27 de fevereiro, de 2025 | 08:40
Coronel Fabriciano planeja intervenções para mitigar efeitos de extremos climáticos
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoAtualizada às 11h25 com informações sobre a autorização do repasse do MIDR ao município
Neste verão, o Vale do Aço experimentou a força dos eventos climáticos extremos, e a necessidade de se organizar para diminuir os riscos e mitigar os possíveis impactos. Diante disso, Sadi Lucca (PL), prefeito de Coronel Fabriciano, elencou algumas obras e projetos que pretende implementar para que cenários como o do dia 17 de dezembro de 2024 não se repitam.
Conforme o chefe do Executivo, desde a administração passada estão sendo promovidas obras de drenagem no município, sobretudo, em locais de constantes inundações, como nas proximidades da rodoviária velha. Essas iniciativas devem permanecer nos próximos anos.
Desde a gestão com o prefeito Marcos Vinicius, a gente sempre está investindo na infraestrutura. Estamos gastando mais de R$ 2 milhões por ano em drenagens. Sabemos que Fabriciano foi mal urbanizado no passado. Nós temos muitas encostas, muitos morros e sabemos hoje do risco que isso pode ocasionar quando vem uma chuva de alta intensidade. Estamos trabalhando em relação a isso”, afirmou Sadi durante coletiva de imprensa segunda-feira (24), quando anunciou o início do pagamento de auxílio emergencial para as vítimas da chuva.
Moradia popular
Um dos principais problemas, não só de Coronel Fabriciano, como de grande parte dos municípios da região, é a proximidade das residências dos cursos de água, o que facilita as inundações. Quanto a isso, o prefeito pretende retirar alguns munícipes de áreas de risco, por meio de políticas públicas.
Fabriciano tem ribeirões que cortam a cidade e muitas moradias que estão ali há 30, 40 anos, 50 anos. É muito difícil chegar e tirar essa família de lá. Nós já trouxemos 788 moradias para a cidade e está chegando mais 500 moradias. Antes a gente vai identificar essas pessoas que moram em áreas de risco, em ribeirões, para que a gente possa direcionar essas famílias para essas localidades, para esses apartamentos”, afirmou.
Como o Ministério das Cidades é o gestor do programa, fica a cargo do órgão estabelecer as regras e condições para implantação dos empreendimentos, definir o padrão das moradias, a exigência de participação financeira dos beneficiários, sob a forma de prestações mensais, estabelecer os critérios de elegibilidade e seleção dos beneficiários, entre outras prerrogativas. No entanto, o governo municipal tentará negociar com a União para que umas porcentagens dessas moradias sejam ocupadas por cidadãos em áreas sujeitas a desastres por mudanças climáticas.
Mapeamento
Em 2024, o Diário do Aço publicou uma reportagem, com base em dados de um estudo feito a pedido do governo federal, que mapeou 1.942 municípios em todo Brasil, que mostram que 14.130 pessoas moravam em áreas suscetíveis a passar por algum episódio de deslizamento, enxurrada ou inundação associados à chuva intensa.
Obras no ribeirão
Paralelo à retirada de famílias das proximidades de cursos d'água, a prefeitura planeja uma grande obra no ribeirão Caladão. Estamos planejando para que a gente possa fazer uma grande obra, principalmente na beira do ribeirão Caladão, que corta a cidade. São quase sete quilômetros desde o início do ribeirão até a sua foz, no rio Piracicaba", complementou o prefeito.
Recursos federais são aguardados
Apesar de ter sido atingido pelo temporal em dezembro, o município entrou em situação de emergência somente no dia 21 de janeiro. Com isso, a administração ainda espera receber recursos financeiros por parte da União, para dar sequência a obras de infraestrutura que precisam ser concluídas em vários pontos do município.
Estamos em busca de recursos, porque nós temos ainda muitas vias interditadas. Temos uma ponte que, no sentido Santa Terezinha, está paralisada e a estrada dos Cocais, que está interditada. Nós precisamos de recursos para que a gente possa reconstruir essas pontes, gabiões e algumas ruas também que foram danificadas por causa da chuva”, concluiu.
Nesta quarta-feira (26), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, autorizou, nesta quarta-feira (26), o repasse de R$ 765.369,86 ao município de Coronel Fabriciano. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Os recursos são destinados para a execução de ações de resposta ao temporal que atingiu a cidade
Desde 20 de fevereiro a administração municipal faz intervenções na estrada que liga a cidade à região rural de Cocais, por meio do bairro Caladão. A estimativa é que essas intervenções sejam concluídas no prazo de 15 dias. O governo orienta que as pessoas que precisem acessar os distritos passem pelo Ipaneminha, em Ipatinga, ou pela Serra da Viúva, em Santana do Paraíso.
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Roberto Selken
27 de fevereiro, 2025 | 14:49As mudanças climáticas são uma realidade, independentemente de crenças ou opiniões. O Pantanal queimou, a Amazônia queimou, São Paulo enfrentou incêndios, e o Vale do Aço também foi consumido pelo fogo em 2024.O segundo semestre de 2025 será terrível!!
Apesar dessa crise evidente, a eleição municipal foi realizada em 6 de outubro de 2024 e ignorou completamente o tema ambiental , um assunto que deveria ter ocupado o centro dos debates públicos.
O ambientalismo deixou de ser apenas uma causa de bicho-grilo, agora, trata-se da sobrevivência da humanidade. Precisamos de um projeto robusto e ambicioso de reflorestamento urbano e rural no Vale do Aço.
Plantar centenas de milhares de árvores não é apenas uma necessidade ambiental, mas uma nobre tarefa que deve envolver os cidadãos, os vereadores, os prefeitos, o IEF e as grandes indústrias siderúrgicas da nossa região.É hora de agir.”
Marcos
27 de fevereiro, 2025 | 11:03A muito tempo não é feito o desassoreamento do Ribeirão caladão, o acumulo de resíduos e vegetação é grande, Criticaram o parque linear, mas naquela da Br 381 pra frente não teve inundação.”