08 de maio, de 2025 | 20:48

Assassino acusado de homicídio no Esperança em Ipatinga pega mais de 34 anos de cadeia

Wellington Fred
Pela sexta vez Ramon Campidelis foi a julgamento e, pela primeira vez, condenado por crime contra a vida Pela sexta vez Ramon Campidelis foi a julgamento e, pela primeira vez, condenado por crime contra a vida

Em um julgamento no Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga, que durou mais de nove horas nesta quinta-feira (8), Ramon Campidelis Correia, de 29 anos, foi considerado culpado pela morte do chapeiro Ruan Carvalho Melo, de 28 anos, e sentenciado a uma pena de 34 anos, 8 meses e 40 dias de reclusão. Soma-se a essa pena mais 8 meses de condenação por lesão corporal de um jovem de 26 anos, que estava ao lado de Ruan e também foi atingido.

No julgamento, o segundo crime foi desclassificado de tentativa de homicídio para lesão corporal. Já, em relação a Ruan, o réu foi sentenciado por homicídio com três qualificadoras. A defesa, representada pelo advogado Thiago Xavier anuncia que irá recorrer da sentença. O réu está recolhido ao sistema prisional em Ribeirão das Neves e foi trazido a Ipatinga para o julgamento. Após o Júri, volta para a sequência da prisão.

O Júri Popular foi marcado por intensos debates entre a defesa do réu e o promotor de Justiça, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro. O crime levado a julgamento nesta quinta-feira, tem outros réus, dos quais, um já foi julgado e um terceiro aguarda julgamento.

Consta no processo que Ramon Campidelis Correia, de 29 anos, foi o mandante do homicídio praticado na noite do dia 23 de novembro de 2021, na rua Crisântemo, no bairro Esperança.
O promotor sustentou na acusação que o réu, em companhia de outros dois homens integravam uma associação criminosa armada com o objetivo específico de praticar crimes e foi responsável pelo homicídio em julgamento. Citou também que, contra o réu já registro de 36 boletins de ocorrência policial e uma condenação, de 2016, por tráfico e associação criminosa.

Esse foi o sexto julgamento enfrentado por Ramon Campidelis. Em outros cinco casos o réu foi impronunciado. Pela primeira vez, o indivíduo foi sentenciado, apesar da extensa ficha de crimes a ele imputados.

O advogado Thiago Xavier afirmou em entrevista ao Diário do Aço que irá recorrer porque a decisão é contrária às provas no processo “Um policial militar e um policial civil foram as principais “provas da acusação” para se valer do fundamento de que ele [Ramonzinho] teria sido o mandante. Nós lutamos, comprovamos que não existia prova desse mando. Mas, o Tribunal do Juri é a sociedade que decide por uma versão ou por outra. Vamos recorrer e pedir a nulidade”, destacou o defensor.

O advogado enumerou outros crimes, dos quais seu cliente foi acusado e acabou absolvido: “Foi acusado dos crimes envolvendo duas vítimas mulheres, no Ipanemão, em que foi impronunciado, pois não se tem indício da participação dele neste caso.

Teve um processo também envolvendo uma vítima, o Breno, ele foi absolvido. Teve outro um processo em que uma pessoa ficou tetraplégica, também foi absolvido. Teve um processo envolvendo organização criminosa e associação, e também foi absolvido. Restava esse, que era o último processo, acusado do crime de mando, que resultou na condenação”, detalhou.
Reprodução / Arquivo DA
O chapeiro Ruan tinha 28 anos, quando foi assassinado por dupla em moto, no Esperança O chapeiro Ruan tinha 28 anos, quando foi assassinado por dupla em moto, no Esperança

Sem impunidade

O promotor Jonas Junio afirmou que a sensação é que a Justiça foi feita no julgamento desta quinta-feira. “Era um indivíduo que vinha cometendo crimes graves há muito tempo na região e, pela primeira vez tem uma resposta da sociedade. Acredito que julgamentos como o de hoje, tendem a repercutir na nossa sociedade e que as pessoas entendam que os crimes vão ter uma resposta firme”, destacou.

O que a polícia apurou sobre o crime no Esperança

Conforme a denúncia, com base na apuração das polícias Militar e Civil, o fato foi motivado por desavenças relacionadas ao tráfico de drogas. “O réu ora julgado foi o mandante e principal articulador da ação criminosa, na condição de chefe do tráfico e líder da associação armada composta pelos envolvidos”, enfatiza o promotor.
Wellington Fred
Ao fim do julgamento, o preso agora condenado retornará para o cumprimento de pena no Sistema Prisional em Ribeirão das Neves Ao fim do julgamento, o preso agora condenado retornará para o cumprimento de pena no Sistema Prisional em Ribeirão das Neves

Ramonzinho extraditado

Depois do crime em 2021, o réu fugiu para os Estados Unidos, teve seu nome incluído na Difusão Vermelha da Polícia Internacional e foi preso em agosto de 2024, no estado da Pensilvânia, conforme noticiado na época pelo Diário do Aço. Deportado para o Brasil, aguarda preso pelo julgamento agendado para esta quinta-feira.
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