10 de abril, de 2010 | 20:51

Testemunha de morte de missionária é assassinado

Motorista é executado com oito tiros nas costas na zona rural de Ipatinga

Reprodução


ANELISE TEIXEIRA MONTEIRO

IPATINGA - O motorista Daniel Silva Araújo, 48, morreu na noite de sexta-feira depois de levar oito tiros pelas costas quando se encontrava em um bar na avenida José Antônio, no bairro Pedra Branca. O assassino fugiu numa motocicleta que estava estacionada nas proximidades do local e não foi encontrado. Daniel respondia por crime de homicídio na Grande BH, uma tentativa de homicídio e ainda foi investigado por suposto envolvimento na morte da missionária Anelise Teixeira Monteiro Carlos, 38.
A Polícia Militar registrou o homicídio de Daniel por volta das 18h30, quando o motorista parou para conversar com um cunhado sobre a venda de um terreno seu. No bar, o assassino chegou com o capacete na cabeça e sacou uma pistola semiautomática de calibre 380. O desconhecido atirou várias vezes, atingindo as costas do motorista, que morreu no local antes de receber socorro.
O assassino saiu do bar e foi até onde deixou uma motocicleta de cor prata ligada, distante cerca de 50 metros do estabelecimento comercial. O desconhecido fugiu em alta velocidade, sem ser localizado pela Polícia Militar. O perito criminal Luiz Carlos realizou os trabalhos periciais no local do crime e liberou a remoção do corpo para o Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga.
Liberado após a necropsia, o corpo foi velado na Igreja Assembleia de Deus, vizinha à residência de Daniel. Ele estava frequentando o templo evangélico desde o mês de dezembro e, segundo o irmão da vítima - o encarregado de obras José Maria de Araújo, 52 -, havia mudado de vida. “Tornou-se evangélico e disse que uma era outra pessoa. Nem bebia mais”, comentou o encarregado.

Vingança
Daniel era divorciado e morava com outra mulher, mas deixou quatro filhos de um antigo relacionamento. José Maria afirmou que não sabe quem poderia ter matado o único irmão dele, mas suspeita que seja vingança. “Ele tinha os problemas dele, era estourado, mas em casa um bom irmão. O filho mais velho dele tem 25, 26 anos de idade, e inclusive Daniel já era avó”, revelou o encarregado de obras.
O enterro foi programado para ocorrer no fim da tarde de sábado, no cemitério do distrito de Barra Alegre, como a família informou ao DIÁRIO DO AÇO durante o velório na Assembleia de Deus da localidade de Pedra Branca.
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DANIEL SILVA ARAÚJO_MORTO PEDRA BRANCA

Vítima era acusado por outro crime em Paraíso
O motorista Daniel Silva Araújo se envolveu em um crime de maior repercussão em 2007. Após as investigações da Polícia Civil, ele foi apontado como inocente na história e virou testemunha. É o assassinato da missionária Anelise Teixeira Monteiro Carlos, cujo corpo foi encontrado por pescadores em 17 de maio de 2007 em um dos braços da lagoa Silvana. O cabo PM Joel Fernandes dos Reis responde por este crime.
Daniel passou de indiciado para a condição de testemunha em inquérito policial que passou nas mãos de duas delegadas. O cabo acusado teria falado para o motorista que “ela (Anelise) já era”. Na época do comentário dito em um lavajato, o corpo da missionária estava sem identificação no Instituto Médico-Legal de Ipatinga. Ela só foi reconhecida por familiares após uma semana da descoberta e depois do resgate do cadáver na lagoa.
A Polícia Civil chegou a realizar uma acareação entre a testemunha e o cabo da PM. O militar negou ter qualquer participação no assassinato, porém Daniel manteve seu depoimento na Delegacia Adjunta de Crimes contra a Vida. Nessa época, ele estava preso no Ceresp, acusado de tentativa de homicídio em Santana do Paraíso, tendo como vítima Márcio Vital Ferreira, em 19 de fevereiro de 2007.
A morte de Anelise chamou a atenção da comunidade evangélica do Vale do Aço. Ela foi encontrada por pescadores e o corpo apresentava um corte profundo na barriga, além de sinais de estrangulamento, conforme o laudo da necropsia. Daniel, que acabou virando testemunha neste processo, iria ser levado ao Tribunal do Júri no próximo mês em Ribeirão das Neves, onde respondia pela morte de Hemerson Marques Barroso, ocorrida em 11 de outubro de 1998. 
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