12 de agosto, de 2025 | 09:20

Audiência Pública marca início da construção do Plano de Mobilidade Urbana em Ipatinga

Plenário da Câmara Municipal recebeu um bom público na noite desta segunda-feira. O planejamento terá participação popular

Por Matheus Valadares Na noite desta segunda-feira (11), o plenário da Câmara Municipal de Ipatinga recebeu expressiva participação popular para a audiência pública que marcou o início da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob). Durante o encontro, foram apresentados o plano de trabalho, o cronograma das atividades e a metodologia que vai nortear o processo, que será conduzido pela administração municipal, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).

O PlanMob será guiado por sete eixos temáticos, que abrangem estrutura urbana, sistema viário, condições para pedestres e calçadas, mobilidade ativa com ciclovias, funcionamento do transporte coletivo, logística urbana e educação para o trânsito. A proposta é reduzir a dependência do transporte individual motorizado, priorizando pedestres e ciclistas e contribuindo para metas de sustentabilidade e segurança.

Coordenador técnico do projeto, o professor Guilherme Leiva, do Departamento de Trânsito do CEFET-MG, explicou que o plano terá dois focos principais: “É um plano que tem dois focos muito específicos. Um para conseguir ter um diagnóstico e um prognóstico da população e um diagnóstico e prognóstico técnico. Então todo o plano visa trazer essa convergência entre a visão da população sobre os problemas e soluções e validar isso a uma análise técnica que será desenvolvida através de levantamentos de dados, pesquisas com a população de Ipatinga e a partir daí consolidar um plano de ação, uma estrutura para que possa ter uma minuta do plano de mobilidade do município. afirmou em entrevista ao Diário do Aço.

Para Leiva, a integração será fundamental: “O nosso objetivo é trazer uma integração do sistema, uma visão abrangente desse sistema. Não adianta você ter bons exemplos isolados, isso deve se conectar para exatamente cumprir sua função. Você tem uma ciclovia, por exemplo, que liga determinados pontos, mas que não tem a demanda necessária e você, para conseguir trazer essa demanda, precisa associar a outras conexões, isso se torna um aspecto fundamental dentro do processo”, finaliza o professor.

Objetivo
Segundo a secretária adjunta de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), Eunice Santana, o plano é “um instrumento social e participativo, pensado para refletir as vivências reais da população”. Ela ressaltou a importância da participação popular.

“A principal ferramenta serão os grupos de acompanhamento, com representantes das nove regionais de Ipatinga. Queremos que o plano seja um retrato fiel das necessidades e expectativas do município, de forma democrática, equilibrada e técnica, garantiu”.

Eunice ainda disse que o plano será uma ferramenta de inclusão social, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para todos do município. “Nós temos um processo que está iniciando que pode estender até dezembro com várias reuniões, oficinas, diálogos, diretamente com a participação popular. O objetivo final do plano de mobilidade urbana, é que seja um retrato fiel mesmo da necessidade e expectativa do município”, ressaltou.

Expectativas
Morador da cidade e inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Igor Cabral Coelho destacou a relevância do tema no dia a dia. “Moro aqui, construí família, tenho amigos, e muito me interessa essa mobilidade urbana. Com o plano você vai ter mais tempo com a sua família, menos tempo no trânsito, menos estresse, menos acidentes, menos vítimas. Eu estou muito feliz com esse tema aqui”, afirmou durante sua apresentação.

Representante do Instituto Raquel Barreto, Maria de Lourdes Barreto acredita que o plano poderá ajudar a reduzir a violência no trânsito.

“A gente está achando muito bom e eu acredito que sendo feito [o plano] vai ser muito bom para a cidade porque a gente já está vendo aí o grande número de mortalidades no trânsito. A gente anda fazendo todo mês blitz tentando conscientizar os motoristas, ciclistas e pedestres e mesmo assim está acontecendo muitos acidentes. Então com esse plano de mobilidade eu acredito que vai ser muito bom”

Etapas
O trabalho seguirá sete etapas até fevereiro ou março de 2026. Entre agosto e outubro deste ano, serão realizados levantamentos técnicos com dados do IBGE, contagem de veículos, análise de padrões de direção e uso do transporte coletivo, além de pesquisas com a população. Em novembro, será feito o prognóstico com propostas de soluções. A minuta do plano deve ser apresentada em audiência pública no início de 2026, antes da consolidação final.

Acompanhamento popular
O Grupo de Acompanhamento Popular terá 63 representantes voluntários — um por eixo temático em cada uma das nove regionais de Ipatinga. Eles participarão das reuniões técnicas, contribuirão com sugestões e ajudarão a mobilizar as comunidades em torno das propostas para o futuro da cidade.