24 de dezembro, de 2022 | 09:30

Campanha salarial não avança e Sindipa fala em possível estado de greve de trabalhadores da Usiminas

Bruna Lage
Proposta da empresa já havia sido rejeitada por trabalhadoresProposta da empresa já havia sido rejeitada por trabalhadores

Uma nova reunião entre Usiminas e o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) ocorreu na tarde de quinta-feira (22), mas não houve avanço. A informação foi repassada ao Diário do Aço pelo presidente do sindicato, Geraldo Magela Duarte. Nenhuma nova proposta foi levada à mesa de negociação. Os termos apresentados foram os mesmos já apreciados pelos trabalhadores em assembleia no dia 13 e, conforme divulgado pelo jornal, reprovados pela maioria dos metalúrgicos. Apesar disso, a empresa não alterou nada do que havia proposto anteriormente, o que pode acarretar em um movimento de greve, caso nenhuma contraproposta surja. A empresa alega que a proposta apresentada – e rejeitada - está alinhada ao atual cenário da indústria do aço e à realidade da própria empresa.

A pauta em questão é referente à campanha salarial 2022/2023 dos trabalhadores metalúrgicos da Usiminas, Usiroll e Unigal empresas contratadas. A proposta mantida pela empresa para os trabalhadores ligados ao Sindipa é de pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 6,46% a partir de 1º de novembro e de aumento do vale-alimentação (atualmente de R$ 240) para R$ 350.

Na pauta de negociação aprovada pelos trabalhadores no mês de outubro, o objetivo almejado era de que o salário base nominal dos empregados da categoria profissional convenente (que faz convênio) devido no dia anterior à data-base, será corrigido a partir da data-base (1/11/2022), pelo percentual relativo à variação acumulada do INPC apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1/11/2021 a 31/10/2022 ou conforme o período anterior de um ano antes da respectiva data base.

Possível greve

Geraldo Magela explica que depois da assembleia ocorrida no dia 13, em que 80% dos trabalhadores rejeitaram a proposta, a Usiminas marcou outra reunião para o dia 22. E, após esse período, não formulou uma nova proposta. “Veio até nós sem nada novo e agendou uma reunião para o dia 5 de janeiro. Há uma distância grande de tempo entre as duas reuniões. Entendemos que isso é uma falta de respeito com os trabalhadores. Quando cobramos que está muito longe, que poderia fazer semana que vem para termos assembleia ainda esse ano, alegou que a diretoria está de recesso. Certo, mas e os trabalhadores? Eles continuam trabalhando normalmente”, questiona.

O presidente do Sindipa diz repudiar a atitude da empresa e exige que trate os trabalhadores como eles merecem. “Alertamos a empresa que esse intervalo tão grande entre uma proposta e outra só vai revoltar ainda mais os trabalhadores. Uma nova rodada está marcada para o dia 5, provavelmente não vão agendar uma antes, mas se nesta reunião não tiver uma proposta, vamos chamar uma assembleia de estado de greve e mostrar para a Usiminas a insatisfação e o valor que cada trabalhador deve ter por produzir tanto. Se não tiver uma proposta digna de ser apreciada, vamos chamar assembleia de estado de greve e tenho certeza que desses 80% (que votaram na assembleia anterior), no mínimo 70% dos trabalhadores vão aprovar o estado de greve”, conclui.

Usiminas

Procurada, a assessoria da empresa manteve o posicionamento enviado na semana passada, quando ocorreu a assembleia. Lembrou que o Senge (Sindicato dos Engenheiros) e Sintec (Sindicato dos Técnicos Industriais de Minas Gerais) aprovaram a proposta da companhia no dia 12 e destacou que “a proposta apresentada está alinhada ao atual cenário da indústria do aço e à realidade da própria empresa”.

Já publicado:

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Trabalhadores da Aperam aprovam proposta e encerram campanha salarial
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Comentários

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Marcos

26 de dezembro, 2022 | 06:32

“Quando a empresa der preferência apenas pra técnicos e mandar estes só sindicalistas todos pra rua quero ver se o sindicato vai te dar emprego seu idiota.”

Opinião Sincera

25 de dezembro, 2022 | 18:50

“Está na hora da peãozada ficar esperta e boicotar esta empresa, tem pessoal de fora do Estado vindo para obra do Alto Forno recebendo muito mais do que trabalhadores que esta lá a décadas. Vocês unidos são maior corre risco de vida de ficar nessa bomba de lugar para todo mês esta endividados e essa empresa aí exportando aço para tudo que é lugar lucro lá nas alturas. Acordem peãozada!”

Eu

25 de dezembro, 2022 | 08:47

“Kkkk....piada isso? O trabalhador da usiminas tem tento medo de ser demitido que toparia trabalhar até de graça...
Greve na Usina? Mas fácil o bolsonaro conseguir dar um golpe e virar ditador vitalício do Brasil...”

Ataide José Rodrigues

24 de dezembro, 2022 | 15:28

“Toda vida a Usiminas Brincou com o trabalhador. Pois ela está numa região que tem mão de obra farta e Barato. E e uma empresa que e o pior Salário de todas empresas do Ramo Siderúrgico. Está passando da hora do tra
balhador acordar e rever seus direitos. Pois o trabalhador da Usiminas não está fazendo nem pro seu próprio sustento.”

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