08 de agosto, de 2025 | 11:59
Acusação inicia debate no julgamento do caso Caio e diz que provas são robustas
Promotores sustentam que Luith planejou a morte de Caio para ficar com seguro de vida e bens
Wellington Fred
Pormotores e assistentes de acusação reforçam a premeditação do crime, e que Caio foi morto por dinheiro
Começou por volta das 9h45 desta sexta-feira (8), o terceiro e último dia da sessão do Tribunal do Júri Popular da Comarca de Timóteo que julga se os réus Luith Silva Pires Martins, de 41 anos, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, 23 anos, são os responsáveis pela morte de Caio Campos Domingues, 38 anos à época.
O terceiro dia será marcado pelos debates entre acusação e defesa, que defenderão as teses, mostrarão provas e tentarão convencer o corpo de jurados dois homens e cinco mulheres a respeito de suas respectivas argumentações.
A sustentação foi iniciada pela acusação, por meio do Ministério Público, representado pelos Promotores de Justiça Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro. Os advogados Ignácio Luiz Gomes de Barros Junior, Marina Suda e Isla Karoline atuam como assistentes da acusação nesse processo.
A acusação mostrou o vídeo do depoimento de João Victor, em que ele confessa o crime no dia 12 de abril daquele ano, e afirma que iria receber R$ 10 mil para matar Caio, forjando um latrocínio (roubo seguido de morte). Os promotores também apontaram como teria sido a dinâmica do dia, em que por volta das 11h30, Luith e João foram a uma loja de roupas e compraram calça, camisa e boné para ele, no valor de R$ 250, pagos em forma de Pix.
Quanto aos objetos usados para matar Caio, foi levantado que a mulher comprou 11 munições em Ipatinga e o acusado de ser o executor já tinha o revólver. Foi levantado ainda que a mulher ficou em cima” para garantir que João não voltasse atrás e cometesse o crime. Eles passaram o dia juntos e no retorno à Cava Grande, o pneu da Fiat Toro, de cor preta, em que a dupla estava, furou.
Neste momento, o promotor Jonas ressaltou que parecia um sinal para a Luith não cometer o crime. Os dois pararam na borracharia do Serginho para trocar o pneu e continuar o plano.
A acusação ressalta que não tem nenhuma situação que mostra que João Victor teria sido obrigado a confessar, ao contrário do que foi dito pelo réu na noite do segundo dia de julgamento.
Neste momento, a acusação ressaltou que ninguém da família criticou a Luith como mãe e esposa, ao contrário da família dela que detonou” Caio nas oitivas e o colocou como agressivo e ciumento.
Os promotores continuaram sustentando que João Victor alegou que combinou que a Luith iria dirigir o carro para não ter chances dele [Caio] fugir, e assim que ela saiu do veículo, o réu atirou três vezes, acertando duas vezes a região do tórax de Caio e outro na cabeça. Além disso, foi ressaltado que toda a ideia do crime partiu dela, e que João sabia que ela havia sido obrigada a abrir mão de seus bens para que Caio pagasse as dívidas dela. Conforme mostrado pela defesa de Luith no dia anterior, tratava-se de um lote localizado no condomínio Entre Rios, em Jaguaraçu, e um apartamento no condomínio Buritis, em Timóteo.
Como que João Victor ia saber deste documento que foi mostrado pela defesa”, afirmou o promotor Frederico. João havia dito que a então esposa iria receber o seguro de vida do marido, calculado em cerca de R$ 700 mil. A ganância, o dinheiro, custou a vida de Caio", complementou o promotor Jonas.
Provas robustas
O promotor Jonas ressaltou que a defesa alega que não foi apurado o crime, mas tem todo o esclarecimento, principalmente com a fala de João Victor que explicou toda sequência do dia do fato até o momento do crime.
A acusação ressaltou que Caio não está aqui para rebater o que falaram dele, e apontou que Luith falou durante a oitiva, após o crime, ligou para o "Jorge" (delegado) e não para o Dr. Jorge, indicando que tinha intimidade. "Como ela não ligou para denunciar as supostas agressões e violência doméstica", complementou o promotor
Ficou claro que o crime ficou apurado, não só pelo depoimento completo de João Victor, mas com as provas levantadas pela polícia", ressaltou a acusação. Nunca pegamos um processo com tantas provas”, pontuou o assistente da acusação Ignácio.
A acusação reforça ainda que o exame de corpo delito feito em João Victor não mostra lesão de agressão e sim, ferimentos sofridos durante a fuga, indicando que ele não foi obrigado a confessar o crime e ressaltou a fala do capitão PM Lourenço que se surpreendeu com a pergunta da Luith se ele não queria comprar a casa dela horá após Caio ser assassinado. Durante a fala, Luith começou a chorar.
Quase no fim de sua apresentação, a acusação explicou os quesitos e ressaltou os cuidados para que cada jurado entenda bem a votação e não deixarem que se faça justiça para a família da vítima. No fim das 2h30 de sustentação, Ignácio leu um discurso em forma de poesia em verso livre e falou da situação e premeditação da companheira de Caio para matá-lo e que ela quebrou dois pactos: com o marido e com Deus, citando versos bíblicos para finalizar.
Defesa fará o debate
Após a acusação, é o momento da defesa ter as 2h30 para contra argumentar e mostrar provas ao contrário do que foi apontado pela acusação. Depois deste processo, ambas as partes ainda terão 1h30 para tréplica. Vale ressaltar que o tempo será dividido para as duas defesas (Luith e João Victor) da forma que eles acharem melhor.
A primeira parte do debate foi encerrada por volta de 11h50, e os argumentos da defesa serão expostos após a pausa do almoço, com previsão de começar por volta das 12h40.
A defesa de Luith Silva Pires Martins é composta pelos advogados Lorena Iara Vidal Santos, Larissa Alves de Oliveira, Heraldo Maria de Oliveira, Caio Barbosa Ulhôa e José Constantino Filho Coronel, enquanto João Victor é defendido pelos advogados Flaviano Dueli de Souza e César Junio.
O júri é presidido pela juíza Marina Souza Lopes Ventura Aricodemes.
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Pereba
08 de agosto, 2025 | 13:02Ali no fórum e que a coisa se esclarece, não adianta vim com historinha, se não tiver prova não adianta.”
Caio Vive
08 de agosto, 2025 | 12:21Luith e João Vitor já entraram no fórum condenados, resta a juíza estabelecer qual será o período de reclusão.”