15 de março, de 2025 | 08:40
''Nunca mais voltei a ser a mesma pessoa'': as feridas da pandemia ainda não cicatrizaram
Na semana dos cinco anos da covid-19, paciente que sobreviveu com sequelas conta desafios
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do AçoHá cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava a pandemia da covid-19. A declaração ocorreu oficialmente no dia 11 de março de 2020. Entretanto, o dia 15 foi decisivo no fechamento de fronteiras, aeroportos e rodovias. Sem distinção, a doença atingia crianças, jovens, adultos e idosos, independentemente de classe social, credo, gênero ou cor. A crise fez com que várias pessoas de uma mesma família morressem, trouxe milhares de restrições para a humanidade, gerou colapsos nos serviços de saúde e se alastrou para países do mundo inteiro. O primeiro caso confirmado de covid em Ipatinga foi em 12 de março de 2020, noticiado pelo Diário do Aço.
A médica infectologista que atua nas prefeituras de Ipatinga e Coronel Fabriciano, Carmelinda Lobato de Souza, pontuou que a pandemia foi uma época muito difícil, visto que as pessoas que estavam na linha de frente, lidavam com algo desconhecido. É um vírus de transmissão respiratória que se alastrou pelo mundo inteiro e realmente ele mostrou as fragilidades que nós temos na nossa humanidade. Não importa onde você estava. Vimos onde tudo começou, o hemisfério norte, onde pessoas mais ricas vivem, e mesmo assim, o vírus não fez nenhuma distinção com relação a isso. Então ele veio mostrar essas fragilidades e isso é uma coisa que nós estamos ainda colhendo. Até hoje temos um aprendizado bastante profundo com relação a isso”, refletiu.
Carmelinda relatou que há muitos pacientes que sobreviveram com sequelas. Que são aqueles que enfrentam a chamada covid longa, e desenvolveram quadros de depressão ou outros quadros emocionais, com o pulmão totalmente destruído. Elas estão tendo ainda que conviver com essas sequelas. Isso precisa ser acompanhado junto a especialistas, como psicólogos e psiquiatras, para aprender a lidar melhor. Já pessoas com o pulmão destruído precisam ser acompanhadas por um pneumologista. Tem muita gente até mesmo nos serviços de saúde que passou a desenvolver transtorno de ansiedade porque a labuta era muito árdua quando nós estávamos lá na linha de frente”, detalhou.
A médica destacou que o vírus continua circulando entre nós, ele não vai embora, e as medidas preventivas continuam. As pessoas precisam ficar atentas para os sintomas de covid, que geralmente são sintomas respiratórios, uma tosse, febre, dor de garganta, espirro. Essas pessoas devem ficar em casa mantendo medidas de isolamento, evitando contaminar outras, e o uso de máscara também é muito importante, bem como a higienização das mãos, seja com água e sabão ou com álcool a 70%, principalmente, que é o mais recomendado. Reforçamos o cuidado com as pessoas de grupos de riscos, como idosos, diabéticos, pneumopatas, por exemplo. E reforçamos a vacinação, porque a vacinação não veio com o intuito de evitar o contágio da covid, ela veio com o intuito de proteger contra as formas graves da doença", concluiu.
"De lá para cá, problemas não pararam de aparecer"
Raquel Gusmão, de 55 anos, moradora de Caratinga, teve 75% do pulmão comprometido, aumento no coração e corria risco de trombose. Foi internada no dia 26 de dezembro de 2020 e deixou o hospital no dia 6 de janeiro de 2021. O meu quadro foi grave. Eu fiquei com a sequela de aumento do coração, um inchaço que até hoje tenho, dei queda de cabelo que desencadeou alopecia, sinto muito cansaço, não aguento andar muito mais, tampouco fazer as tarefas de casa. O pouco que faço a pressão sobe, o cansaço toma conta e acabo tendo a necessidade até mesmo de deitar. Tem coisas que sinto que às vezes nem sei explicar, e surgiram depois do covid”, contou ao Diário do Aço.
Também fiquei com a sequela de uma bronquite, e qualquer resfriado, poeira, me derruba. Enfim, na verdade, eu nunca mais voltei a ser a mesma pessoa, não tenho ânimo para nada. Festas, passeios eu só tenho vontade de deitar mesmo. No momento estou mais parada do que trabalhando, eu atuo como motorista de aplicativo. Trabalho pela misericórdia de Deus. De lá para cá, problemas não pararam de aparecer, o que eu já tinha piorou. Tireoidite de Hashimoto, essa é uma das que evoluiu, até então eu tinha hipotireoidismo controlado”, complementou.
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Zóio
16 de março, 2025 | 13:49Tive COVID 2 vezes fiquei ruim, após me recuperar da COVID tive xicunha logo em seguida quase morri também fiquei 30 dias acamado e levei quase 2 anos para voltar os movimentos e ainda cinto muitas dores nas articulações tive que me virar sozinho eu e deus.e nem por isso morri estou aqui graças a Deus de pé tem gente que deu COVID e xicunha e fica aí aí que dor tô morrendo eu sei porque tive não desejo pra ninguém mas tem gente que gosta de fazer um corpinho mole tem o trabalho e o melhor remédio para a cura dos dois voltar às atividades diárias melhorei rápido melhor remédio.”
Tião Marreta
15 de março, 2025 | 16:59Aprendi com a pandemia de 2020 a valorizar cada momento com as pessoas que amamos.?”