20 de agosto, de 2025 | 17:14

Ipatinga lança projeto para implantar bicicletas e patinetes compartilhados

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço Os vereadores de Ipatinga aprovaram em 1ª votação nesta quarta-feira (20), durante reunião ordinária, o Projeto de Lei Nº 192/2025, de autoria do Executivo Municipal, que institui o programa de bicicletas e equipamentos de mobilidade individual compartilhados.

O projeto cria as bases legais para que Ipatinga tenha um sistema de bicicletas e patinetes compartilhados, integrado ao transporte público, com financiamento público/privado, tarifas acessíveis e regras claras de operação e circulação.
Antes de ser votado em plenário, o PL passou pelas comissões de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer; Legislação, Justiça e Redação; e Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente.

De acordo com a justificativa, o objetivo é promover a mobilidade urbana sustentável, ampliar as opções de deslocamento da população, reduzir a emissão de poluentes e facilitar a integração com o transporte público. O modelo também pretende democratizar o acesso ao espaço urbano, incentivando meios de transporte não motorizados.

Como vai funcionar
O programa prevê a instalação de estações físicas de estacionamento e ancoragem, além do uso de aplicativos e sistemas digitais para retirada, devolução e rastreamento dos equipamentos, assim como ocorre em capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo. As estações deverão ser implantadas de forma distribuída, priorizando regiões com menor oferta de transporte coletivo.

A proposta também contempla o estímulo a rotas intermunicipais voltadas para lazer e turismo, além de ações de educação para o trânsito e incentivo ao uso da bicicleta como meio seguro de locomoção.

Custeio e tarifas
Conforme o projeto, a implantação ainda será definida após a aprovação, e a regulamentação será responsabilidade da administração municipal, que poderá executar de forma direta ou pela iniciativa privada, por meio de concessão ou parceria público-privada. O custeio poderá vir de recursos públicos, patrocínios, exploração publicitária ou receitas tarifárias, como assinaturas e bilhetes avulsos.

O texto ainda justifica que a política tarifária deverá acompanhar os princípios de transparência, modicidade e acessibilidade, prevendo possibilidade de gratuidade ou descontos para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O projeto também sugere tarifas sociais e incentivos para deslocamentos curtos, a fim de garantir rotatividade no uso dos equipamentos.

Plano de Mobilidade Urbana

Em paralelo à aprovação do PL, está em construção o Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob), que deve ser finalizado em fevereiro de 2026. A iniciativa é conduzida pela administração municipal, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).

Coordenador técnico do projeto, o professor Guilherme Leiva, do Departamento de Trânsito do CEFET-MG, durante entrevista ao Diário do Aço, em evento que marcou o lançamento do PlanMob, destacou o papel fundamental da integração entre os mais variados tipos de transportes, como por exemplo, o uso de bicicletas e transporte coletivo.

“O nosso objetivo é trazer uma integração do sistema, uma visão abrangente desse sistema. Não adianta você ter bons exemplos isolados, isso deve se conectar para exatamente cumprir sua função. Você tem uma ciclovia, por exemplo, que liga determinados pontos, mas que não tem a demanda necessária e você, para conseguir trazer essa demanda, precisa associar a outras conexões, isso se torna um aspecto fundamental dentro do processo”, aponta o professor.

Aquisição de ônibus

Está em andamento o processo licitatório para compra e renovação de toda a frota de ônibus do transporte coletivo. O anúncio da publicação do edital foi feito em julho pelo prefeito Gustavo Nunes.

O certame, conforme consta no site oficial da prefeitura, ainda está aberto e o resultado da empresa vencedora deve ser anunciado nas próximas semanas.

Conforme o chefe do Executivo, os veículos que serão adquiridos, com modelo Euro 6, que é menos poluente, wi-fi, mais confortáveis, e com melhor acessibilidade, serão doados à empresa que detém a concessão como forma de abater uma dívida contraída por décadas.

Segundo ele, no ano de 2005, uma lei municipal foi sancionada e aprovada, e ampliou a gratuidade do transporte coletivo na cidade. De acordo com a lei federal, as pessoas de 65 anos ou mais têm direito ao benefício.

Entretanto, de 2005 até dezembro do ano de 2020, a administração nunca havia pago um centavo sequer referente a todas essas gratuidades ao longo dos anos.

Para a aquisição dos 80 veículos, serão investidos mais de R$ 68 milhões na renovação da frota, dos quais aproximadamente R$ 65 milhões são provenientes de financiamento federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2023). O município também participa com uma contrapartida de cerca de R$ 3,6 milhões. A substituição dos ônibus que circulam na cidade será de forma gradual.