08 de setembro, de 2025 | 17:46
Com medo de roubos, brasileiros trocam compra por aluguel de celulares
Busca por serviço dispara 158% em um ano; segurança e economia explicam a popularidade do modelo
O roubo de celulares ainda é alarmante no Brasil. Em 2024, foram registrados 850.804 casos de aparelhos levados por criminosos. No ano anterior, esse número havia sido ainda maior, chegando a 969.197 ocorrências. Em relação à natureza dos crimes, os furtos vêm crescendo: em 2018, representavam 43,7% das notificações, mas esse percentual subiu para 53% em 2023 e chegou a 56% em 2024.
Diante do aumento da criminalidade e da constante sensação de insegurança nas grandes cidades, muitos brasileiros têm reavaliado a forma como lidam com seus dispositivos móveis.
Em vez de investir alto na compra de um novo smartphone, cresce o número de pessoas que preferem alugar o aparelho. A prática, que vem ganhando força no país, registrou um salto expressivo de 158% na procura apenas no primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior.
A tendência foi apontada por um levantamento da Allu, empresa especializada em aluguel de eletrônicos. Segundo a empresa, só nos primeiros seis meses do ano, quase 30 mil contratos de locação de smartphones foram firmados, com destaque para os modelos mais desejados do mercado, como o iPhone 16 Pro Max e o Samsung Galaxy S25. Em alguns casos, a demanda é tão alta que há fila de espera para conseguir determinados modelos.
Além da praticidade, a questão financeira pesa na decisão. Um iPhone topo de linha, por exemplo, pode ser parcelado em até 12 vezes de R$ 830 se comprado, enquanto o mesmo modelo pode ser alugado por cerca de R$ 630 mensais, já com seguro incluído. Isso representa uma economia significativa, especialmente em tempos de incerteza econômica.
A segurança, no entanto, é o principal fator por trás da mudança de comportamento. Em 2024, mais de 910 mil celulares foram roubados ou furtados no Brasil, o equivalente a cerca de 2.500 ocorrências por dia, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
São Paulo, Salvador, Belém e São Luís estão entre as capitais com os maiores índices. Só na capital paulista, um smartphone era levado por criminosos a cada três minutos no início do ano.
O aluguel surge, então, como uma alternativa que alia praticidade à proteção. Segundo a Allu, mais de 300 assinantes utilizaram o seguro incluso nos contratos após serem vítimas de roubo ou furto neste ano. Isso contrasta com a realidade geral do país, onde apenas 10% dos celulares em uso possuem alguma forma de cobertura contra perdas.
O modelo de aluguel oferece mais do que economia, ele dá tranquilidade. Além do seguro, os planos incluem manutenção, troca por defeito e suporte técnico, itens que agregam valor ao serviço e tornam a modalidade ainda mais atrativa.
Com a violência urbana ainda em patamares alarmantes, o aluguel de celulares aparece como uma alternativa moderna e funcional para quem busca manter-se conectado sem abrir mão da segurança e do bolso.
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