15 de maio, de 2022 | 09:30

Proprietário de espetinho alerta comerciantes de Ipatinga sobre o golpe do falso PIX

Stéphanie Lisboa
Mauro Silva Firmino, proprietário do Espetinho Grill, disse que o golpe era frequente Mauro Silva Firmino, proprietário do Espetinho Grill, disse que o golpe era frequente

Um comerciante usou as mídias sociais, nesta semana, para desabafar sobre a prática do golpe do falso PIX. Mauro Silva Firmino, proprietário do Espetinho Grill, localizado no bairro Caravelas, em Ipatinga, publicou o vídeo no dia 10 de maio, última terça-feira. Nele, Mauro narrava sobre a tentativa frustrada de uma moradora do bairro Cidade Nobre de não pagar pelo pedido de R$ 100. Mas engana-se quem pensa que aquela era a primeira vez que o comerciante passava pela situação.

O golpe do PIX funciona da seguinte forma: a pessoa agenda o pagamento via PIX, gera um comprovante e o envia para o fornecedor do serviço, que acredita que o pagamento foi feito – sem conferir o depósito do valor em sua conta bancária. No entanto, após isso, o estelionatário não efetiva a operação financeira.

Esperança

Mauro contou à reportagem do Diário do Aço que a primeira experiência desagradável com o golpe foi no dia 14 de abril, ao achar estranho que uma cliente do bairro Esperança fazia pedidos todos os dias. “Achei estranho, pois ninguém tinha hábito de fazer isso. Percebi e verifiquei que não estava caindo o dinheiro”, explica.

O proprietário do espetinho explicou que a correria no estabelecimento favoreceu a ação. “Como aqui é muito corrido, eu particularmente, confiei que estava tudo certo (com a transação financeira)”, detalhou.

Depois de perceber que a mulher estava aplicando o golpe, Mauro foi ao banco e à polícia. Segundo ele, a autora acabou presa, o que gera um alívio, mas ele amargou o prejuízo de cerca de R$ 1.100.

Após a prisão da estelionatária, ele soube que ela também agiu em outro estabelecimento da cidade. “Ela deu um golpe muito grande numa comerciante do bairro Cidade Nova, deu um prejuízo de R$ 10 mil, comprou durante sete meses”, contou.

Cidade Nobre

No dia 10 de maio, Mauro, que já estava em alerta sobre a possibilidade do golpe, foi surpreendido por uma nova experiência. Dessa vez, com uma moradora de um prédio localizado no bairro Cidade Nobre. Ao receber o comprovante, suspeitou que era falso, mas só conseguiu confirmar a desconfiança após conferir o aplicativo do banco, mas estavam com dificuldade de acesso.

“Diante da situação, ficamos esperando. Aí quando a gente percebeu, o produto já tinha sido entregue e o dinheiro não caiu na conta”, explicou.

O comerciante tentou contato com a cliente, mas foi bloqueado. Tentou ligar, mas também sem êxito. “Diante da situação, resolvi ir até o local. Quando cheguei lá ela não atendia a campainha”.

O proprietário do estabelecimento acionou a Polícia Militar e a funcionária do espetinho fez contato via aplicativo de mensagem, de outro número, informando a cliente que Mauro estava na portaria acompanhando da PM, para ser ressarcido. “De imediato ela fez a transferência novamente via PIX, que deu certo”.

Exemplo

Mauro se sente frustrado por não ter percebido antes o que estava acontecendo, mas espera que o caso sirva de exemplo. “É revoltante a gente sofrer um golpe tão simples e bobo. Gostaria que isso sirva de exemplo para outros comerciantes não caírem nesse golpe. Na correria, a gente acaba passando despercebido”, desabafou.

Crime

Ouvido pela reportagem do Diário do Aço, o delegado Renato Nunes Guimarães, da Divisão Especializada de Investigação aos Crimes Cibernéticos, esclarece que o golpe do falso PIX é um crime. “Conforme o caso, existe o enquadramento nos crimes de estelionato, com pena de até cinco anos e dependendo das circunstâncias do caso concreto, com aumento de até dois terços da pena”, explicou.

Cautela

Para o delegado, é importante que os comerciantes tenham cautela. “Os golpes por meio de pagamentos via PIX ou outras formas de pagamentos exigem cautelas do recebedor, que deve sempre conferir o recebimento em conta, antes de efetivar a transação”, orientou.

Também é preciso atenção, como instrui Renato. “Sempre estar atento nas transações e verificar se o valor recebido efetivamente entrou em sua conta bancária”, concluiu.

Confira, abaixo, o vídeo do comerciante, indignado com o golpe:


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Comentários

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Rock

15 de maio, 2022 | 19:22

“Quem sabe diminua um pouco este tipo de golpe se os aplicativos acabasse com a modalidade do pix agendado hem.
É um caso a se pensar e infelizmente é o caso de que os justos pagam pelos pecadores.”

Gildázio Garcia Vitor

15 de maio, 2022 | 12:19

“Os brasileiros, com exceção dos politicos, não somos fáceis.”

Natal

15 de maio, 2022 | 10:09

“A correria não dá tempo de conferir os recibos . Também não tem uma pessoa responsável para ajudar a cuidar da área financeira do estabelecimento.
Triste essa situação.
Cadeia nessas pessoas estelionatarias.”

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