07 de agosto, de 2025 | 08:41
Júri de acusados pela morte de Caio Domingues entra no segundo dia
Sessão do primeiro dia de júri ouviu testemunhas da acusação, incluindo o prefeito de Timóteo e mãe da vítima, sob forte comoção
Wellington Fred
João Victor Bruno Coura de Oliveira e Luith Silva Pires Martins estão sendo julgados pelo assassinato de Caio Campos Domingues, ocorrido em 2023

Permanece em andamento o julgamento de Luith Silva Pires Martins, de 41 anos, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, 23 anos, acusados de assassinarem Caio Campos Domingues, 38 anos à época, no dia 4 de abril de 2023 na saída da chácara de propriedade dele, em Lavrinha de Jaguaraçu. O Tribunal do Júri Popular da Comarca de Timóteo ocorre no Fórum Geraldo Perlingeiro de Abreu e tem a possibilidade de ser concluído apenas na sexta-feira (8).
Luith foi denunciada pelo Ministério Público como a mandante do crime e João Victor, como o executor, mediante pagamento de R$ 10 mil. O crime teria sido pensado de forma a parecer um latrocínio, com o roubo de uma bicicleta que estava na carroceria de uma Fiat Toro da vítima. A investigação, desde o primeiro momento do crime mostrou que a natureza do crime foi outra: um homicídio mediante emboscada.
O julgamento foi retomado às 9h40 e a primeira testemunha ouvida pela defesa é o delegado de Polícia Civil, Jorge Caldeira. Foi para ele que Luith telefonou logo depois do crime, para alegar que ele e o marido, Caio Domingues, tinham sido vítimas de um roubo e que o marido tinha sido morto.
A sessão de quarta-feira foi suspensa por volta de 21h30, quando oito testemunhas de defesa, que ainda precisam ser ouvidas, foram levadas incomunicáveis para um hotel. Também foram mantidos incomunicáveis os sete integrantes do corpo de jurados, formado por cinco mulheres e dois homens. A sessão será reaberta agora cedo, sem previsão de encerramento, visto que as testemunhas podem ser interrogadas uma hora cada uma e ainda tem os debates entre cinco advogados da ré, dois advogados do réu e o Ministério Publico, representado por dois promotores de Justiça e os assistentes de acusação.
Wellington Fred
Defesa da ré Luith é formada por cinco advogados e, do réu João Victor é composta por dois

O que ocorreu no primeiro dia
Ao longo da quarta-feira (6), foram ouvidas testemunhas convocadas pela acusação. O julgamento foi presidido pela juíza Marina Souza Lopes Ventura Aricodemes.Luith, esposa de Caio, foi denunciada pelo Ministério Público como a pessoa que planejou o crime e João Victor como o executor. No julgamento, o MP é representado pelos promotores de Justiça Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro. Os advogados Ignácio Luiz Gomes de Barros Júnior, Marina Suda e Isla Karoline atuam como assistentes da acusação nesse processo.
Para o promotor Jonas Junio, há provas robustas que os dois réus têm participação na morte de Caio Domingues, "mas a Luith, como mandante, como aquela que arquiteta, e também como cônjuge, ela tem uma responsabilidade de pena maior, então seguramente a pena dela será maior em relação ao João Victor e ela é a principal responsável pela morte do Caio, por motivação torpe, por causa de dinheiro. A pena pela lei é de 12 a 30 anos e a gente espera que seja próximo a pena máxima, principalmente para a mandante, pois o caso foi muito grave", detalhou o promotor.
Prefeito de Timóteo depôs
Uma das testemunhas arroladas pelo MP e que depôs perante o júri foi o prefeito de Timóteo, Vitor Prado, que na época dos fatos trabalhava na Polícia Militar e era o oficial responsável pela equipe tática que abordou e efetuou a prisão de João Victor na manhã seguinte ao crime, no distrito de Cava Grande. Vitor respondeu às perguntas da acusação e da defesa dos dois réus.Segundo seu depoimento, ele foi responsável por determinar a apreensão das armas registradas de Caio em sua casa, entre outras diligências, como a abordagem e condução de Luith e, com sua experiência em serviço de inteligência, suspeitou que não se tratava de um crime contra o patrimônio, como era a hipótese inicial (latrocínio), mas sim, um homicídio premeditado.
Wellington Fred
Mais uma vez, o Fórum Geraldo Perlingeiro de Abreu terá esquema de segurança reforçado

O militar da reserva fez questão de reforçar que em nenhum momento houve agressão ou coação para que o acusado dos disparos assumisse a autoria do crime. Vitor Prado também garantiu que João revelou a participação da esposa de Caio, e que os documentos pessoais dele estavam em um carro de Luith, veículo que não havia sido usado durante o crime, e estava na garagem da residência do casal. Prado afirmou ainda que foram encontrados os referidos documentos no porta-luvas do automóvel. O depoimento durou mais de duas horas.
Demais testemunhas do caso Caio Domingues
O delegado Gustavo Cecílio foi o primeiro a ser ouvido. Ele também deu respostas relacionadas à apuração dos fatos por cerca de uma hora. Foram dispensados, pela acusação, outros dois militares que estavam arrolados como testemunhas.Após o intervalo, depuseram o PM Sebastião Lourenço, que também atuou no caso na noite do homicídio. Ele assumiu a ocorrência por volta das 18h40 do dia do crime e concluiu seu turno de trabalho antes que João Victor fosse preso.
Mãe de Caio presta depoimento
Arlete Aparecida Campos Rodrigues, mãe de Caio, passou mal durante o júri, foi conduzida ao hospital de Timóteo pelo Samu, mas retornou ao fórum para prestar depoimentos. Sob forte comoção, ela relatou como era o relacionamento de Caio com Luith e desconheceu as supostas agressões do filho contra a então esposa. Ela também relatou que não tem conhecimento que Caio tinha dívidas com agiota, mas confirmou que a acusada contraiu dívidas diversas. Em entrevista ao Diário do Aço, Arlete lamentou o que considerou mentiras sore seu filho. Assista abaixo:Mãe de Caio Domingues sai de julgamento lamentando mentiras que ouviu no tribunal - https://t.co/XPJF5ITyLU pic.twitter.com/l3vPHJglbo
Diário do Aço (@portaldiarioaco) August 7, 2025
Defesa evita a imprensa
O réu João Victor é defendido pelos advogados Flaviano Dueli de Souza e César Junio. Dueli justificou ao Diário do Aço que iria se pronunciar de forma oficial somente após o encerramento do julgamento, tendo em vista que ele não concedeu entrevistas em momentos anteriores, e que permaneceria com esse posicionamento.A defesa de Luith é composta por cinco advogados: Lorena Iara Vidal Santos, Larissa Alves de Oliveira, Heraldo Maria de Oliveira, Caio Barbosa Ulhôa e José Constantino Filho Coronel. Eles também preferiram não se manifestar.
No entanto, foi possível apurar que os advogados de ambos defendem que os seus clientes são inocentes. Durante as perguntas dos advogados, bem como as respostas dos militares, foi citada uma possível dívida do casal a um agiota, e que um homem havia ido anteriormente à porta da residência para cobrá-los.
Julgamento deve acabar sexta-feira
Há duas hipóteses para a conclusão do julgamento. A sessão deve ser retomada às 9h desta quinta-feira (7), e caso a juíza presidente opte, o tribunal pode continuar em andamento durante a tarde e madrugada e ser concluído às 4h de sexta-feira. Outra possibilidade é que o julgamento seja encerrado novamente na noite de quinta, e retorne na manhã seguinte, podendo ser encerrado na tarde de sexta-feira.Estão previstas oito horas de debates entre a acusação e a defesa, visto que serão concedidas 2h50 para a promotoria e para a defesa, totalizando 5h. Posteriormente, são concedidas ainda 1h30 para cada, finalizando a discussão em 8 horas. A tendência é que nenhum dos debatedores abram mão dos minutos.
Relembre o caso
Caio foi morto a tiros na tarde do dia 4/4/23, quando saía de sua chácara em Lavrinha de Jaguaraçu, na companhia da esposa. Ela virou ré no caso, acusada de contratar João Victor para simular um roubo e executar o marido a tiros. Caio e Luith eram casados havia 12 anos e têm um casal de filhos, que após o acontecimento foram colocados sob a guarda dos avós paternos.Já publicado sobre o julgamento:
- Acusação detalha provas contra réus no caso Caio Domingues em Timóteo prevê pena maior para a mandante
- Eu acordo e durmo pensando nele”, diz irmã de Caio Domingues ao pedir por justiça
- Acusados da morte de Caio Domingues serão julgados nesta quarta-feira em Timóteo
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Pagador de Imposto
07 de agosto, 2025 | 09:32? um soco na cara da sociedade de bem, uma assassina ter 5 ADVOGADOS DE DEFESA!
Um pequena observação, ela matou o marido/ pai dos filhos deles, por ela esta devendo metade do vale do aço!”