e retorne na manhã seguinte, podendo ser encerrado na tarde de sexta-feira.

Estão previstas oito horas de debates entre a acusação e a defesa, visto que serão concedidas 2h50 para a promotoria e para a defesa, totalizando 5h. Posteriormente, são concedidas ainda 1h30 para cada, finalizando a discussão em 8 horas. A tendência é que nenhum dos debatedores abra mão dos minutos.

Relembre o caso
Caio foi morto a tiros na tarde do dia 4/4/23, quando saía de sua chácara em Lavrinha de Jaguaraçu, na companhia da esposa. Ela virou ré no caso, acusada de contratar João Victor para simular um roubo e executar o marido a tiros. Caio e Luith eram casados havia 12 anos e têm um casal de filhos, que, após o acontecimento, foram colocados sob a guarda dos avós paternos.
Já publicado sobre o julgamento:
- Acusação detalha provas contra réus no caso Caio Domingues em Timóteo prevê pena maior para a mandante
- “Eu acordo e durmo pensando nele”, diz irmã de Caio Domingues ao pedir por justiça
- Acusados da morte de Caio Domingues serão julgados nesta quarta-feira em Timóteo


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Comentários

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Tião Aranha

07 de agosto, 2025 | 22:04

“De nada adianta ter um batalhão de advogados, Deus vai mostrar na hora certa de quem foi a culpa!”

Passou Vergonha no Pix

07 de agosto, 2025 | 06:03

“B2@, se o senhor tivesse lido pelo menos a introdução da reportagem que diz "Os jurados, dentre eles 5 mulheres e 2 homens, saíram do fórum e foram para um hotel, onde permanecerão incomunicáveis até a retomada do julgamento nesta quinta-feira (7). Igualmente ficam incomunicáveis oito testemunhas de defesa, que ainda serão ouvidas", não estaria passando vergonha em site de jornal. Se ler mais um pouco vai entender que o julgamento só deve terminar sexta-feira. Aí sim, se não publicar compensa cobrar a informação sobre as penas, que até agora ninguém sabe.”

B2@

06 de agosto, 2025 | 23:42

“Só falta informar a pena a ser cumprida pelos criminosos.”

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