17 de maio, de 2022 | 09:30

Setor de transporte sente impacto do aumento do preço do diesel

Completa nesta terça-feira (17) uma semana do aumento no preço do diesel. O combustível passou a custar R$ 4,91, e não mais R$ 4,51 por litro nas refinarias. O reajuste de 8,9% foi anunciado dia 9/5 pela Petrobras e começou a valer no dia seguinte. Na maioria dos postos o preço final passa de R$ 7 o litro. “Nós fomos pegos de surpresa pelo aumento. A gente imaginava que poderia ter o aumento, mas não de imediato”, declarou Gladstone Lobato, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg).

Irani Gomes, presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), também se surpreendeu. “A categoria, mais uma vez, foi surpreendida pela política de preço da Petrobras com mais um aumento”, afirmou.

PPI

Desde 2016 a Petrobras adota a política de Preço de Paridade Internacional (PPI). Implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, o índice se baseia nos custos de importação, variação cambial, transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos preços dos combustíveis.

Impacto

Com apenas uma semana de reajuste, os empresários e profissionais que trabalham com transporte sentiram o aumento, como conta Ulisses Martins, que é diretor presidente do Conselho de Sócios da Empresa de Transportes Martins (ETM), que presta serviços em transporte de carga industrial e comercial, com unidade em Coronel Fabriciano.

“Todo aumento de diesel impacta em nossos custos, assim como em qualquer setor de transportes, seja carga ou passageiros. O impacto varia de acordo com a modalidade, no serviço urbano ele varia de 15 a 20%. No serviço rodoviário de 32 até 55%, dependendo do tipo de carga”, explicou.

O empresário acaba, em algumas situações, amargando prejuízos. “De 2021 até os dias de hoje, falando na história recente, os aumentos do diesel têm sido mais impactantes, gerando margens ínfimas e até prejuízos. Não só em nossa empresa, como em todo setor de transporte”, destacou Martins.

Autônomos

O aumento no valor do diesel tem prejudicado também os profissionais que trabalham por conta própria. Paulo Cesar Lage, por exemplo, é motorista autônomo, está no setor há 16 anos e tem uma empresa chamada “Mudanças Novo Lar”, localizada no bairro Canaã, em Ipatinga. Ele tem sentido o peso do aumento.

“Tem impactado e muito. Devido ao aumento tivemos que repassar aos nossos clientes, tornando assim difícil para ambas as partes. Dentro desses últimos anos, já modificamos o valor por três vezes e esse último aumento ficou ainda mais difícil trabalhar”, lamentou.

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Insustentável

O presidente do Setcemg define a situação com insustentável. “A recomendação do sindicato é que todo transportador tem que repassar de imediato para o frete, não tem como sustentar um aumento de qualquer tamanho que for do diesel”, orientou Gladstone, que ainda destacou a importância desse combustível para o país. “Nenhum transportador consegue segurar o aumento desse tipo de custo, principalmente se tratando de diesel, nosso país é movido a óleo diesel”, disse Lobato.

Greve

Irani Gomes acrescenta que o Sindtanque-MG decidiu, com as demais entidades de outros estados, dar um prazo de 30 dias para que a Petrobras, o Governo Federal e o Governo Estadual apresentem alguma proposta que possa trazer a redução dos combustíveis. “Após 30 dias, senão houver nenhuma questão do Governo Federal, do Governo Estadual e da Petrobras em trazer uma redução, a categoria pode cruzar os braços no cenário nacional”, declarou.