27 de setembro, de 2024 | 10:34

Fogo em vegetação se aproxima de residências e moradores têm que correr em Santana do Paraíso

Um incêndio de grandes proporções atingiu a encosta do bairro Residencial Paraíso, antigo Minas Caixa, em Santana do Paraíso, na manhã desta sexta-feira (27) e as chamas se aproximaram perigosamente das residências. Uma família teve que sair correndo do local, tomado pela fumaça e pelo calor do fogo que atingiu o mato perto da casa.
Enviada ao Diário do Aço
Labaredas atingiram mato ao lado de uma residência e moradores tiveram que fugir em pânico Labaredas atingiram mato ao lado de uma residência e moradores tiveram que fugir em pânico

“O fogo pegou no Minas Caixa, queimou tudo o que encontrou pela frente, atingiu a fazenda do Genésio e agora está indo sentido ao Tribuna, em Ipatinga", relata um dos moradores, em mensagem enviada ao Diário do Aço. Veja mais abaixo, vídeo do momento de apreensão vivido por uma família, que teve de correr das chamas.

Este é o segundo dia de queimada criminosa em Santana do Paraíso. Quinta-feira, uma dupla foi flagrada colocando fogo no mato à margem de uma estrada no córrego do Monjolo. Os dois incendiadores escaparam da prisão por pouco, mas segundo testemunhas, depois de fugirem do primeiro local incendiado, os dois foram para outro ponto, na mesma área e iniciaram um novo foco.

Equipes dos bombeiros, brigadistas do município e voluntários atuaram durante todo o dia, sem conseguir controlar o fogo, em uma área de difícil acesso. A fumaça desta queimada atingiu vários bairros em Ipatinga, na noite de quinta-feira, provocando problemas para crianças e idosos. Esta semana foi publicada pelo jornal a reportagem Casos de síndrome respiratória aumentam em 15% no Vale do Aço, em que é mostrado, entre os fatores dos problemas respiratórios, o excesso de fumaça das queimadas.

Investigação

No caso do incêndio no córrego do Monjolo, a Polícia Civil foi acionada e iniciou levantamentos para se chegar aos responsáveis pelo incêndio florestal.

A queimada desta sexta-feira, no Residencial Paraíso, também atinge a vegetação em área de difícil acesso e queima sem parar desde o começo da manhã. Nesta sexta-feira, o jornal Diário do Aço publicou a reportagem Incêndios reduzem a qualidade do solo e geram risco de deslizamentos no período chuvoso, com um alerta sobre os danos ambientais causados pela sequência de queimadas.

Seca vai continuar

Sem chuva significativa há mais de quatro meses, o Vale do Aço enfrenta baixa umidade do ar, situação agravada com o calor de 35 graus, em média. Não há previsão de chuva para os próximos dias.

Moradores fogem em pânico, com chamas de queimada que atingiram o quintal de residencia em Santana do Paraíso. Leia a notíciam, veja o vídeo: 👉 www.diariodoaco.com.br/noticia/0118...

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— jornaldiariodoaco.bsky.social (@jornaldiariodoaco.bsky.social) 27 de setembro de 2024 às 10:40

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Comentários

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Tião Marreta

28 de setembro, 2024 | 10:27

“Dica de ouro, para os proprietários de residências próximo a matas. Pesquisem aceiro,capina, prevenção contra queimadas florestais no Google. Esse ano não deu, mas para os próximos anos podem ser de grande valia.”

Messi José

27 de setembro, 2024 | 13:06

“Parabéns Rodrigo pelo belo texto! Apesar de extenso o texto, conclamo a todos leem. Eu creio que a natureza está nos dando muitas chances de verem as atrocidades que o humano está a aprontar.... Acordem....”

Cidadadão

27 de setembro, 2024 | 11:05

“O que me deixa pasmado é que, numa hora dessas, ninguém vê quem coloca fogo. Agora, discute com a sua esposa na porta de casa ou faz qualquer coisa errada, por menor que seja na rua, que aparece dedo duro até nos postes. Sai fofoqueiro até da boca de lobo. É uma falsidade, uma hipocrisia esse trem de não saber quem colocou fogo, que eu não tenho paciência com isso não, viu? Arrisca deu perder o réu primário sem encontrar alguém colocando fogo perto da minha casa. Há uns dias minha casa tinha tanta fumaça que eu mal conseguia respirar.”

Rodrigo

27 de setembro, 2024 | 10:46

“Em vários lugares do mundo, já começou a Terceira Guerra Mundial. Não será entre países, mas a guerra entre o homem e a natureza. Uma guerra que evidentemente não podemos ganhar.

Quando pensamos na natureza, pensamos nela de forma poética e telúrica. Mas terremoto é também natureza; tsunami também é natureza; seca, nevasca, chuvas torrenciais, avalanche e FOGO - é tudo natureza. A natureza está agindo em legítima defesa. Ela não aguenta mais ser invadida, desrespeitada, queimada.

O que é o Rio Grande do Sul? É a morte anunciada de Gabriel García Márquez. Não vou escrever mais um texto ingênuo sobre o assunto. É tudo uma questão contábil: explorar a natureza é receita; preservação é despesa. E ninguém está disposto a pagar, nem o consumidor.

Mas o que tem a ver este texto ?bicho grilo? neste jornal tão circunspecto? Tem tudo. Estive ano passado em Davos, sobre uma discussão sobre aquecimento global, e para meu estarrecimento e pânico, de uma mesa de 12 debatedores, 10 eram as grandes seguradoras do mundo. Elas tinham dados mais assustadores que o Greenpeace e sabiam avaliar as perdas catastróficas que aconteceriam a cada décimo de aquecimento global.

O aquecimento global é fato e fato econômico. Napoleão e Hitler perderam a guerra porque foram lutar contra um general chamado Inverno. Estamos entrando numa guerra que não podemos vencer. A devastação do Rio Grande do Sul é um drama humano: centenas de mortes humanas, milhares de mortes empresariais. Uma catástrofe fiscal, desempregadora.

Assisti a uma palestra no Itaú BBA Conference em Nova York de Al Gore, que fez o famoso documentário ?Uma Verdade Inconveniente?. Hoje, ele poderia fazer outro documentário chamado ?I Told You? (eu te disse).

Todos os leitores deste jornal estão ocupados em gerar e gerir patrimônio em sucessão familiar. Então eu chamo esta comunidade a pensar nos nossos filhos e netos. Seus filhos pequenos vão enfrentar um mundo muito difícil, nossos netos vão enfrentar um desastre.

Está na hora de ouvir quem mais entende de desastres climáticos: as seguradoras mundiais. Agora vamos colocar os pingos nos iis: o planeta não vai acabar, quem vai acabar são os seres humanos.

Você nunca se perguntou como o Titanic afundou? Como eles não viram um iceberg gigantesco? Simples: eles se achavam indestrutíveis. Não dá para negar que temos feitos avanços suficientes para gerar uma economia verde (que pode ser muito lucrativa).

Mas os projetos verdes devem ter processos de aprovação (que são infindáveis) mais céleres, muitos incentivos fiscais. O futuro precisa ter um fast track, o futuro tem que ser lucrativo. Chega de poesia.

Só se fala em inteligência artificial, mas a burrice anda mais rápido que a inteligência. A inteligência tem limites, a burrice não.

Os organismos multilaterais estão de mãos atadas por regras inoperantes. As ditaduras se movem muito mais rápido que a democracia, com suas infindáveis instâncias. E faltam Churchill e De Gaulles verdes.

No Rio Grande do Sul, a natureza não poupou ninguém. Os pobres perderam muito do pouco que tinham e os ricos, muito do muito que têm.

Este é mais um texto que os ricos não lerão porque estão cansados de textos assim e têm uma reunião hoje de manhã. Eles são regidos por um mercado sem alma. E os pobres não vão ler porque muitos não sabem nem ler.

A bomba atômica é um traque de São João. A caminho de Davos, vi, em pleno inverno, mas os mandatários não veem nem avalanches nem falta de neve porque estão no celular.

A natureza está avisando, tchê. Sirva nossa tragédia de aviso a toda a Terra.

Sou capitalista liberal. Gosto de dinheiro, de margem, mas não sou cego nem surdo. Senhores, estamos na primeira classe do Titanic.”

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