23 de janeiro, de 2022 | 11:00

Setor hoteleiro também é impactado pela interdição na BR-381

Alessandra Torres / AGIF /Sipa
?É muito triste ver o Vale do Aço na mão dessa rodovia que volta e meia está nos dando problema?, afirma representante de entidade ?É muito triste ver o Vale do Aço na mão dessa rodovia que volta e meia está nos dando problema?, afirma representante de entidade

O trecho da BR-381 no município de Nova Era está fechado há mais de uma semana e a previsão do Ministério da Infraestrutura/Dnit é que somente no começo de fevereiro poderá ser liberado um acesso provisório, mas estruturado para uso por prazo indeterminado. Os prejuízos alcançam diversos setores da economia na região e até do país.

Pior ainda para o Vale do Aço, que tem nessa via a principal e mais rápida ligação com a região metropolitana de Belo Horizonte e outros grandes centros. Para o turismo os efeitos não são diferentes. A rede hoteleira registra baixa na taxa de ocupação e como a situação tem provocado prejuízos nesse período de férias de verão.

Benedito Pacifico da Rocha, presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Vale do Aço (Sindhorb), diz que as empresas do setor, principalmente os hotéis têm sofrido com o impacto do bloqueio da estrada. Boa parte dos hóspedes vem para o chamado turismo de negócio, porém nesta época de verão também era época de receber muitas famílias que a caminho das praias do Sul da Bahia, passavam pelo Vale do Aço para descansar.

“Nós estamos em férias de verão, uma época que há uma um grande fluxo de pessoas entre a região de Belo Horizonte e as praias do Sul da Bahia, e essas pessoas deveria estar passando por aqui, para ir para praia e não estão passando por que a estrada tá interrompida”, lamenta.

Benedito da Rocha também lembra que além das famílias os muitos viajantes que vem de Belo Horizonte para o Vale do Aço fazer negócios precisam se arriscar em acessos com precárias condições. “A opção é passar por um desvio de estrada de terra no município de Antônio Dias. E estrada de terra como sempre não é boa para trânsito, tem muita poeira ou se chove tem muita lama ou passar pela MG-760, por que também pega um trecho de 20km de estrada de chão e isso também é complicado, aumenta a distância, aumenta o risco da viagem, aumenta também a despesa com combustível, tudo isso é complicado e acaba afastando os nossos turistas”, reclama.

Para o presidente do Sindhorb é incompreensível que uma região tão próspera e sede de grandes empresas dependa de uma estrada que vive em precárias condições. “Essa estrada, há 12 anos, está sendo duplicada aos poucos. É lamentável que a gente tenha que conviver com isso até os dias de hoje. É muito triste ver o Vale do Aço na mão dessa rodovia que volta e meia está nos dando problema, está sendo interrompida”, protestou.

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''As pessoas precisam trabalhar''

Benedito vê a necessidade da população, juntamente com instituições representativas, unir forças para exigir uma estrada com condições de acesso. “O problema da estrada está na mão do poder político, na mão dos agentes políticos e parece que eles só se movimentam quando provocados. Eu acho que tem que criar uma forma das lideranças se unirem, fazer realmente um movimento para pressionar as autoridades olharem para a nossa região. O Dnit não consegue dar nem prazo certo para execução da obra, não é capaz nem de anunciar quando será liberado e então a gente já imagina que é coisa para muitos meses. E a gente não suporta isso, as pessoas precisam trabalhar todos dias, tem que comer todos dias, precisam se deslocar, não podemos ficar nessa dependência de estradas alternativas que também não condições de receber fluxo tão alto de veículos”, pontuou.

Ministro pressionado

Cobrado frequentemente para apresentar uma resposta ao caso da BR-381 em Nova Era, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, explicou esta semana que o maciço continua ase movimentar na área do deslizamento e que obras no local precisam aguardar a estabilização do terreno. Enquanto isso, a engenharia fez estudos no local e os recursos financeiros para a construção de um desvio foram assegurados.

“Conseguimos crédito extraordinário do Ministério da Economia, e agora falta vencer burocracias para ter acesso a esse montante”, enfatizou.

A expectativa é que, nesta semana que se inicia, seja contratada a empresa que vai fazer o desvio e restabelecer o tráfego no trecho, talvez, na primeira semana de fevereiro, conforme já noticiado pelo jornal Diário do Aço. O desvio será pavimentado e será usado por tempo indeterminado.

Não está descartada, inclusive, a possibilidade de o reparo definitivo ficar para ser realizado após a concessão (privatização) da rodovia, cujo leilão foi adiado para o dia 25 de fevereiro.

Rotas alternativas viram tormento para quem precisa trafegar entre o Vale do Aço e a capital mineira



Desde o dia 14, quando um deslizamento de talude destruiu um trecho da BR-381 no KM 321 da BR-381 em Nova Era e interrompeu a ligação do Leste de Minas Gerais com Belo Horizonte, quem precisa trafegar entre as duas regiões enfrenta grandes transtornos.
Adriano Assis
Carreteiro que tentou descer a serra de Hematita acabou ficando sem freios e bateu em barranco, na semana que passou Carreteiro que tentou descer a serra de Hematita acabou ficando sem freios e bateu em barranco, na semana que passou

Para veículos de carga ou ônibus a rota mais indicada é via BR-116/Caratinga, depois BR-262 de Realeza para Rio Casca, um roteiro que faz aumentar a viagem de Ipatinga para Belo Horizonte para 424 quilômetros. Essa rota passou a ser usada, por exemplo, pela principal concessionária do transporte de passageiros da região para a capital, a Viação Presidente, cujos ônibus gastam até dez horas entre as cidades do Vale do Aço e Belo Horizonte.

A outra rota, possível para cargas, é via Belo Oriente/Guanhães/Itabira, com percurso de 393 quilômetros, por estradas em meio a serras. Essa rota passou a ser usada pelas empresas que fazem o transporte de ônibus das cidades do Vale do Rio Doce para Belo Horizonte, também com viagens que podem passar de dez horas.

Os demais percursos não são indicados para cargas e ônibus, dentre eles, a MG-760 entre o trevo da BR-262 em São José do Goiabal e o distrito de Cava Grande, em Marliéria. Depois, até Timóteo, a rota é feita pela MG-425, que não comporta tráfego pesado. Veículos de carga estão proibidos de passarem por Timóteo (e há fiscalização para coibir a passagem), pois as ruas da sede do município também não têm estrutura para receber o tráfego da rodovia.

Ainda, para veículos leves, há rotas passando por São Domingos do Prata/Dionísio/Timóteo e outra rota em Antônio Dias passando pelo distrito de Hematita/Santa Maria de Itabira, todas, por estradas rurais, sem condições de comportar tráfego de caminhões ou ônibus.

Na semana que passou foram registrados casos em que motoristas de caminhões tiveram problemas mecânicos ao passarem por essas estradas e acidentes foram registrados.


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Comentários

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Francisco Xavier

24 de janeiro, 2022 | 16:51

“A movimentação desterra poderá ser reduzida, retirando parte das terras ; porém, ficando mais caro!
Esta opção não esta sendo adotada pelo custo ou falta de informações!??????????”

Viewer

24 de janeiro, 2022 | 08:32

“Torço para que o problema seja resolvido logo, essas estradas são importantes demais para ficarem fechadas por muito tempo.”

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