17 de abril, de 2022 | 17:55

Brutal assassinato de missionária vai a julgamento e cabo PM senta-se no banco dos réus

Divulgação TJMG
Júri Popular da Comarca de Caratinga decide nesta segunda-feira se cabo PM é inocente ou culpado da morte de missionária de Ipatinga Júri Popular da Comarca de Caratinga decide nesta segunda-feira se cabo PM é inocente ou culpado da morte de missionária de Ipatinga
Passados 15 anos do brutal assassinato da missionária Anelize Teixeira Monteiro, de 38 anos, finalmente o caso vai a julgamento e o réu é o cabo da Polícia Militar, Joel Fernandes Reis, de 43 anos. Caberá ao Tribunal do Júri Popular, da Comarca de Caratinga, decidir nesta segunda-feira (18), se Reis é culpado ou inocente na acusação de Homicídio duplamente qualificado (meio cruel – asfixia e facadas - e dissimulação para dificultar a defesa da vítima), ambas previstas nos incisos III e IV, parágrafo 2°, do artigo 121 do Código Penal.

Veja atualização da notícia Policial é considerado culpado da morte de missionária ipatinguense e sentenciado a 17 anos e 6 meses de prisão em Caratinga

No Júri, agendado para ser iniciado na manhã desta segunda-feira (18), a acusação será sustentada pelo promotor de Justiça, da Comarca de Ipatinga, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro e a defesa será feita pelo advogado ipatinguense Silvestre Antônio Ferreira.

O cabo Reis nega a autoria do crime e a defesa mantém a linha de negativa de autoria. O réu respondeu a toda a instrução criminal na condição de solto e recorreu da pronúncia de sentença em liberdade. A pronúncia saiu em 19 de junho de 2017 e foi mantida. Agora, quatro anos depois da decisão do Judiciário e 15 anos depois da morte da missionária, o caso vai a julgamento.

Conforme noticiado pelo Diário do Aço, o corpo da missionária Anelize Teixeira foi encontrado em 17 de janeiro de 2007, quando pescadores viram o seu corpo boiando em um dos braços da Lagoa Silvana, à margem da estrada rural que dá acesso ao distrito de Cordeiro de Minas, no município de Caratinga.

O cadáver permaneceu sem identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga durante uma semana. Preocupados com o desaparecimento da missionária e informados sobre um corpo desconhecido no IML, familiares e amigos de Anelize se dirigiram ao IML e reconheceram o corpo da missionária.

Já publicado sobre o caso:
Cabo da PM é indiciado por morte da missionária Anelize
Taxista dono de lavajato, testemunha do caso da missionária Anelize é assassinato a tiros
Álbim pessoal
Anelize Teixeira Monteiro tinha 38 anos quando foi assassinada por asfixia e golpes de faca e teve seu corpo jogado à margem da Lagoa Silvana em Cordeiro de Minas, CaratingaAnelize Teixeira Monteiro tinha 38 anos quando foi assassinada por asfixia e golpes de faca e teve seu corpo jogado à margem da Lagoa Silvana em Cordeiro de Minas, Caratinga

Principal testemunha foi executada a tiros no Pedra Branca



As investigações feitas pela Polícia Civil chegaram até o cabo da PM por meio do motorista de táxi e dono de um lavajato, Daniel Silva Araújo, de 48 anos, que se tornou a principal testemunha do caso, mas em 9 de abril de 2010, ele foi assassinado com oito tiros na avenida José Antônio, no bairro Pedra Branca, conforme noticiado à época pelo jornal Diário do Aço.

Consta no inquérito que Daniel Silva foi surpreendido pelo assassino, que usava um capacete de viseira escura, sacou uma pistola calibre 380, executou o motorista e fugiu em uma motocicleta. O caso até hoje não foi solucionado. Daniel, além de testemunha desse caso, também era investigado por causa de uma tentativa de homicídio em Santana do Paraíso e de um homicídio na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Daniel foi investigado porque possivelmente tinha um relacionamento com a missionária Anelise Teixeira Monteiro Carlos. Ao prestar depoimento sobre o caso, denunciou o cabo PM como suposto autor da morte da mulher. Foi quando a Polícia Civil passou a investigar o policial como suspeito do crime.

O processo do caso da missionária, iniciado na comarca de Ipatinga, foi transferido em 2011 para Judiciário de Caratinga, em razão da localidade onde o corpo foi encontrado.

“Narra a denúncia que a vítima e o denunciado mantinham relacionamento amoroso, e para dissimular a intenção homicida, o denunciado buscou-a em sua residência, e em local ermo, estrangulou-a e desferiu-lhe um profundo golpe no abdome, causando-lhe a morte. Após, foi jogada na Lagoa Silvana”, cita a denúncia.

Reis nega que tivesse envolvimento amoroso com a mulher e que a tenha matado. Em depoimento confirma que conhecia Anelize desde criança e que eram apenas conhecidos. Também afirma que tomou conhecimento da morte dela por meio da imprensa.

Pesa contra o réu, o depoimento do taxista, segundo o qual teve conhecimento da morte de Anelize por meio do próprio acusado, que esteve em seu lava-jato, dizendo que a vítima estava morta, antes mesmo de ser noticiada a identificação da vítima, cujo corpo se encontrava no Instituto Médico-Legal.

Também pesa contra o réu a quebra do sigilo telefônico, tanto do acusado, quanto da vítima, “sendo possível constatar o trajeto realizado por ambos no dia dos fatos”, reza a pronúncia. Conforme o relatório, ficou constatado que no mesmo dia e horário (16/1/2007) o acusado e a vítima saíram da residência dela, passaram pelo Centro e seguiram rumo à BR-458 sentido a Caratinga, em direção ao local dos fatos.

Na época dos fatos, testemunhas também confirmaram aos investigadores que viram a mulher entrar em um Chevrolet Corsa de cor vermelha, mesmo modelo do veículo de propriedade do acusado. Nesse dia, o marido e as filhas da vítima estavam em viagem.

Força-tarefa para apurar casos sem solução

O caso da missionária Anelize está entre os fatos na lista da força-tarefa do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) enviada ao Vale do Aço, no ano de 2013, para investigar o assassinato do jornalista Rodrigo Neto e logo em seguida, do fotógrafo Walgney Carvalho. Na época, cerca de dez casos sem solução foram alvo de uma ação da equipe, dentre eles, o assassinato brutal da missionária.
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Comentários

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José do Carmo

18 de abril, 2022 | 13:17

“Sou um Homem que defende a nossa Gloriosa PMMG. Mas não defendo as más pessoas dela. Defendo a instituição e a maioria dos Homens e Mulheres dela. Se errou, que pague!!! Simples assim!”

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