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14 de novembro, de 2024 | 13:27

Anistia para envolvidos em vandalismo em Brasília é questionada

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Corpo de homem que se matou com bomba em Brasília é removido Corpo de homem que se matou com bomba em Brasília é removido

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira (14), que não é aceitável que seja aprovada qualquer anistia aos condenados por ataques ao Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro, em Brasília. Depois do atentado a bombas na noite de quarta-feira, em que o catarinense Francisco Wanderley Luiz, o Tiu França, do PL de Rio do Sul (SC), a proposta da anistia geral aos envolvidos nos atos passou a ser pressionada para não ser aprovada no Congresso Nacional.

Colunistas que cobrem os bastidores da política em Brasília publicaram a informação que líderes partidários no Congresso avaliaram que o projeto de anistia dos golpistas de 8 de janeiro de 2023 perderá força dentro do Legislativo e suas chances de ser aprovado praticamente desaparecem. Os líderes, ligados a partidos do Centrão, evitam falar publicamente para não confrontar o ex-presidente Jair Bolsonaro. O entendimento é que Bolsonaro busca transformar o ato num caso isolado, cometido por um "maluco".

O que a PF investiga
No momento, as duas hipóteses investigadas pela PF são de terrorismo e de ataque ao Estado Democrático de Direito. O inquérito instaurado pela corporação foi encaminhado ao Supremo, pela suposta conexão com outras apurações semelhantes em andamento – como os atos violentos de 8 de janeiro de 2023.

Questionado sobre a possibilidade de anistia – defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional –, Rodrigues fez coro às declarações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, mais cedo, e rechaçou qualquer condescendência com os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.

“Esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações que a PF tem investigado em período recente”, afirmou Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.

“Hoje, o ministro Alexandre de Moraes já comentou esse assunto. Eu, aqui, faço coro às suas palavras. Vejam a gravidade e a extensão desse processo. Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, tentarem assassinar outras pessoas, tentar vitimar policiais… De fato, não estamos falando de um grupo de pessoas que quebrou um quadro ou uma cadeira. Estamos falando de ações violentas ao Estado Democrático de Direito, de ações gravíssimas e tentativa de homicídio”, disse o chefe da PF.

“Eu também entendo que não é aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”, completou Rodrigues.
Mais cedo, o ex-presidenete Jair Bolsonaro disse que lamentava as explosões no STF e falou em “fato isolado”. O político também pediu pacificação: “Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente”, afirmou Bolsonaro
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Novas ameaças ao Supremo
Na entrevista, Andrei Rodrigues confirmou que recebeu a informação de que o STF teria sido alvo de novas ameaças, desta vez por e-mail, nesta quinta-feira (14).

“Eu recebi hoje a informação de que há novas ameaças. Não sei se foi encaminhado hoje ou se chegou hoje”, disse o diretor-geral da PF, sem dar maiores detalhes.

Rodrigues também confirmou que esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última noite, logo depois do atentado em frente ao STF.

“De fato, estive com o presidente, reportando a ele os episódios, dada a gravidade da situação, para que ele pudesse ter ciência de tudo o que estava acontecendo”, afirmou.

Já publicado:
'Deixaram a raposa entrar no galinheiro', afirmou homem que morreu em explosão em Brasília

O que já se sabe sobre o homem-bomba
Os atentados a bomba ocorreram ontem por volta das 19h30. O primeiro deles em um carro estacionado com explosivos no anexo 4 da Câmara dos Deputados, bem próximo ao STF. Na sequência, Tiu França explodiu outros artefatos mais próximos à sede do tribunal. Um deles para tirar a própria vida.

Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram a dinâmica do atentado. Francisco atira artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acende outro no próprio corpo.
Momentos antes, o carro do homem também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.

A PM informou que encontrou artefatos explosivos na casa onde Francisco estava hospedado, em Ceilândia, região administrativa a cerca de 30 quilômetros do centro de Brasília. Tanto a casa como o estacionamento ainda passam por varredura da equipe antibombas da polícia.

Tiu França foi candidato pelo Partido Liberal (PL) ao cargo de vereador do município de Rio do Sul em 2020, sem alcançar votação para ser eleito.

Partido Liberal divulga notas de repúdio ao atentado a bomba

O Partido Liberal manifestou repúdio contra os atentados a bomba cometidos na noite de quarta-feira (13) por um de seus afiliados nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). O autor do atentado foi o ex-candidato pelo PL ao cargo de vereador do município de Rio do Sul (SC) Francisco Wanderley Luiz (Tiu França).

A manifestação veio tanto do diretório nacional do PL como da regional de Santa Catarina. “Reiteramos que o PL repudia veementemente qualquer tipo de violência e reafirma seu compromisso com os valores democráticos. Reforçamos ainda que ataques a instituições públicas vão contra os princípios defendidos pelo partido”, disse o PL nacional ao reafirmar confiança nas investigações judiciais.

Em outra nota, o diretório regional do partido em Santa Catarina reafirmou sua posição contrária a “qualquer ato de violência que fira pessoas ou ameace as instituições democráticas. Defendemos firmemente o equilíbrio entre os poderes da República. Nossas bandeiras sempre serão pautadas na defesa da democracia”.
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Comentários

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Hanny

15 de novembro, 2024 | 08:35

“SEM ANISTIA E CADEIA LONGA”

Joaquim Alferes

14 de novembro, 2024 | 17:00

“Liberdade ainda que tardia? é a tradução do dístico em latim libertas quæ sera tamen, que foi o lema da Inconfidência Mineira e está presente na bandeira de Minas Gerais.”

Paulo

14 de novembro, 2024 | 13:34

“Este povo solto ninguém terá paz!!! Sem anistia!!!”

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