11 de dezembro, de 2025 | 13:03

Creas registra aumento de 24% nas denúncias de violência em Ipatinga

A administração municipal também destaca que tem promovido iniciativas recentes para fortalecer a rede de atendimento

Matheus Valadares
Entre 2024 e 2025, o Creas registrou aumento de 24% nos atendimentosEntre 2024 e 2025, o Creas registrou aumento de 24% nos atendimentos
Na última quarta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, dados enviados pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Ipatinga revelam um cenário que exige atenção da rede de proteção e reforça a vulnerabilidade de grupos atendidos pelo município.

As violações mais recorrentes nos últimos dois anos são violência física, violência psicológica/moral e abuso e violência sexual, concentrando a maior parte das demandas encaminhadas ao serviço.

Entre 2024 e 2025, o Creas registrou aumento de 24% nos atendimentos. Foram 1.137 registros em 2024 e 1.408 até 9 de dezembro de 2025, somando atendimentos individualizados, visitas domiciliares e buscas ativas. Segundo o município, o crescimento reflete tanto a maior visibilidade dos casos quanto o fortalecimento da rede de proteção, já que mais pessoas têm buscado orientação e denunciado situações de violência nas unidades do CRAS.

A faixa etária predominante é a de 30 a 59 anos, com 103 atendimentos registrados na amostra parcial de 2025. O levantamento também aponta ocorrências significativas entre adolescentes de 14 a 17 anos (41 registros), jovens de 18 a 29 anos (38), idosos acima de 60 anos (25) e crianças de 7 a 11 anos (24).

Nos últimos dois anos, algumas demandas cresceram de forma expressiva. O município registra aumento de violência autoprovocada em crianças e adolescentes, incluindo automutilação e comportamentos de risco à própria vida, o que tem exigido articulação direta com os serviços de saúde mental. Também aumentaram os casos de trabalho infantil, abuso sexual contra crianças e adolescentes, violência de gênero contra mulheres e situações de abandono ou negligência envolvendo idosos, associadas ao enfraquecimento de vínculos familiares. Segundo o Creas, as ocorrências de violência doméstica permanecem entre as mais alarmantes, afetando todas as faixas etárias.

O enfrentamento dessas violações se soma a desafios estruturais. O município cita o aumento das demandas complexas, especialmente relacionadas à saúde mental de crianças e adolescentes, como um dos pontos críticos. Entre as medidas previstas, estão a ampliação do atendimento a mulheres em situação de violência e a estruturação de novos equipamentos especializados, como o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) e a Casa Abrigo, voltados ao acolhimento e proteção de vítimas de violência de gênero.

A administração municipal também destaca iniciativas recentes, como o Programa de Apadrinhamento Trilhas do Afeto e o Serviço Família Acolhedora Laços de Afeto, que buscam fortalecer vínculos emocionais para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por medida judicial. Outras ações incluem capacitações permanentes para equipes da rede e o fortalecimento da articulação com o Ministério Público e demais instituições do Sistema de Garantia de Direitos.

Segundo o município, o conjunto de medidas busca qualificar o atendimento e ampliar a proteção a pessoas em situação de vulnerabilidade.
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