23 de dezembro, de 2024 | 17:51

Motorista de caminhão envolvido em acidente se apresenta à polícia, depõe e é liberado

Caminhoneiro foi ouvido, mas como a Justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva, ele foi liberado logo após o depoimento na delegacia da PC em Teófilo Otoni

Com informações da Agência Brasil
O motorista do caminhão envolvido no acidente de trânsito neste sábado (21), na BR-116, em Teófilo Otoni, Minas Gerais, se apresentou nesta segunda-feira (23) à Polícia Civil de Minas Gerais. A Agência Brasil apurou que o homem, cujo nome não foi informado, compareceu à delegacia, em Teófilo Otoni, e prestou depoimento acompanhado por um advogado.

"Uma vez que a representação pela prisão preventiva do suspeito foi indeferida pela Justiça e que não estavam mais configuradas as hipóteses taxativas de prisão em flagrante (art. 302 do Código de Processo Penal), o motorista foi liberado", afirma a Polícia Civil de Minas Gerais.

O caso da habilitação do caminhoneiro
O advogado Raony Scheffer, que atua na defesa do caminhoneiro, contestou a informação divulgada pela polícia, que o motorista estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde 2022, quando se recusou a realizar o teste do bafômetro em uma blitz da Lei Seca em Mantena, perto da divisa com o Espírito Santo. “Ele tem uma decisão judicial que revogou a suspensão da CNH, estando perfeitamente apto para dirigir”, declarou Scheffer na saída da delegacia, dia 23/12.

Os dois blocos de granito que eram transportados no bitrem pertencem a uma empresa, que contratou outra empresa de transportes, dona do caminhão e do bitrem, para levar as pedras do Ceará para o Estado do Espírito Santo. O tacógrafo do caminhão indicou que a velocidade estava entre 90 e 95 quilômetros por hora, acima dos 60 km/h permitidos para o local. Também já ficou confirmado que o peso total da carga transportada estava acima do limite. Os advogados da empresa dona da carga e da empresa transportadora também já prestaram esclarecimentos à Polícia Civil.

O acidente
Em consequência do acidente, 41 pessoas que estavam no ônibus, morreram. Ficaram feridas três pessoas, que continuam internadas. As vítimas estavam no ônibus da Emtram, que partiu da capital paulista com destino a Elísio Medrado, na Bahia, transportando 44 passageiros, além do motorista. Após se chocar contra a carreta bitrem, o ônibus pegou fogo. Na sequência, um carro com três pessoas não conseguiu frear a tempo e bateu contra a parte traseira do bitrem, carregado com dois blocos de granito.

No domingo (22), durante entrevista coletiva, representantes da Polícia Civil disseram haver indícios de que o caminhão estava com excesso de peso. E que um grande bloco de granito se soltou e caiu na pista, atingindo o ônibus. Há, porém, testemunhas que relatam que o motorista do ônibus perdeu o controle do veículo depois que um pneu estourou, levando-o a invadir a pista contrária e bater em uma das articulações do bitrem.

Logo após o acidente, o motorista do caminhão deixou o local. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, ele está com a carteira de habilitação suspensa há dois anos, depois que foi parado em uma blitz em Mantena, no Vale do Rio Doce e recusou-se a fazer o teste do etilômetro.

A empresa de ônibus Emtram informou, em nota, que seu veículo estava com a documentação regular, manutenção em dia, pneus novos e viajava em velocidade compatível com o local. A empresa também informou que está oferecendo suporte às vítimas e seus parentes, auxiliando inclusive aos familiares que se deslocaram para Minas Gerais.

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