15 de agosto, de 2021 | 10:00

No Dia Nacional do Ciclista, categoria fala sobre insegurança nas vias e pede respeito

(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
O número de acidentes envolvendo ciclistas tem chamado a atenção nos noticiários. Seja como prática esportiva ou meio de locomoção, a modalidade reúne diversos adeptos no Vale do Aço, mas tem sido assombrada por atropelamentos, principalmente em rodovias, como a BR-381. Visando mais respeito e conscientização, uma mobilização tem sido planejada para informar a sociedade sobre cuidados básicos, como manter a distância ao trafegar próximo às bicicletas. No dia 19 de agosto comemora-se o Dia Nacional do Ciclista e a data será marcada pela reflexão.

Álbum pessoal
José Martins, do Pedal do Vale, avalia que estrutura viária deixa a desejar José Martins, do Pedal do Vale, avalia que estrutura viária deixa a desejar
Wolmar Cardoso Loksinger, Orlando Rosa da Silva, Valdecy Lacerda Lima, Maria Angélica Rodrigues Nunes, Geraldo Louzada, Leonel de Souza Ferreira, Rose Coelho...Esses são alguns dos nomes que foram noticiados pelo Diário do Aço e que tiveram fim trágico ao pedalarem na região, seja a trabalho ou prática esportiva. As mortes destas pessoas serve de alerta, mas também amedronta os apaixonados pelo esporte. José Martins de Oliveira pedala há sete anos. Morador de Ipatinga, ele avalia que as pistas destinadas aos ciclistas na região, equivocadamente chamadas de ciclovias, deixam muito a desejar. Nenhuma cidade do Vale do Aço possui ciclovia, mas vias compartilhadas de ciclistas e outros usuários. E ainda a maioria está em situação precária, o que dificulta a circulação, tanto das biciclistas usadas como meio de locomoção para o trabalho, quanto práticas de lazer e esporte com Mountain Bike ou Speed, as duas modalidades mais praticadas na região.

“Com pouquíssimas exceções, isso sem falar nos trechos com mato, buracos, falta de iluminação. Isso tudo gera insegurança para nós que pedalamos. Na ligação entre os bairros Iguaçu/Horto e também de Ipatinga ao Amaro Lanari, deixa muito a desejar. É uma necessidade que temos de nossos políticos acertarem essa situação. Hoje há um grande número de ciclistas na região e cada vez mais precisamos da atenção à essas demandas. O ciclismo não é só lazer, é um exercício, além de mental, é físico e de valor imensurável”, avalia.

Martins acrescenta que não sente nenhuma segurança em pedalar na área urbana do Vale do Aço, bem como nas rodovias próximas. “Prefiro áreas rurais, estrada de chão, mas quando chega época de chuva é outro complicador que temos. Vamos remando, lutando, tentando vencer essas dificuldades e acreditando que nossos políticos e homens de frente insiram o ciclismo nas políticas públicas”, vislumbra José.

Álbum pessoal
Tasso Carvalho integra o ''Canelas de Titânio'' e pratica ciclismo há alguns anos Tasso Carvalho integra o ''Canelas de Titânio'' e pratica ciclismo há alguns anos
Políticas

Tasso Carvalho é adepto à prática esportiva do ciclismo há 22 anos. Para ele, a região e o país não têm políticas voltadas para o ciclista, tanto para quem roda no dia a dia, quanto para quem utiliza a bicicleta para lazer e esporte. “Não nos sentimos seguros, estamos vulneráveis nesse trânsito louco, e nem mesmo de carro estamos nessas ruas. O que pode ser feito para garantir mais segurança para nós ciclistas são coisas a curto, médio e longo prazo. Uma estrutura cicloviária, por exemplo, mas bem feita, demanda muito dinheiro e planejamento, mas seria uma ação demorada. De imediato, poderiam ser feitas campanhas educativas por parte do poder Público ou mesmo por nós, para mostrar aos motoristas qual a realidade do ciclista na região. As lojas de bicicleta poderiam disponibilizar cartilhas aos ciclistas com direitos e deveres, isso também ajudaria bastante”, destaca.

Sobre os acidentes, Tasso salienta que toda vez que acontecem, causam “um aperto muito grande no coração”, pois os ciclistas se colocam naquela situação. “Poderia ser com a gente. O cara está num momento de lazer, de alegria, sai de casa, beija esposa e filhos, e de repente vem alguém e destrói sua vida. Pra mim isso não é acidente, é atropelamento”, lamenta.

Veja também:
Em cima de uma bicicleta vai um pai, um filho, uma vida!

Campanha busca conscientização


Álbum pessoal
Ildebra Rodrigues Silva Caires pedala com o grupo de ciclismo Lobas da montanhas MTBIldebra Rodrigues Silva Caires pedala com o grupo de ciclismo Lobas da montanhas MTB
Ildebra Rodrigues Silva Caires, Deia Loba, que anda de bicicleta “a vida toda”, segundo sua própria avaliação, revela que os ciclistas da região elaboram neste momento um movimento para que as cidades do Vale do Aço sejam referência em educação no trânsito, com o objetivo de fazer melhorias que beneficiem todas as classes (motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres).

“Neste primeiro momento, colocaremos outdoors espalhados nas três cidades, conscientizando a população que em cima de uma bicicleta está um pai, uma mãe, um filho, um amigo, uma vida que é o amor de alguém e que tem pra quem voltar. Além de chamar a atenção das autoridades para que sejam feitas melhorias nas ciclovias e ciclofaixas já existentes. Reivindicamos também, mais ciclovias e ciclofaixas que nos permitam transitar em lugares apropriados com mais segurança e pedimos que as autoridades melhorem a sinalização das vias públicas, proporcionando assim, mais segurança à população em geral”, frisa.

Para ela, as cidades da região não foram planejadas para o ciclista, seja ele o trabalhador que usa a bicicleta como transporte ou o cidadão que a utiliza para o lazer.

“Podemos comprovar isso no número reduzido de vias destinadas aos ciclistas que, a propósito, se encontram em estado precário e fora dos padrões de segurança, nos obrigando a dividir as estradas com carros, motos e veículos pesados que nos deixam inseguros e amedrontados constantemente. Até quando perderemos mais vidas, devido ao desrespeito no trânsito e quando os responsáveis serão punidos? Estes acidentes poderiam ter sido evitados, se as ruas fossem melhor sinalizadas e se a lei que determina que um automóvel tenha que manter um metro e meio de distância do ciclista, fosse respeitada, provavelmente muitos nos nossos colegas do ciclismo estariam vivos”, conclui Ildebra.

A categoria promove arrecadação de recursos para a campanha. Interessados em doar podem transferir via Pix 524952056-15, em nome de Ildebra Rodrigues Silva Caires Pizza, Banco - Itaú.

Alex Ferreira


Acidentes fatais envolvendo ciclistas no Vale do Aço:

Wolmar Lonksinger – Ciclista é atropelado por caminhão na BR-381 em Timóteo
Orlando Rosa - Família identifica corpo de ciclista que morreu na BR-381, em Ipatinga
Maria Angélica - Corpo de Maria Angélica é sepultado em Coronel Fabriciano
Valdecy Lacerda Lima - Ciclista morre atropelado por picape na BR-381 em Timóteo
Clodoaldo de Sá - Homem em bicicleta morre atropelado em Coronel Fabriciano
Geraldo Louzada - Ciclista é atropelado no Morro da Usipa
Leonel de Souza Ferreira - Ciclista atropelado em Ipatinga foi sepultado em Timóteo
Rose Coelho - Ciclista é vítima de acidente fatal no contorno rodoviário da BR-381
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Comentários

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Newton Ribeiro

16 de agosto, 2021 | 08:31

“Não é só as ciclovias que estão em estado precário. As pistas de rolamento do vale do aço, estão cheio de depressões e ondulações, sem contar os quebra molas sem sinalização. Na nossa região qualquer intervenção que se faça nas pistas, ou vira quebra mola ou vira depressão.”

Wanda

16 de agosto, 2021 | 08:22

“O ciclismo tem tomado grande proporção na nossa região do Vale do Aço; cada vez mais tem virado uma paixão para a grande maioria seja como prática esportiva, lazer, entretenimento...Mas tem se tornado cada dia mais perigoso devido esse grande número de praticantes. Diante dos fatos peço aos nossos governantes que tenham um olhar diferenciado aos nossos pedidos quanto construção de ciclovias e ciclofaixas e melhoria das mesmas; pois somos pais, mães, amigos, temos famílias, somos cidadãos que pagamos impostos e contribuimos com o crescimento do país!”

Marcos

15 de agosto, 2021 | 20:01

“A pista que vai da Mavimoto até as proximidades do shopping está horrível, tem galhos na lateral, tem buracos, tem ondulações horríveis, tem um formigueiro perto do escritório central da Usiminas, sem contar que construíram um ponto de ônibus no meio certo da pista, sem se dar ao trabalho de desviar a pista lá no semáforo do shopping. Um descaso total, entra prefeito, sai prefeito.”

Jefferson

15 de agosto, 2021 | 19:27

“Os ciclistas do Vale do Aço estão unidos em uma campanha de conscientização no trânsito. Querem um trânsito melhor para todos, inclusive uma infra estrutura adequada para q todos tenham o direito de ir e vir com segurança. Eu apoio essa ideia e já fiz a minha contribuição.”

Denilson m Duarte

15 de agosto, 2021 | 19:27

“Pelo amor de Deus olhem com carinho o morro do Ipaneminha, quantos irão cair por lá ainda?”

Denilson Duarte

15 de agosto, 2021 | 19:25

“A estrura viária é deficiente e digo mais a descida do Ipaneminha é um local que precisa de uma atenção especial, o asfalto é extremamente defeituoso com vários lombos que fazem o terror de ciclistas e motociclistas. No dia 10/07/21 tive uma queda feia e fui socorrido pelo SAMU. Autoridades nos deem atenção pelo amor de DEUS!”

Jefferson

15 de agosto, 2021 | 18:21

“Lamentável, mas o ciclista não tem sua segurança garantida ao optar por transitar nas ruas. Por desconhecimento do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), muitas pessoas têm marginalizado os ciclistas, ao vê-lo transitando pelas ruas, não reduzem a velocidade,  tiram fino,  não dão preferência e muitas vezes  agride com palavras  torpes, mas o que elas não sabem que segundo o código de trânsito brasileiro, os ciclistas devem utilizar ciclofaixas, ciclovias ou acostamentos e quando não houver, devem usar o bordo direito da pista, no mesmo sentido dos demais veículos.”

Ta Falado

15 de agosto, 2021 | 14:49

“Concordo mais ao mesmo tempo discordo com a fala desses ciclistas. Realmente as vezes tem motorista que fazem errado. E também tem ciclistas que abusam muito do espaço. A gente cansa de ver por aí algum grupo andando em fila dupla. Ai vem um carro e tem que desviar pra não acontecer acidente. Nem sempre pode dizer que foi atropelamento igual o cidadão falou ma reportagem.”

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