13 de julho, de 2024 | 08:40
Residencial Bosque Azul teme impacto de novo empreendimento na APA da Biquinha
Silvia Miranda
Área da Biquinha possui uma trilha, muito utilizada pelos moradores para a prática de esportes

A Associação Residencial Bosque Azul, situada no bairro Belvedere em Coronel Fabriciano, esclarece que o residencial foi estabelecido e aprovado em 1983, antes da delimitação da APA da Biquinha. Portanto, não está localizado dentro da APA e não resultou na perda de vegetação da área florestal. O condomínio planeja promover a conscientização sobre os impactos que um novo empreendimento residencial pode trazer para a comunidade fabricianense.
Conforme reportado pelo Diário do Aço na quinta-feira (11), aproximadamente 200 mil metros quadrados de uma área da Biquinha foram vendidos para a construção de um loteamento residencial. A administração municipal afirmou que a urbanização desse local, adjacente ao Residencial Bosque Azul, foi submetida à Câmara de Vereadores, aos Conselhos Municipais, ao conselho gestor da APA, incluindo o Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (Codema), e recebeu aprovação unânime, devido à excelente aptidão urbanística da área.
O Executivo também argumentou que uma comissão de moradores do Bosque Azul se reuniu com o empreendedor para discutir soluções visando evitar a desvalorização do residencial. Em nota enviada ao Diário do Aço nesta sexta-feira (12), Celso Pereira Viana, atual presidente da Associação Residencial Bosque Azul, explicou que ocorreram de fato reuniões promovidas pelo governo com o investidor e uma comissão de moradores.
Segundo a nota, durante essas reuniões foi comunicada a aquisição dos terrenos ao redor do Residencial Bosque Azul. A associação relata que desde então houve preocupação com o possível desmatamento de uma extensa área de vegetação característica de Mata Atlântica, que já estava em avançado processo de recuperação após o antigo reflorestamento com eucaliptos.
A nota também menciona várias tentativas de integrar o Bosque Azul ao novo empreendimento, com transferência de parte dos custos de implantação para os moradores. No entanto, os moradores não concordaram com as propostas apresentadas, principalmente devido ao impacto ambiental que o desmatamento poderia causar não apenas para eles, mas para toda a população de Fabriciano.
Em resposta, a comissão de moradores decidiu não dar continuidade às negociações, visando evitar os impactos e consequências do empreendimento. "Por outro lado, as preocupações continuaram à medida que tomamos conhecimento de todo o processo que levou à aprovação da mudança para área de expansão urbana, com possibilidade de loteamento e destruição da flora e fauna naquela região, com impactos inclusive nas áreas vizinhas, como a perda de permeabilidade proporcionada pela vegetação e consequentes assoreamentos e alagamentos nos bairros abaixo, como o próprio Belvedere e a região do Melo Viana", informa outro trecho da nota.
Origem do Bosque Azul
A associação afirma que o Bosque Azul é composto por duas quadras no bairro Belvedere, criadas e aprovadas em 1983, antes da delimitação da APA da Biquinha. Entretanto, em 2015, o governo identificou que essas quadras estavam dentro do perímetro da APA, estabelecida em 2007 por lei municipal.
Diante dos equívocos na identificação do perímetro na legislação da APA, foi necessário um trabalho de correção feito por técnicos contratados e supervisionado pelo município para retificar todos os erros de delimitação da APA.
"Dessa forma, as quadras nº 1 e 2 do Bosque Azul, no bairro Belvedere, não foram removidas da APA. O Bosque Azul não resultou na redução da APA nem na perda de cobertura vegetal, ao contrário do que foi erroneamente sugerido pela administração municipal, provavelmente por falta de conhecimento", esclarece a associação.
Preservação da APA
A Associação argumenta que não se deve comparar a correção de 2015 devido aos erros no perímetro da APA com a alteração no zoneamento de proteção ambiental da Biquinha ocorrida em 2023, que permite o parcelamento do solo para a construção de um novo loteamento que ainda não foi apresentado ao município.
"Com isso esclarecido, a Associação está avaliando medidas para questionar o processo de alteração desta parte da APA da Biquinha, além de trabalhar para envolver toda a comunidade de Coronel Fabriciano na conscientização dos impactos dessa degradação ambiental", conclui a nota.
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Jane
20 de julho, 2024 | 19:03Muita gente criticando os moradores do Bosque Azul por quererem preservar o entorno. Porém por mais que possa haver o medo de desvalorização estão fazendo um bem para toda população de Fabriciano esta APA é uma proteção para a cidade em termos climáticos, água e beleza paisagística também (embora hoje em dia as pessoas parecerem apreciar mais paisagens de terra arrasada e queimada de videogames e filmes catástrofes). Infelizmente toda as intervenções na APA da Biquinha são para favorecerem amigos dos políticos que também podem supostamente sendo beneficiados para destruírem o meio ambiente. Fabriciano já tem um paisagismo complicado e feio em certas aspectos depois de tanto morro desmatado e queimado. Sobra pouca beleza natural na cidade. Tomara que a população desperte atenção para questão ambiental, porque os políticos não se preocupam. Quando estiver tudo arrasado se mudam com muita grana para algum lugar paradisíaco.”
Roberto
14 de julho, 2024 | 20:30Ainda bem que o meu paraíso não é aqui na
terra
Que fiquem aí brigando por coisas que logo logo vai se acabar tudo em sinzas”
Igor Oliveira
14 de julho, 2024 | 19:29C.Fabriciano é uma cidade carente de espaço de convivência pública. Por mais que tenham havido erros no passado isso não pode ser justificativa para outros erros.
Seria EXCELENTE se na área do "Horto Cascudo". houvesse um parque ou jardim botânico.”
Nome
14 de julho, 2024 | 15:58Quanto será que os políticos receberam por fora pra mudar a legislação pra construir esse condomínio fraudulento?”
Zoio de Zoiar
13 de julho, 2024 | 19:27Por tudo isso eu lamento e confesso
Que a marcha do progresso é a minha grande dor”
Madagascar
13 de julho, 2024 | 19:16Kkkkkkk....ué mas o condomínio de vcs não causa impacto, né?!!!! Kkkkkk... Isso é o cúmulo da hipocrisia. Se queria tanto assim preservar o meio ambiente deviam ter comprado a área em questão. Não fizeram isso, então toma!!!”
Bom
13 de julho, 2024 | 15:56Um pequeno paraíso onde corria um pequeno rio com água mineral ,uma lagoinha onde a criançada fazia a farra , seria um ótimo lugar pra dar aquela caminhada , que pena.
Hoje o asfalto e o concreto falam mais alto com suas temperaturas altíssimas e assim entrou em extinção mais um pequeno paraíso. Porém quando mamãe natureza fica brava , aí é tarde a pedir para Deus proteção .”
Perito
13 de julho, 2024 | 10:20Pelo oque conheço de Fabriciano esse bosque azul já é um condomínio e agora estão com medo de ter um condomínio maior ao redor deles ou seja um condomínio dentro do outro.
Fica de boa gente
Vais ter mais segurança ainda e cuidados para todo mundo.”