24 de fevereiro, de 2022 | 10:40

Homem que escapou de linchamento é autuado por morte de mulher em Ipatinga

Divulgação
Bens de propriedade da vítima foram encontrados com o suspeito do homicídio que causou comoção no começo da semana em  IpatingaBens de propriedade da vítima foram encontrados com o suspeito do homicídio que causou comoção no começo da semana em Ipatinga

Um homem de 33 anos, que na noite de terça-feira (15) escapou por pouco de um linchamento no bairro Jardim Panorama, foi autuado em flagrante na Delegacia de Homicídios de Ipatinga. Ele é suspeito de ser o autor da morte de Daiany da Silva Alves, de 30 anos, cujo corpo foi encontrado nas proximidades do Parque Ipanema, seminu e com sinais de violência, na manhã de terça-feira.

F.J.C.A., em entrevista ao Diário do Aço, quando foi detido na noite de terça-feira, negou que tenha matado a mulher, mas o fato de portar objetos que seriam da vítima, dentre eles um relógio e anéis, complicou a situação do investigado. Embora tenha negado a autoria da morte da mulher, quando foi preso, provas testemunhais indicaram que subtraiu os bens da vítima para trocar por crack.

O homem, que admitiu ser viciado em crack, assim como era a vítima, Daiany Silva, frequentava a cracolândia da avenida Maanaim. Na noite de terça-feira, populares enfurecidos o perseguiram pelas ruas do Jardim Panorama, numa tentativa de linchamento, acusando-o de ser o autor da morte brutal da mulher. F.J. escapou entrando em um comércio, de onde acionou a Polícia Militar, que o deteve e o conduziu para a Delegacia de Polícia.

Ele foi ouvido e acabou autuado como suspeito. Permanecerá preso enquanto prosseguem as investigações.
“O crime causou comoção social, por se tratar de vítima mulher e o local de lazer com intensa movimentação de pessoas. Apurou-se que o autor estrangulou a vítima utilizando o tirante da bolsa que a mesma portava e subtraiu todos os seus pertences, sendo visto por testemunhas entrando no local com Daiany e saindo de lá sozinho. O autor estava de posse de um relógio subtraído da vítima quando foi preso e havia tentado trocar tal bem por drogas, tratando-se de um viciado em crack”, relatou preliminarmente o titular da Delegacia de Homicídios Marcelo Franco Marino.

“O Auto de Prisão em Flagrante foi lavrado e a prisão ratificada em virtude da prática do delito de latrocínio, uma vez que a morte da vítima foi perpetrada para a subtração dos bens”, concluiu o delegado em nota. Em entrevista ao jornal Diário do Aço, o delegado fez questão de ressaltar que a morte de Daiany não tem ligação com a área ser frequentada por pessoas que passam pelo local por lazer no dia-a-dia. No caso, a mata localizada entre o kartódromo e o Campo de Futebol do Novo Cruzeiro, é usada durante a noite e a madrugada para encontros sexuais.

O delegado acrescentou que F.J., não confessou o crime de homicídio, mas atraiu a vítima para um programa e prometeu compartilhar com ela uma pedra de crack. “Além da prova testemunhal, ele foi encontrado com as posses da vítima, um relógio e dois anéis. A morte foi praticada para obter a subtração destes bens, é o que se chama de latrocínio”, comentou o titular da Homicídios.

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Fissura por mais droga



Marcelo Franco Marino ressaltou que as investigações apontam que o homem matou a vítima em busca dos bens, pois estava na fissura para comprar drogas. “O viciado, principalmente em crack, faz qualquer coisa para conseguir a droga, inclusive, matar”, ressaltou o delegado, que já conhecida o suspeito preso.
F.J. já havia sido preso em Governador Valadares por crime de furto. “Tem as coincidências, que a gente vive na polícia. Há dez anos, em 2012, eu o prendi por furto e foi pelo mesmo motivo, para conseguir dinheiro para comprar crack”.

Testemunha

Uma outra informação revelada pelo delegado é que uma testemunha, que é também garota de programa e amiga da vítima, informou à equipe da Delegacia Homicídios que F.J. já teria agido da mesma forma contra uma outra mulher em um terreno no bairro Jardim Panorama. “Depois desmaiar a vítima, roubou todos os bens. É uma pessoa, que em razão da dependência, perdeu sensos crítico e tem que se permanecer presa”.

Sem crime sexual

O delegado Marcelo Franco Marino não acredita que a vítima Daiany tenha sido violentada sexualmente. Os trabalhos investigativos indicam que o suspeito, na pressa de conseguir os bens para trocar por drogas, tenha revirada as roupas dela a procura de algo valioso. “Acredito seja o desespero dele em conseguir os bens. Passou a mexer na roupa, procurar os bens para sair do local, pois ele estava com pressa”.

Marcelo fez questão de elogiar o trabalho da Polícia Militar, que foi preponderante para prender o suspeito e ajudar na elucidação do crime. O delegado informou que, agora, espera que F.J. tenha a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva para aguardar preso a conclusão das investigações e o caso seja encaminhado para a Justiça. Se for condenado, o suspeito pode pegar uma pena de 20 a 30 anos de prisão por latrocínio, roubo seguido de morte.

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