08 de outubro, de 2020 | 07:32

Operação Fidelis, do Gaeco, apreende dinheiro escondido em caixa de sapatos em Ubaporanga

Mandados de busca e apreensão mira organização que lesava cofres públicos em Ubaporanga em contratos facilitados por servidores públicos

Policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Gaeco, com as polícias, Civil e Militar, cumpriram, na manhã dessa quinta feira (8), um total de 22 mandados de busca e apreensão em desfavor de sete empresas, residências de empresários e funcionários públicos municipais de Ubaporanga.

As investigações promovidas pelo Gaeco apuram irregularidades e fraudes em licitações nos anos de 2017 a 2020, em Ubaporanga, na gestão do prefeito municipal, que encontra preso e é processado por tentar matar a tiros um vereador que o denunciou por corrupção na tribuna do Legislativo. O prefeito responde pelo crime preso desde o mês de maio.

Segundo informações apuradas pelo Diário do Aço junto ao Gaeco, pessoas jurídicas se faziam valer de funcionários públicos municipais para obterem facilidades na contratação com o ente público municipal, havendo indícios de fraudes em diversas licitações.

O objetivo da operação dessa quinta-feira foi o recolhimento de documentos e mídias, que serão levados e analisados pelos agentes do Gaeco e Perícia Técnica.

A Operação denominada “Fidelis” contou com o comando de três Promotores de Justiça, dois Delegados de Polícia e Oficiais da Polícia Militar.

Até as 9h a operação ainda estava em andamento, mas diversos documentos, telefones, mídias digitais e valores em dinheiro foram recolhidos.

Apenas em uma residência foram apreendidos aproximadamente R$ 68.346 em dinheiro, acondicionados dentro de caixas de sapatos.

Já publicado:
Presidente da Câmara de Ubaporanga afirma que foi emboscado pelo prefeito e irmãos

Prefeito será julgado por tentar matar presidente da Câmara

As denúncias de irregularidades administrativas na administração municipal de Ubaporanga são antigas esse ano resultou em uma tentativa de homicídio do presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge Siqueira de Rezende (PV), na noite de 20 de maio.

Indiciado em inquérito da Polícia Civil, que apurou o caso, o prefeito, Gilmar de Assis Rodrigues (Cidadania) está preso e será levado a Júri Popular, por tentar matar o vereador, conforme decisão do Juiz de Direito Cleiton Luis Chiodi, da 3ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri da Comarca de Caratinga.

O prefeito está recolhido ao sistema prisional desde o dia 29 de maio, quando foi alvo de um mandado de prisão expedido pela Justiça Criminal.

No curso da investigação foi apreendida uma pistola calibre 9mm usada no crime e conseguidas imagens de circuito interno de segurança na investigação, que flagrou uma emboscada contra o Jorge Siqueira.

O prefeito estava dentro de uma caminhonete usada em uma perseguição ao carro do vereador e de dentro da qual foram efetuados disparos de arma de fogo. O vereador conseguiu escapar porque fugiu em direção a delegacia de Polícia Civil, que fica localizada à margem da BR-116, em Caratinga.