18 de janeiro, de 2025 | 08:20
Trabalhador relembra ''choque'' ao chegar em casa na manhã do dia 12
Matheus Valadares
Quatro dias após a tragédia, José Roberto ainda retirava excesso de barro da rua Mandi
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Na madrugada de 12 de janeiro, quando choveu mais de 200mm somente na região do bairro Bethânia, em Ipatinga, José Roberto, de 39 anos, operador de ponte rolante, trabalhava em uma siderúrgica da região. O bairro em que ele mora, Granjas Vagalume, também foi severamente atingido. Ao Diário do Aço, o metalúrgico, José comentou sobre o susto que levou ao retornar para sua casa pela manhã.
Foi inacreditável a gente chegar e ver o cenário do jeito que estava. Eu vim durante o serviço de manhã passando pelo Canaã, Bethânia, até chegar aqui no Granjas Vagalume. Aqui perto do posto de gasolina, que é um lugar mais baixo, também foi bem atingido pela chuva, até chegar na rua Mandi, que é onde resido. Fui foi vendo um cenário assustador”, afirmou.
José também relatou a dificuldade para chegar em casa, devido às condições que se encontrava a rua em que ele mora. Foi muito difícil, porque o portão estava cheio de pedra, pedaços de madeira, terra, muita coisa obstruindo a entrada. Eu cheguei, tinha que descansar para voltar a trabalhar, eu nem fiz isso, fui mexer, limpar a área que estava bem degradada da chuva mesmo”, continuou.
Situação atual
Na quarta-feira (15), agentes das Defesa Civil Municipal e Estadual, com voluntários do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), estiveram na rua Mandi, analisando o ponto em que houve um deslizamento de terra, em uma encosta à margem da via. No topo deste morro, conforme já divulgado pelo Diário do Aço, há uma torre de alta-tensão da Cemig, que também trazia preocupação aos moradores, devido a uma cratera perto da base do equipamento. O risco de queda foi descartado pela concessionária de energia.
Eu já subi no ponto de onde deslizou a terra aqui na rua Mandi. Tem lugar que tem abertura de 30 a 40 centímetros, que você consegue ver na terra, a abertura. Então é preocupante. E a gente vê várias vítimas dessa fatalidade. Não ocorre direto isso, graças a Deus, mas é assustador. Você chega e fica sem chão”, concluiu o ipatinguense.
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