18 de agosto, de 2021 | 17:41
Acusado de matar cadeirante em Açucena é condenado a 32 anos de prisão
Alex Ferreira/Arquivo DA
Levado a julgamento, pela segunda vez no Fórum de Açucena, réu foi sentenciado por morte de cadeirante em 2019
Levado a julgamento, pela segunda vez no Fórum de Açucena, réu foi sentenciado por morte de cadeirante em 2019
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Açucena, obteve nessa terça-feira (17) a condenação de Izael Simplício da Silva, à época dos fatos com 20 anos, acusado de matar Magno Orlando de Lima, cadeirante e deficiente físico, com um tiro na nuca, no dia 2 de abril de 2019. O crime ocorreu no distrito de Naque-Nanuque (Naquinho), em Açucena, conforme noticiado à época pelo Diário do Aço.
O homem, que foi julgado pelo Tribunal do Júri, foi acusado ainda de homicídio tentando contra a mesma vítima, ocorrido em janeiro daquele ano. Pelos crimes de homicídio qualificado e tentado o réu cumprirá pena de 32 anos, um mês e nove dias de reclusão em regime fechado.
O réu chegou a ser julgado em novembro de 2020, mas o Tribunal do Júri de Açucena havia desclassificado a primeira acusação feita pelo MPMG, de tentativa de homicídio para lesão corporal. A Promotoria de Justiça de Açucena recorreu da sentença, houve cassação do veredicto popular e um novo julgamento foi realizado na última nessa terça-feira”, relata o promotor de Justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro.
Sentença
Segundo a sentença, não há possibilidade de substituição da pena e da sua suspensão condicional por ausência de requisitos legais (incabível a aplicação dos artigos 44 e 77 do Código Penal). As consequências do delito são graves, eis que se trata de vítima jovem, com apenas 28 anos de idade, que teve sua vida retirada precocemente, após uma tentativa que já lhe tinha causado deformidades permanentes. As testemunhas, seus familiares, dentre elas irmã e pai demonstraram no processo o abalo psicológico causado com sua morte”, desta a juíza Larissa Teixeira da Costa.
Homicídio tentando
De acordo com a denúncia, no dia 12 de janeiro de 2019, Magno Orlando sofreu uma tentativa de homicídio por parte de Izael Simplício. A vítima, cadeirante e deficiente físico, foi jogada ao chão e agredida diversas vezes com golpes de cacos de vidro, não lhe sendo possível defender-se. O acusado, após os golpes, verificou se Magno estava ou não respirando, e somente parou as agressões porque a vítima se fingiu de morto. Ferida, a vítima foi levada semiconsciente ao hospital, permanecendo com debilidade permanente nos membros superiores, após as lesões produzidas pelas garrafadas, conforme relatado pelas testemunhas.
Homicídio consumado
Conforme a denúncia, cerca de três meses depois da tentativa de homicídio, Izael Simplício tirou a vida de Magno com um disparo de arma de fogo na nuca, a queima roupa. O criminoso aproveitou-se ainda da situação do pai da vítima, idoso e deficiente visual, que não pôde defender seu filho cadeirante e que esteve presente na prática dos fatos, sem nada poder fazer para cessar a conduta de Izael Simplício.
Maus antecedes
O acusado, segundo a Justiça, é possuidor de maus antecedentes (porte ilegal de arma de fogo), não trabalhava, não exercia qualquer ocupação lícita e fazia uso contínuo de cocaína. (Com informações da Ascom do MPMG)
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