08 de maio, de 2019 | 17:15
Diante de Comissão Processante, testemunhas de vereador negam repasse de salário em gabinete
As oitivas tiveram início por volta das 9h e os trabalhos foram encerrados antes do meio dia
Divulgação
Depoimentos foram ouvidos pela comissão processante, durante oitivas na Câmara de Ipatinga
Depoimentos foram ouvidos pela comissão processante, durante oitivas na Câmara de Ipatinga
As testemunhas do vereador Luiz Márcio (PTC) foram ouvidas pela Comissão Processante, na manhã de quarta-feira (8), na Câmara de Ipatinga. Das nove pessoas chamadas a depor, apenas seis compareceram ao plenário da Casa. Os ex-assessores negaram ter conhecimento sobre o esquema de caixinha ou de terem devolvido qualquer quantia ao parlamentar. As oitivas tiveram início por volta das 9h e os trabalhos foram encerrados antes do meio dia.
O advogado de defesa, Inácio Barros, solicitou a palavra e pediu a substituição de uma testemunha, pelo motivo de não ter sido localizada, pedido que foi deferido pela comissão. Após a leitura do resumo, as testemunhas foram conduzidas a uma sala reservada, para evitar comunicação e a presidente da comissão, Lene Teixera (PT), deu início aos trabalhos. Também fazem parte da Comissão Processante os vereadores Antônio Alves, o Tunico (PCdoB) e Antônio Ferreira Neto, o Toninho Felipe (MDB).
Os depoentes foram servidores da Câmara Municipal de Ipatinga, mas já estão exonerados. Eles afirmaram que não devolviam parte de seus salários ao vereador, e que não fizeram empréstimos para repassar ao parlamentar. Alguns contraíram empréstimos durante o período trabalhado, mas alegaram que eram para uso próprio.
Um dos advogados de defesa do vereador, Inácio Barros avaliou os depoimentos como favoráveis. Foram arroladas nove testemunhas, sendo que seis compareceram ao plenário da Casa. Foi como esperado. Tivemos a ausência de algumas pessoas, mas a defesa não tem poder coercitivo. Se trata de um julgamento político-administrativo. O que ouvimos na manhã dessa quarta-feira, é que não existiu nenhum esquema de caixinha no gabinete do vereador. Diante disso, nossa avaliação é de que fomos felizes em negar a acusação de quebra de decoro parlamentar. Não houve quebra de decoro”, afirmou.
Sobre o depoimento de Luiz Márcio no dia 14, o advogado destacou que está confirmada a sua ida à Câmara. Não existe intenção de renúncia por parte do parlamentar. Então, o cronograma está mantido e ele irá comparecer sim. Pedimos à comissão que ele possa vestir roupas comuns e não usar algema. Agora, resta ao juiz analisar”, disse.
Lene Teixeira explicou que a Comissão concordou com o pedido e que já havia protocolado esta liberação na justiça criminal, que pode liberar o uso de algemas e vestimentas do sistema prisional. Nosso pedido encontra-se diligenciado para que o Ministério Público se manifeste. A própria justiça que encaminhou ao Ministério Público. Não é nossa intenção constranger ninguém. Se dependesse somente de nós, já havia sido liberado”, pontuou ela.
Entenda
Além de Luiz Márcio são investigados no âmbito da Operação Dolos, do Gaeco, Paulo Reis (Pros), José Geraldo Andrade (Avante) e Antônio Rogério Bento (sem partido), Wanderson Gandra (PSC), Osimar Barbosa, o Masinho (PSC) e o vereador Gilmar Ferreira Lopes, o Gilmarzinho (PTC), além da filha dele, Gilcelia de Oliveira Lopes Daniel, que atuava no gabinete do pai mesmo sem ser nomeada. Desses, Andrade foi o único liberado da cadeia após pagamento de fiança e assinatura de um ajustamento de conduta com o Ministério Público para o pagamento de multas. Apenas Luiz Márcio, Masinho e Gilmarzinho ainda não apresentaram pedido de renúncia. E ainda como vereadores, eles estão sujeitos a serem processados pela própria Câmara.
Além dos dois vereadores e ex-vereadores estão presos, os assessores Ivan Menezes (gabinete de Paulo Reis) e Rodrigo Vieira Ramalho (gabinete de Masinho), acusados pelo MP de serem operadores de um esquema de recolhimento de parte dos salários dos assessores de gabinete na Câmara, uso de assessores fantasmas, entre outros delitos.
Os vereadores, ex-vereadores e assessores são acusados dos crimes de peculato, falsidade ideológica, concussão e lavagem de dinheiro. Alguns deles ainda respondem por ameaças e tentativa de obstrução da Justiça para dificultar as investigações do Gaeco
Bruna Lage
Mais:
Investigação aponta que mais de R$ 300 mil foram desviados pelo vereador Gilmarzinho, em Ipatinga
Nova operação do Gaeco mira agiotagem na Câmara de Ipatinga
Material recolhido pelo Gaeco volta a almoxarifado
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Carlos
09 de maio, 2019 | 13:37Não entendi porque a primeira não disse o nome da loja.”
Jorge
09 de maio, 2019 | 11:03Tudo normal, o estranho era as TESTEMUNHAS DE DEFESA afirmarem que pagavam. Certamente levaram apenas os "pontas firmes". Quero ver o que o chefe de gabinete vai falar.”
Geraldo
09 de maio, 2019 | 09:29Vale lembrar que neste tipo de depoimento a testemunha pode mentir a vontade que nada acontece com ele , o contrario do que acontece quando ele mente em um depoimento perante a um Juiz.
Alguém tem duvida que estas testemunhas iriam dizer realmente que não receberam nenhuma vantagem? Elas de também foram beneficiadas pelo esquema .
Será que elas não receberam mais um pouco para dar este depoimento?
Porque será que algumas testemunhas não compareceram ?
Não será porque não concordaram em dar depoimento falso?”