21 de maio, de 2022 | 13:00

Policial assassinado em Belo Horizonte aguardava tempo para pedir transferência para Ipatinga

Tiago Araújo
Honras fúnebres foram realizadas durante o sepultamento do soldado Gustavo Arruda Honras fúnebres foram realizadas durante o sepultamento do soldado Gustavo Arruda

Dezenas de policiais militares, principalmente de Belo Horizonte, acompanharam durante a noite e madrugada, o velório do corpo do soldado Gustavo Henrique Arruda, de 24 anos, morto em ação no fim da noite de quinta-feira (19) no bairro Jardim Alvorada, na região Noroeste da capital mineira.

O velório foi realizado na casa da família do policial, na rua Beladona, no bairro Esperança, na madrugada e manhã de ontem. O sepultamento foi realizado por volta de 12h30, no Cemitério Parque Senhora da Paz. O cortejo com viaturas dos Bombeiros, da PM, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Penal, seguiu pelas ruas com as sirenes ligadas.

Amigos e colegas do Batalhão de Choque, da PM de Belo Horizonte, também vieram fazer a despedida. Resignados, evitaram dar declarações acerca do ocorrido.

Em entrevista ao Diário do Aço, o pai, José Nilson, de 64 anos, afirmou que o filho tinha como sonho de criança ser policial militar, passou no concurso público e foi designado para ser policial em Belo Horizonte há dois anos. "Ele se esforçou muito para realizar o sonho, mas encontrou alguém que interrompeu tudo. Partiu e deixa agora só a lembrança", resumiu José Nilson. Gustavo era o caçula de um total de três irmãos. Uma irmã mora em Portugal e um irmão, mora em Ipatinga.

Wellington Fred
José Nilson: “Meu filho se esforçou muito para realizar o sonho, mas encontrou alguém que interrompeu tudo”José Nilson: “Meu filho se esforçou muito para realizar o sonho, mas encontrou alguém que interrompeu tudo”
O promotor de Justiça, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro, da 11ª Promotoria de Justiça da comarca de Ipatinga, conviveu com Gustavo em Ipatinga. "Era um amigo pessoal, lamento a perda do profissional de segurança pública. Esse é um exemplo de como os policiais se arriscam em sua atividade todo dia. Tivemos o fato dos dois policiais rodoviários federais, assassinados em Fortaleza (CE) e agora esse fato aqui, bem perto de nós. Isso tudo nos deixa consternados", concluiu.

Conforme o promotor, Gustavo tinha anunciado que aguardava passar os três anos do estágio probatório na PM em BH para pedir transferência para a PM em Ipatinga, sonho que foi interrompido na noite de quinta-feira passada.

“Nosso herói”

O comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Rodrigo Sousa Rodriges, esteve no sepultamento do soldado Gustavo Arruda, no Cemitério Senhora da Paz, no bairro Veneza II. Em entrevista à imprensa, o coronel lamentou o falecimento do policial em combate. “Eu entendo que não só a polícia, mas toda a sociedade de bem tomba junto com o herói como o soldado Gustavo Arruda, que tombou cumprindo a nossa determinação, o que a Constituição prevê para nós. Ele é o nosso herói sim. Uma pessoa honrada, querida por todos. Vieram vários policias de Belo Horizonte para fazer essa homenagem final e prestar nossos pêsames aos familiares dele”, afirmou.

Tiago Araújo
Sob forte emoção, amigos, familiares e colegas de serviço se despediram do soldado Arruda Sob forte emoção, amigos, familiares e colegas de serviço se despediram do soldado Arruda
Entenda o caso

O soldado Gustavo Henrique Arruda, de 24 anos, era lotado no Batalhão de Choque em Belo Horizonte e morreu durante troca de tiros na noite de quinta-feira. A major PM Layla Brunnela afirmou em entrevista à imprensa da capital, sexta-feira (20), que policiais militares foram até o local dos fatos, no bairro Jardim Alvorada averiguar uma denúncia segundo a qual o dono de uma lanchonete na rua Flor D'água, identificado como Adriano Ferreira de Matos, de 33 anos, era envolvido com tráfico de armas de fogo. Adriano, segundo a polícia, revendia armas para criminosos.

Os policiais foram sem farda e, durante a negociação, houve um desentendimento entre um sargento da PM e o suspeito. O soldado arruda estava à paisana, portanto, sem colete balístico e, ao tentar intervir na confusão, acabou baleado nas costas. Adriano, o dono da lanchonete, segundo a PM, foi quem atirou no militar.

O comerciante e a companheira dele estão presos. O quarto suspeito de envolvimento no caso, um jovem de 23 anos, se entregou na tarde de sexta (20). Ele é genro de Adriano Ferreira de Matos, dono de uma lanchonete apontado como responsável pelo tráfico de armas. O jovem negou envolvimento com os tiros dados no local do crime, mas confessou que estaria vendendo uma arma que era dele.



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Comentários

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Costa e Silva

22 de maio, 2022 | 13:17

“Que Deus conforte os corações dos familiares e amigos do soldado Gustavo Henrique. E que a justiça seja feita, identificando e prendendo os covardes q cometeram esse crime.”

Eliza Leão

21 de maio, 2022 | 17:13

“Momento triste . porém a homenagem é linda e emocionante. Que Deus conforte a todos. Meus sentimentos”

Wallace Emerich Garcia

21 de maio, 2022 | 14:46

“Meus mais sinceros pêsames a família, seu filho morreu como um herói defendendo o que é justo e honrado.
Que Deus o receba de braços abertos pelo amor e dedicação.”

Rock

21 de maio, 2022 | 14:16

“Que Deus o receba de braços abertos, e meus sentimentos à família e amigos.
Herói da sociedade.”

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