17 de agosto, de 2024 | 09:00

Escolas da região com maior qualidade de ensino estão nos bairros nobres de Ipatinga

Além disso, maior parte das escolas com melhores resultados nos anos iniciais são da rede estadual

Isabelly Quintão
Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha teve o melhor desempenho no Ideb entre as escolas públicas de IpatingaEscola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha teve o melhor desempenho no Ideb entre as escolas públicas de Ipatinga
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 indicam que todas as escolas que apresentaram melhor resultado nos anos iniciais no Vale do Aço são de Ipatinga. A maioria também está situada nos bairros mais nobres da cidade e pertencem à rede estadual.

As informações do Ideb foram divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC) esta semana. O índice foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sendo o principal indicador da qualidade do ensino básico, público e privado do país. Os resultados foram levantados de forma exclusiva para a reportagem do Diário do Aço pelo geógrafo William Passos, coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ipatinga.

O estudo abrangeu o ensino fundamental, que é competência constitucional dos municípios, englobando os anos iniciais, que termina no atual 5º ano, antiga 4ª série.

De acordo com os números da pesquisa, a unidade que apresentou melhor desempenho é a Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha, que ficou com 8,2 (em avaliação que vai de 1 a 10). Ela está situada no bairro Horto.
Logo em seguida está a Escola Estadual Dom Helvécio, localizada no Imbaúbas, com 8,1. Adiante, como terceira colocada, encontra-se a Escola Estadual Sônia Maria Silva Gomes, do bairro Canaã, ficando com 7,9.

Em sequência, também apresentando bons desempenhos nos anos iniciais, estão: Colégio Tiradentes da Polícia Militar (7,7), do Centro; Escola Estadual Almirante Toyoda (7,6), do Cariru; Escola Estadual Doutor Ovídio de Andrade (7,6), do Bom Retiro; e Escola Municipal Padre Bertollo (7,6), do Cidade Nobre.

O que está por trás do melhor desempenho?
William Passos destacou ao jornal que, na média, as escolas estaduais localizadas no Vale do Aço apresentaram Ideb melhor nos anos iniciais do ensino fundamental na comparação com as escolas municipais.

“A explicação, no entanto, são os fatores externos às unidades escolares, como o nível de renda dos alunos e a escolarização dos pais. Isso porque a transmissão cultural proveniente do entorno do aluno, sobretudo, mas não apenas o entorno familiar, impactam positivamente no interesse do estudante e na valorização da escola, do papel social do professor e do ato de estudar”, pontuou.

“Exatamente por isso, as escolas localizadas nos bairros com custo de vida e valor imobiliário mais alto foram as que apresentaram melhor desempenho no principal indicador de aferição da educação básica do país”, acrescentou o especialista.

Veja também o desempenho do ensino público por município


Ipatinga tem o melhor Ensino Fundamental da RMVA, aponta Ideb

O que compõe o Ideb?
Conforme já publicado pelo Diário do Aço, o Ideb varia numa escala de 0 a 10. O índice é calculado a cada dois anos para os anos iniciais e finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Esse é o motivo pelo qual a próxima divulgação da avaliação ocorrerá somente no próximo ano.

Para compor o Ideb, o MEC leva em consideração as notas dos estudantes na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), os índices de aprovação, informados pelo Censo Escolar, e o indicador de fluxo escolar, que avalia o total de alunos que não continuaram frequentando ao longo do ano letivo. No caso da prova do Saeb, são aferidas as notas dos estudantes nas avaliações de Português e Matemática, a fim de verificar se os alunos matriculados atingiram a aprendizagem esperada. A última aplicação da prova do Saeb ocorreu nos meses de outubro e novembro do ano que passou no país inteiro.

O índice dá uma ideia geral do desempenho das escolas, municípios, estados e do Brasil na educação, com o objetivo de averiguar se há avanço da aprendizagem.
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Comentários

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Oliveira

18 de agosto, 2024 | 09:27

“Voltei a estudar apos 20 anos e percebo o quanto evolui o ensino e as oportunidades paro o conhecimento. Ainda falta empunho do aluno em aprender, ficando restrito apenas ao que é cobrado em sala de aula apenas como obrigação. Desta maneira nao evolui. As oportunidades são imensas com o advento da internet que propícia maior opção de consulta e nao de conhecimento, pois não a utilizamos em linha gerais, com o fim de cultura, mas de entretenimento. O ensino EAD realidade funcional traz ao aluno uma responsabilidade maior em estudar e uma disciplina que nós Brasileiros não possuímos. Preferimos um whatsapp para divulgarmos nossas ideias rasas.”

Sem Noção

18 de agosto, 2024 | 05:02

“Fala serio ... os filho dos moradores do bairro não estudam ai ... já perceberam a quantidade de topic escolares e o roteiro delas ...educação brasileira e mérito de professores, e a segunda parcela vem da família seja de um barraco ou AP de luxo.”

Ygor

17 de agosto, 2024 | 19:42

“Na maioria os mesmo professores da escola estadual tbm trabalha na municipal, diferença é os pais presentes nas reuniões e acompanhando os filhos,pq boa parte dos alunos das escolas citadas não mora no bairro nobre.”

Gildázio Garcia Vitor

17 de agosto, 2024 | 14:55

“Senhora Janete, as greves ocorrem em todas as Escolas, inclusive nos Bairros dos "privilegiados." Quanto à nossa dedicação, não vou nem comentar. E sobre a dedicação das famílias, tem algo a dizer?!
Sempre trabalho muito mais nas Escolas públicas, onde a aprendizagem é pífia-e a culpa não é só minha-, que nas particulares.”

Gildázio Garcia Vitor

17 de agosto, 2024 | 13:44

“Aqui, estou de volta, fui injusto com o meu BJ. Desde sempre, estive Professor em bairros carentes de Coronel Fabriciano: Caladinho de Baixo, atual Santa Teresinha, em 1983; JK, em 1984; final do Melo Viana, atrás da Igreja Santo Antônio, em 1985 e 1986; Mangueiras, em 1995; dois anos na E. E Pedro Calmon, cujos alunos eram do Morro do Carmo e da Prainha, não lembro em quais anos. Portanto, quando cheguei ao Laura Xavier, em 1996, tinha um certo know how, diremos, uma Graduação; quando sai, no final de 2015, conquistei os títulos de Mestre e Doutor, principalmente em sofrimentos e derrotas, causados pelas desigualdades sociais, misérias, pobreza até de afetos e "falto de sonhos" e de perspectivas futuras.
Depois, não entendem, porque tantos de nós, Professores das redes públicas, temos depressão.”

Janete

17 de agosto, 2024 | 12:24

“Precisa mais dedicação dos professores não só pensar em greve pois prejudica o rendimento dos alunos, todo ano tem greve,se fosse por desempenho tinha muito profissional desempregado.”

Gildázio Garcia Vitor

17 de agosto, 2024 | 10:02

“Sempre foi assim! Os melhores alunos em rendimentos, são filhos de famílias que sabem o valor da Educação para o futuro dos filhos e da Nação. Portanto, não adianta dar soco em ponta de faca.
Os Professores e os Profissionais da Educação, sozinhos, sem a competente colaboração das famílias, não podemos fazer milagres. E para piorar, nem acredito em milagres e sortes. Acredito é em probabilidades! Falando nisso, tenho que fazer uma fezinha na Megasena.
Todos os anos, e já são 31, recebemos, no Instituto Educacional Mayrink Vieira, alunos oriundos dessas Escolas, com um bom conhecimento, educadíssimos, simpáticos e que já sabem o que querem.
Só para fazer um "covarde" paralelo: no início do ano letivo, fui ameaçado de morte por uma Mãe de uma aluninha do 6° ano, da E. M. Deolinda; e há uns dois meses, por um aluno do 7° ano, da E.M. Chirlene, todas as duas unidades localizadas no final do Bethânia. Mas estou acostumado, estive Professor na E.E. Laura Xavier Santana, no meu saudoso e querido BJ, por 19 anos e 8 meses, inclusive, por muitos anos, no "noturno da noite*."

*Homenagem à uma colega lá do Laura.”

Santos

17 de agosto, 2024 | 09:51

“E por este e outros motivos fica este ciclo vicioso e os mais pobres não estudam e quando precisam entrar no mercado de trabalho é mais difícil.”

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