24 de outubro, de 2025 | 14:54

Quatro pessoas são indiciadas no caso da mãe investigada por matar cinco filhos envenenados em Timóteo

Divulgação
A delegada de polícia Valdimara Teixeira, que atua em Timóteo, trabalhou no caso por três anos e detalhou a complexidade da apuração que resultou no indiciamento de quatro pessoas A delegada de polícia Valdimara Teixeira, que atua em Timóteo, trabalhou no caso por três anos e detalhou a complexidade da apuração que resultou no indiciamento de quatro pessoas

Em entrevista à imprensa na sede do 12º Departamento de Polícia Civil, em Ipatinga, foi apresentada nesta sexta-feira (24) a conclusão de inquéritos que investigaram a morte de cinco crianças em Timóteo, entre os anos de 2010 e 2023. Além dos homicídios consumados, há também duas tentativas de homicídio e casos de abuso sexual de outras vítimas. Os casos ocorreram no bairro Ana Moura.

"Foram ao todo cinco inquéritos, o que apurou cinco mortes consumadas, dois inquéritos em relação a crimes contra a dignidade sexual de quatro pessoas diferentes, todas menores de 14 anos à época e mais dois inquéritos relativos às tentativas de homicídio. Agora é com o Ministério Público e o Judiciário", esclareceu a delegada.

Extraditada de Portugal
A principal investigada no inquérito, mãe das cinco crianças mortas, Gisele Oliveira, de 40 anos, foi presa no começo do mês de agosto em Portugal e, a Polícia Federal confirmou que seu processo de extradição para o Brasil foi concluído nesta quinta-feira (23).

Conforme noticiado pelo Diário do Aço, a mulher desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, vinda presa de Lisboa, Portugal, para onde fugiu depois da morte do último filho, em 2023. Com o nome lançado na Difusão Vermelha, de busca a foragidos internacionais, a mulher foi presa no começo de agosto na cidade de Coimbra.

Entenda o caso
Conforme já noticiado pelo DA, o primeiro caso foi registrado em 2010. Uma investigação chegou a ser feita, mas, na época, foi arquivada sem a conclusão de responsáveis pela morte de uma criança. Os casos foram se repetindo até que, em 2023, a quinta morte suspeita foi parar na mesa da delegada de polícia Valdimara Teixeira.

Ao investigar o caso de 2023, conta a delegada, foram descobertos vestígios de clonazepam (atua no sistema nervoso central, provocando diversos efeitos no organismo) na vítima. Com isso, os demais casos ocorridos ao longo de uma década foram reabertos um a um, tomados novos depoimentos, feitas perícias e reconstituições que deram novo rumo ao caso. Em outro caso, de 2010, foi detectada a presença de fenobarbital (barbitúrico com efeitos anticonvulsivantes e sedativos, que age no sistema nervoso central para diminuir a atividade neuronal). O entendimento é que, com as substâncias, as vítimas tinham o estado de consciência baixado, colocadas de barriga para baixo e acabavam morrendo asfixiadas.

“Os laudos foram fundamentais para atestar o uso de medicamentos depressivos do sistema nervoso central, comprovando que as vítimas estavam sedadas no momento das mortes”, esclareceu a delegada.

Duas tentativas e casos de abuso sexual de outras vítimas

Além dos indícios de que cinco crianças morreram envenenadas, um sexto filho, que sobreviveu e hoje tem 18 anos, também sofreu tentativa de envenenamento (com um produto para matar piolhos) no ano de 2007. Além disso, o atual marido de Gisele igualmente chegou a ser hospitalizado com sintomas de envenenamento.

A investigação das mortes também levou a polícia à informação de que dois ex-maridos de Gisele cometeram abusos contra outras pessoas da família. Foram registrados quatro crimes contra a dignidade sexual de familiares de Gisele, cometidos por dois de seus ex-companheiros.

Quem foi indiciado e quem está preso
Na conclusão do inquérito, foram indiciadas quatro pessoas: além da mulher de 40 anos, dois ex-companheiros dela e a mãe. Tiveram a prisão preventiva decretada a mulher e um dos ex-companheiros. Outras duas pessoas indiciadas - a mãe dela e outro ex-companheiro – respondem em liberdade e a eventual prisão dependerá de decisão da Justiça.
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