09 de outubro, de 2025 | 08:50
Caso de idosa espancada pelo próprio neto foi encaminhado ao Creas
Reprodução de vídeo
No vídeo que circulou na internet, o indivíduo agride a vítima e repete: ''Cadê o meu dinheiro?''

O vídeo gravado por uma pessoa que mostra Dominy Gabriel Morais e Silva, de 20 anos, agredindo a própria avó, de 72 anos, foi o principal meio de prova utilizado para ratificar sua prisão, que ocorreu nesta semana. O fato, que gerou comoção, ocorreu no bairro Caladinho de Cima, em Coronel Fabriciano. O caso já foi encaminhado para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), para que a vítima seja amparada.
A delegada de Polícia de Coronel Fabriciano, Izabella Menegassi, relatou ao Diário do Aço que a vítima e uma testemunha foram à delegacia para alegar que se tratava de um vídeo antigo. No entanto, foi provado por meio do vídeo que ele, na verdade, realmente tinha sido feito no dia 6 de outubro”, informou. A agressão ocorreu na noite de segunda-feira (6), conforme publicado pelo jornal.
Nas imagens, é possível ver o neto espancando a idosa com empurrões, tapas e até um esganamento. No vídeo que circulou pela internet, o indivíduo agride a idosa e repete o tempo todo: Cadê o meu dinheiro?”. Os familiares informaram à polícia que, por ter medo do agressor, a idosa o defende e não o denuncia. Segundo as testemunhas, as agressões do neto contra a avó idosa eram frequentes.
Temendo ser pego, o jovem havia se escondido, no entanto, foi preso após uma denúncia anônima indicando que ele havia acabado de retornar à residência, palco do crime.
Entenda o caso:
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Assistência
A vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, Adrielle Parreiras, que atua como gerente de proteção social especial no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) de Coronel Fabriciano, concedeu entrevista ao Diário do Aço.
Em relação a como a assistência será prestada à idosa, Adrielle pontuou que o conselho recebe a denúncia e encaminha para a rede de proteção para que seja inserida na rede socioassistencial e demais unidades das políticas sociais. Por se tratar de violência contra pessoa idosa e contra mulher, o caso é inserido em acompanhamento pelo Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), ofertado pelo Creas.
O Creas conta com uma equipe especializada (assistentes sociais, psicólogos e advogado) que, a partir do trabalho social com a família, visa a superação da violência e o fortalecimento dessa idosa. Na perspectiva de acompanhamento intersetorial, com encaminhamento para política de saúde para acompanhamento psicológico, inserção em atividades comunitárias, tudo no intuito do fortalecimento, dignidade e proteção social”.
Acompanhamento
Conforme destacou a dirigente do conselho, não existe um padrão do acompanhamento, pois cada caso é único, e no momento de atendimento a equipe traça um plano de acompanhamento familiar com o usuário, com os objetivos, estratégias e metas. Os instrumentos que podem ser utilizados são: atendimentos individuais, coletivos, visitas domiciliares, elaboração de documentos técnicos, articulações com a rede e encaminhamentos”, detalhou.
Adrielle também enfatizou que a condução do acompanhamento e utilização dos instrumentais é deliberada pelo técnico de referência do caso, e o próprio usuário dita sobre seu acompanhamento de acordo com as necessidades que ele apresenta. Não temos atribuição para falar sobre um possível contato futuro, mas a idosa pode solicitar medida protetiva contra o agressor para que ele não se aproxime dela. É um direito dela, inclusive, com embasamento na Lei Maria da Penha e Estatuto da Pessoa Idosa”.
Acrescentou que, em casos semelhantes, é orientado à vítima solicitar essas medidas protetivas na Delegacia, no Ministério Público ou diretamente no Judiciário. E é importante lembrar que, caso o agressor descumpra essas ordens, ele pode ser preso pelo descumprimento. O Conselho agora atua na perspectiva de acompanhar o trabalho executado pelo Creas e demais unidades que seja necessário o atendimento dessa idosa”, concluiu.
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