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03 de junho, de 2025 | 08:45

Tarifaço sobre as importações de aço e alumínio pode ter efeitos negativos a médio e longo prazos

Divulgação
Efeitos negativos serão reflexos da elevação das importações de aço e alumínio de 25% para 50%Efeitos negativos serão reflexos da elevação das importações de aço e alumínio de 25% para 50%

A tarifa sobre as importações de aço e alumínio serão elevadas de 25% para 50% a partir desta quarta-feira (4). O anúncio foi feito no fim de semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou ter o intuito de reduzir a dependência do mercado chinês a partir dessa decisão.

As tarifas estão envolvidas em um processo legal que o governo dos Estados Unidos enfrenta atualmente e tem relação com disputas judiciais a respeito da legalidade de tarifas impostas globalmente. Algumas dessas cobranças foram suspensas por um tribunal federal, contudo, uma instância superior autorizou a continuidade.

De acordo com informações do jornal Correio Braziliense, os produtos de ferro e aço são responsáveis por abranger o segundo maior volume de exportações brasileiras para os EUA, o que é capaz de movimentar US$ 5,8 bilhões. A fatia brasileira no mercado estadunidense de alumínio é inferior a 1%, mas a absorção de parte das exportações brasileiras do metal ainda é essencial. Os EUA absorvem 16,8% das exportações do Brasil.

Até então, esse é o impacto mais significativo da política comercial de Trump para o Brasil, após a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio, além da tarifa geral de 10% sobre os produtos brasileiros.

Na prática, se caem as exportações, empresas que destinam sua produção para o mercado externo passam a disputar fatias do mercado doméstico com outras indústrias que já abastecem a demanda.

Impacto
O coordenador de estatística e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ipatinga, o geógrafo William Passos afirma em entrevista do Diário do Aço que o Brasil já vem sendo impactado com o aumento progressivo das tarifas de commodities estadunidenses ligadas ao aço e ao alumínio.

“E como o Brasil vem batendo recordes de produção, não vem impactando a economia nacional, o impacto é muito mais de natureza indireta no sentido de que não fossem essas tarifações, a indústria brasileira faturaria um volume maior do que ela vem faturando”, afirmou.

Vale do Aço
No caso das indústrias do Vale do Aço, uma parte considerável da produção é destinada ao mercado interno, então as tarifas estadunidenses não impactam a região diretamente porque as siderúrgicas locais não produzem para os Estados Unidos, explicou o geógrafo. “Porém, o aumento das tarifas na indústria estadunidense aumenta a incerteza e diminui a confiança do mercado internacional”, pontuou.

Ele também enfatizou que esse tarifaço reduz o otimismo e consequentemente a expectativa de investimentos, porque quando a economia internacional vai bem, existe uma expectativa positiva.

“Então os empresários brasileiros acabam investindo mais, porque eles têm uma expectativa de retorno positivo. Agora, quando há uma incerteza internacional, os empresários brasileiros se sentem inibidos a investir, porque eles não têm a garantia de que ao investirem vão ter o retorno desejado. Há chances de prejudicar o investimento internacional, afetando o nacional e local”, acrescentou.

Ainda complementou que a indústria do Vale do Aço não vem gerando saldo positivo de vagas de emprego, e, assim, os efeitos da nova tarifa não são imediatos ou automáticos, mas são negativos e podem chegar a médio e longo prazo. “No acumulado do ano, a gente tem saldo negativo da geração do setor primário. Então, a indústria vive um momento de muita sensibilidade. Qualquer movimentação, ainda que seja internacional, ainda que produza impactos indiretos mínimos, já são suficientes para que a indústria do Vale do Aço sinta ainda mais do que ela já sentiu. Para a região acaba sendo negativo qualquer tipo de aumento de tarifa internacional”, concluiu o geógrafo.

Leia também:
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Comentários

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Cleber Ferreira Ramos

04 de junho, 2025 | 08:49

“Esperem que está vindo 500%.”

Viewer

03 de junho, 2025 | 14:00

“Só o governo federal reduzir o custo de produção diminuindo os impostos locais e zerando as taxas para insumos que as coisas se equilibram.”

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