25 de março, de 2025 | 11:43

Balanço da Operação Forasteiros: prisões e apreensões em Caratinga confirmam esquemas de fraudes milionárias

Divulgação PCMG
Computadores, documentos impressos, carros e dinheiro vivo foram recolhidos durante a operação Computadores, documentos impressos, carros e dinheiro vivo foram recolhidos durante a operação

O 12º Departamento da Polícia Civil, com sede em Ipatinga, divulgou nesta terça-feira (25), o balanço da Operação Forasteiros, deflagrada segunda-feira, sob coordenação da 2ª Delegacia Regional de Caratinga.

“A operação visou desarticular uma organização criminosa que se instalou na Prefeitura de Caratinga, e por meio de fraudes licitatórias, desviavam dinheiro do erário para beneficiar os integrantes dessa organização”, enfatizou a nota divulgada pelo delegado chefe do 12º DPC, Gilmaro Alves.

Conforme o relatório, a investigação apontou que o líder da organização criminosa teve livre acesso a setores estratégicos da administração municipal, direcionando contratações para beneficiar grupos específicos.

Prefeito eleito com margem apertada

A prefeitura de Caratinga atualmente é governada por Giovanni Correa da Silva. Dr. Giovanni (PL), como é conhecido obteve 14.832 votos, 33,27% dos votos válidos na eleição passada, derrotando o segundo colocado Rogério Soares (Republicanos), que obteve 14.093 votos, 31,61% dos votos válidos.

Desde que tomou posse, o prefeito enfrenta dificuldades com o governo, tendo exonerado vários secretários ao longo dos primeiros três meses do seu governo e agora é alvo de uma operação policial.
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Força-tarefa recolheu documentos que visam comprovar indícios de corrupção Força-tarefa recolheu documentos que visam comprovar indícios de corrupção

Na Operação Forasteiros o balanço indica que foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 5 mandados de prisão temporária nos municípios de Caratinga, Ubaporanga, Ipatinga, Santana do Paraíso, Belo Horizonte, Mateus Leme, Betim e Juatuba. A operação contou com a participação de 77 policiais civis das delegacias de Caratinga, Inhapim, Ipanema, Ipatinga e Belo Horizonte.

Conforme a PCMG, os dois primeiros grandes contratos fraudulentos assinados foram:
Contrato com uma OSCIP no valor de R$ 17.969.710,00
Contrato emergencial com uma Cooperativa de Transporte no valor de R$ 20.547.180,00

Conforme a investigação, ambos os contratos teriam sido direcionados para pessoas jurídicas previamente escolhidas com o objetivo de desviar recursos públicos. A Polícia Civil identificou movimentações financeiras atípicas entre as pessoas jurídicas envolvidas e seus gestores, incluindo transferências de vultuosos valores entre duas OSCIPs diferentes. As OSCIP são organizações da sociedade civil de interesse público.

A Polícia Civil identificou que o líder da organização criminosa, nomeado como assessor do executivo, embora não fosse oficialmente cooperado ou administrador da empresa contratada, possuía uma procuração que lhe concedia poderes amplos sobre a cooperativa, incluindo movimentação financeira. Essa procuração foi lavrada durante o período eleitoral, indicando um acordo prévio para garantir o contrato após a posse do novo grupo político.
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Operação foi coordenda por delegados da 2ª Delegacia da PCMG em CaratingaOperação foi coordenda por delegados da 2ª Delegacia da PCMG em Caratinga

A cooperativa administrada pelo líder da organização criminosa e envolvida em fraudes anteriores, serviu de modelo para a fraude, repetindo o esquema criminoso. No dia 17 de outubro de 2024, poucos dias após o resultado das eleições de 2024, o investigado, por meio da procuração, abriu uma conta bancária em nome da cooperativa, em agência bancária no município de Caratinga, como ato preparatório para o recebimento após a contratação.

Busca de provas

Em razão dos graves crimes praticados, foi deflagrada a Operação Forasteiros, “demonstrando o compromisso da Polícia Civil no combate ao crime organizado, que acaba por gerar grande prejuízo aos munícipes. Com as prisões e arrecadação de elementos informativos, a Polícia Civil continuará dando andamento à investigação, visando o completo esclarecimento dos fatos criminosos e suas respectivas responsabilizações legais junto ao Poder Judiciário”, conclui a nota.



Prefeitura se posiciona sobre a operação

Em nota enviada à imprensa, ainda na segunda-feira (24/3), a administração municipal apresentou uma resposta sobre a Operação Forasteiros. Abaixo, a íntegra da nota:

Caratinga, 24 de março de 2025.

A Prefeitura Municipal de Caratinga informa que, em virtude das denúncias apresentadas à Câmara Municipal, a administração municipal tomou a decisão de abrir dois Procedimentos Administrativos Disciplinares (PAD) e uma sindicância para investigar os fatos relatados.

Essas ações têm como objetivo garantir uma apuração rigorosa de todas as informações, assegurando que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados, caso se comprovem irregularidades.

Além disso, estamos implementando medidas imediatas para garantir a transparência e a integridade da administração pública.

A administração municipal reafirma seu compromisso inabalável com a legalidade e a ética na gestão pública.

É essencial que a população confie nas instituições que regem nossa cidade, e por isso estamos adotando essas medidas rigorosas.

Em relação à prisão preventiva da Secretária de Educação durante a operação "Forasteiros" da Polícia Civil, realizada nas cidades de Ubaporanga, Ipatinga e Caratinga, a Prefeitura Municipal se coloca à disposição total das autoridades para colaborar na apuração dos fatos e responsabilizar os envolvidos.

Asseguramos que as atividades educacionais não sofrerão interrupções, pois reconhecemos que a educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de Caratinga. Estamos comprometidos em garantir que o atendimento aos alunos e às famílias continue sem qualquer transtorno.

Agradecemos pela compreensão de todos e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Atenciosamente,
Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Caratinga
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Comentários

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Ericka

27 de março, 2025 | 13:52

“Aqui em Ipatinga necessitamos também que a policia Civil investigue pois se investigar vai achar .”

Carlos

25 de março, 2025 | 12:29

“Pq não Investigam Ipatinga? Alô polícia Cívil ........
Não vai sobrar nenhum na prefeitura!”

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