26 de agosto, de 2025 | 18:18
Pai de duas das cinco crianças envenenadas em Timóteo também é preso
Por força de mandado de prisão, expedido pela Justiça da Comarca de Timóteo, um homem de 58 anos foi preso na rua Carmem Cota, no trecho do Córrego Caçador, sequência do bairro João XXIII, na tarde de segunda-feira (25).
P.D. é investigado no âmbito do inquérito policial que apura a morte de cinco crianças, filhas de Gisele Oliveira, de 40 anos, enquanto ela morava no bairro Ana Moura, em Timóteo. Os fatos teriam ocorrido entre os anos de 2010 e 2023. O homem preso é pai de duas das primeiras crianças que morreram envenenadas.
Conforme apurado pela reportagem do Diário do Aço junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a prisão do homem decorre de fatos descobertos quando da investigação da morte de crianças. Ele é acusado de abusos sexuais cometidos com outras pessoas da família. Não está claro o envolvimento do pai com as mortes das crianças, que teria sido ação apenas da mãe.
Além das cinco vítimas que morreram, a mulher também é investigada pela suspeita de tentar matar o seu primeiro filho, que sobreviveu e hoje tem 18 anos, e também de tentar matar o atual marido dela, no ano de 2022.
Depois que os crimes vieram à tona, a mulher fugiu para Portugal, mas foi presa pela Interpol, no começo do mês de agosto, conforme já noticiado pelo Diário do Aço. Ela residia no país lusitano com o seu atual companheiro e um filho de 12 anos, que já estavam na Europa.
O homem, que trabalha na construção civil, consta nas investigações como vítima da mulher. Segundo consta nos levantamentos da polícia, a mulher também tentou matar o marido com envenenamento.
Entretanto, ele sobreviveu e agora, com o avançar da investigação, os policiais descobriram que o marido também deu entrada no hospital, em Timóteo, com sintomas de envenenamento semelhantes aos das crianças que morreram, uma após a outra ao longo dos anos.
Reprodução
A mãe, Gisele Oliveira, está presa em Portugal e deverá ser deportada para responder ao inquérito no Brasil

Timóteo
Quanto ao homem preso nesta segunda-feira, em Timóteo, trata-se do pai das duas primeiras crianças que Gisele Oliveira teria envenenado e levado à morte, no começo dos anos 2010.
A polícia investiga a participação do homem nos abusos contra outras pessoas da família, fatos descobertos agora, com o andamento dos depoimentos sobre as crianças.
Investigação avançou em 2023
A delegada regional da PC, Talita Martins Soares, confirmou em entrevista à imprensa que as investigações sobre o caso se intensificaram somente no ano de 2023, com a morte da quinta criança.Em 2010, chegou a ser feita a investigação da morte das duas primeiras crianças (uma de 2 anos e 8 meses e outra de 10 meses). Em 2019, morreram outras duas crianças, uma de um ano e outra de 3 anos. Em 2023, morreu mais uma criança, de 3 anos. Com a morte da quinta criança e a comunicação formal à Polícia Civil, a Delegacia de Homicídios de Timóteo, na pessoa da delegada Valdimara Teixeira, intensificou as investigações e a equipe conseguiu apurar toda a dinâmica desses crimes que vêm ocorrendo desde 2008”, detalhou a delegada.
Responsável pela investigação, a delegada da PC, Valdimara Teixeira, explica que a morte das crianças era lenta. Os indícios apontam que a mãe diminuía a consciência das crianças usando medicamentos. Tanto que uma das necropsias, de um caso de 2010, quando morreu a criança de 10 meses, aponta positivo para fenobarbital, que é um medicamento depressor, que age no sistema nervoso central, sendo que a primeira causa da morte é asfixia por conteúdo gástrico. Então concluímos, no decorrer das investigações, depois de muitas oitivas - foram dezenas de pessoas ouvidas, muito prontuário analisado, um trabalho de campo realizado pela equipe de forma minuciosa - que a redução de consciência era feita com sedativos. Temos o fenobarbital comprovado e os demais nós ainda estamos em busca de demonstrar quais eram utilizados”, pontua a delegada.
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