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27 de setembro, de 2024 | 17:54

Criança brutalmente agredida em Ipatinga ganha alta da UTI e PC amplia investigação

Wellington Fred
Após concluir as investigações, a PC abriu inquérito para punir divulgação de fotos do menino agredido e de quem fez áudio para presos punirem agressores na cadeiaApós concluir as investigações, a PC abriu inquérito para punir divulgação de fotos do menino agredido e de quem fez áudio para presos punirem agressores na cadeia

O menino de três anos de idade, brutalmente agredido pelo padrasto e com a conivência da mãe, já saiu da Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Em vídeos divulgados pela família, o avô paterno aparece brincando com o neto que escapou por pouco da morte no último dia 15, quando ele foi parar no hospital gravemente ferido em um espancamento dentro de casa, conforme noticiou o Diário do Aço.

Na manhã desta sexta-feira, a delegada Ana Paula Passagli, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Ipatinga, em entrevista à imprensa no 12º Departamento de Polícia Civil, detalhou o andamento das investigações que indiciaram a mãe do menino, uma jovem mulher de 19 anos, e o padrasto da vítima, de 25 anos. Os dois vão responder na Justiça por homicídio tentado qualificado por uso de meio cruel.

O padrasto teve ainda uma outra qualificadora, de crime de tortura, e a mãe a qualificadora de omissão pelo crime de tortura. Os dois estão presos e recolhidos em presídios do Vale do Aço. A avó materna do menino foi indiciada por omissão quanto ao crime de tortura, pois teria conhecimento das agressões e não tomou nenhuma medida.

A delegada revelou que, recentemente, a mulher chegou a ser agredida pelo companheiro e ter até uma medida protetiva quando o casal morava na mesma casa da mãe dela. “Em abril, ocorreu um episódio em que a mãe da criança foi vítima de vias de fato. A avó materna também foi vítima de lesão corporal praticada pelo homem”, disse a delegada.

Na ocasião, o agressor foi autuado em flagrante de delito por crime previsto na Lei Maria da Penha. “Ele saiu da residência e foi morar em outro bairro. A mãe foi atrás com as duas crianças para morar com o companheiro. A partir daí, as coisas se intensificaram, as agressões, os castigos corporais até ocorrer essa tentativa de homicídio”, enfatizou a delegada. Veja, abaixo, a íntegra da entrevista com a PCMG.


Divulgação de fotos da criança e áudio em perfis de blogueiros viram caso de polícia

A delegada da PCMG, Ana Paula Passagli também confirmou a existência de mais dois inquéritos em andamento para apuração da divulgação de um áudio, divulgado pelas redes de WhatsApp incitando um crime. “Que o fato chegue ao conhecimento dos presos para que eles castiguem os autores, a mãe e o padrasto do menino. Já identificamos algumas pessoas que transmitiram esse áudio”, alertou a delegada.

Outra investigação é sobre à divulgação de fotos da criança, em que ele aparece nu, sobre um sofá, com as marcas de agressão. Esta foto foi divulgada em grupos de Whatsapp e também por alguns perfis de “blogueiros” na região. “Apuramos diversos perfis sobre esse fato, o que também está sendo apurado”, disse a delegada.

A responsabilização também já gerou notificação, pelo Ministério Público, aos tais blogueiros que fizeram publicação ilegal. A titular da Delegacia de Mulheres reforçou que o Estatuto da Criança e Adolescente protege a imagem da criança. “Além de punição, a passível também pagamento de multas e de indenização por Danos Morais. A gente reforça com a sociedade que fotos e vídeos de crianças não devem ser divulgados. Nem mesmo de vítimas, principalmente crianças e adolescentes”.

Resultado dos exames da medicina-legal

Na entrevista à imprensa, a delegada revelou que os exames feitos no corpo do menino indicaram ferimentos recentes e outros já cicatrizados, ou seja, que a vítima já vinha sendo violentada há algum tempo. “Os dois indiciados negam qualquer agressão e falam apenas que o menino caiu da escada”, acrescentou Ana Paula.

O Diário do Aço recebeu vídeos do menino em conversa com o avô paterno, no leito do HMC, após a criança ganhar alta da UTI. Segundo informações de fontes policiais, o menino sofreu o AVC e ficou com o lado esquerdo paralisado. “Ele vai precisar de tratamento, tanto físico, como psicológico”, lamentava uma das policiais que participaram das investigações.

Menino foi socorrido inconsciente

O fato foi registrado no bairro Córrego Novo, em Ipatinga, dia 15 de setembro e foi descoberto após o menino ser socorrido pelo Samu. Ele foi levado inconsciente ao Hospital Márcio Cunha e internado na UTI Pediátrica com diversas lesões. O padrasto e mãe da criança foram presos em flagrante pela PM na ocasião, e inicialmente negaram as agressões e alegaram que a criança teria caído de uma escada externa na residência do casal.

Além do menino vítima, o casal também tem uma outra criança de sete meses, que está sob guarda da avó materna. Eles se relacionam há cerca de dois anos e antes moravam na residência da avó materna da vítima. Algum morador chegou a gravar um áudio, onde se pode ouvir o menino ser agredido. Em uma das ocasiões, foi acionada viatura policial, porém a mãe do menino alegou aos PMs que a criança estaria chorando para dormir e os policiais saíram.

“Então a gente reforça, junto à sociedade, que nós temos o Disque 100 e Disque 180 para denúncias. A denúncia é anônima, são todos apuradas pela Polícia Civil de Minas Gerais. Há também o 181 (Disque Denúncia Unificado) para os crimes contra a mulher. Tendo algum conhecimento, de algum crime, de fato que se faça a denúncia”, finalizou a delegada.
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Comentários

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Vera Lucia

28 de setembro, 2024 | 18:26

“Honra e glórias a Deus pela recuperação dessa criança Deus é fiel ??”

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